LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Trabalhadores da construção civil entraram em estado de greve, nesta segunda-feira (17), em protesto pelo reajuste salarial de 7% oferecido pelo sindicato patronal durante a primeira rodada de negociações.
Representantes do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Cuiabá e Municípios (Sintraicccm irão visitar os canteiros de obras da Capital – entre eles, a Arena Pantanal – para mobilizar os funcionários a paralisarem as atividades e reivindicarem melhores condições de trabalho.

"Iremos panfletar e chamar os trabalhadores para a luta, para protestarem contra esse aumento de apenas 7% oferecido pelas empresas"
“Iremos panfletar e chamar os trabalhadores para a luta, para protestarem contra esse aumento de apenas 7% oferecido pelas empresas. Eles negaram todos os nossos pedidos por benefícios, como cesta básica e plano de saúde. Não podemos aceitar isso”, disse o presidente do sindicato, Joaquim Santana.
De acordo com o sindicalista, a mobilização no canteiro de obras da Arena Pantanal será realizada a partir das 11h, mas a decisão de paralisar as atividades por algumas horas ou aderir à greve não será tomada pela entidade.
“Iremos apenas paralisar as atividades no canteiro durante o horário de almoço. A decisão de paralisação por mais algumas horas ou adesão à greve é dos trabalhadores”, afirmou.
Arena PantanalAtualmente, o canteiro de obras da Arena Pantanal conta com 1.350 operários – número que a Construtora Mendes Júnior, responsável pela obra, pretende aumentar para 1,6 mil trabalhadores nos próximos meses.
Com 70% dos serviços já finalizados, as obras do estádio se concentram, atualmente, na fase de acabamento e detalhes internos, além de montagem da cobertura e colocação do gramado, previstos para julho deste ano.
Uma paralisação dos trabalhadores nessa fase da obra poderia resultar em comprometimento do cumprimento do cronograma.
A Arena Pantanal está prevista para ser entregue em outubro deste ano.

"Iremos apenas paralisar as atividades no canteiro durante o horário de almoço. A decisão de paralisação por mais algumas horas ou adesão à greve é dos trabalhadores"
Reajuste
De acordo com Santana, o valor máximo pago a um profissional é de R$ 1.003,20.
Com o reajuste oferecido pelo Sindicato das Indústrias da Construção Civil de Mato Grosso (Sinduscon-MT), de 7%, esse valor subiria para R$ 1.073,65.
No caso dos serventes e auxiliares, que hoje recebem um piso salarial de R$ 743,60, o valor da remuneração subiria para R$ 797,14.
“Nós pleiteamos um aumento de 17%, que é possível de ser concedido atualmente. Com isso, o salário dos profissionais subiria para R$ 1.173,74. E o piso salarial dos serventes iria para R$ 870”, afirmou.
Movimento nacionalOs sindicatos do setor da construção querem que seja estabelecido um piso único no país. Um dos valores que se tem como base é o piso do Rio de Janeiro, de R$ 1.540,00.
Eles também cobram outros benefícios, como cesta básica; redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas sem redução de salário; aumento do percentual pago pela hora extra; redução do valor descontado no salário referente à alimentação, que hoje é de 10%, passando a ser um valor simbólico e plano de saúde.
A segunda rodada de negociação entre os sindicatos patronal e dos trabalhadores ainda não foi agendada.