Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
DOIS MESES SEM AULAS
10.10.2013 | 11h45 Tamanho do texto A- A+

Reunião com deputados não avança e greve continua

Professores realizam assembleia-geral hoje, mas a tendência é de o movimento continuar

Pedro Alves/MidiaNews

Trabalhadores da Educação estão em greve há dois meses

Trabalhadores da Educação estão em greve há dois meses

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
Uma reunião entre deputados estaduais e representantes do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), na manhã desta quinta-feira (10), terminou sem grandes avanços que indiquem o fim da greve, que hoje completa dois meses e é uma das maiores da história do Estado.

Durante a reunião, na Secretaria de Educação, no CPA, foi apresentada aos sindicalistas a proposta de encaminhamento de um projeto de lei, para ser votado na Assembleia Legislativa (AL), que garante a dobra salarial de ganho real da categoria em até dez anos e o aumento da hora-atividade em três anos.

A medida visa a assegurar que, mesmo após o fim do Governo Silval Barbosa (PMDB), o acordo seja cumprido pelos próximos gestores.

A categoria, porém, “bateu o pé” e afirmou que o encaminhamento do documento não garante nada e exige do Estado a implantação imediata da proposta.

Agora, os representantes da categoria estão em uma reunião ampliada com os professores, no auditório do Sintep, a fim de repassar o que foi discutido na reunião.

Uma assembleia-geral está agendada para as 14h, na Escola Estadual Presidente Médici, em Cuiabá.

Mas, o presidente do sindicato, Henrique Lopes, já havia declarado que, caso o Estado não fizesse uma nova proposta, a diretoria não colocaria em discussão o encerramento da greve durante a plenária.

Cabo de guerra


O Estado tentou acordo com os professores por duas vezes, com a mesma proposta, que foi rejeitada.

A categoria pede que a dobra salarial seja feita em até sete anos e com início imediato. O mesmo vale para o pagamento da hora-atividade dos professores contratados, que a categoria exija que seja feito de forma imediata, e não em três parcelas – sendo uma por ano – como foi proposto pelo Estado.

Diante do impasse – e apesar de afirmar que não negocia com grevistas – o governador Silval Barbosa conclamou a categoria a retomar os trabalhos para que a negociação continuasse, usando do argumento de que a paralisação estaria resultando apenas em prejuízo aos 450 mil alunos da rede pública estadual.

Diante da negativa, Silval anunciou o corte de ponto de quem não abandonasse o movimento e tentou, na Justiça, finalizar a greve, conquistando duas liminares favoráveis, mas que também foram ignoradas pelos servidores.

A folha de pagamento do mês de outubro está prevista para fechar no dia 20, quando então a promessa de corte dos salários poderá ser verificada pela categoria.

Enquanto o Governo do Estado alega que 45% das escolas estão em funcionamento, o Sintep diz que a informação não procede e que o movimento continua com adesão de 80%.

Reivindicações

O piso salarial da categoria hoje é de R$ 1.566,64, segundo o Sintep-MT.

Segundo a assessoria da Seduc, um professor – sem especialização – que inicia sua carreira no Estado ganha um salário de R$ 2.353,75 para trabalhar por 30 horas semanais.

Mas as reivindicações da categoria vão além da remuneração. Eles pedem por melhorias na infraestrutura das escolas e cumprimento do repasse do percentual mínimo de 35% do Estado para a Educação, conforme previsto na constituição.

Consequências


Hoje, Mato Grosso conta com 39 mil trabalhadores da educação que, com a greve, afetam as atividades em 744 escolas do Estado.

Com a greve, o ano letivo de 2013 dos alunos da rede pública deverá ser finalizado apenas no ano que vem.

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COMENTÁRIOS
11 Comentário(s).

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ROSEMAI MARIA VICTORIO  10.10.13 19h33
Por que os alunos não vão cobrar do Sr. Governador o fim da greve, ao invés de ficar em casa, já que são os grandes prejudicados? Me espanto que alguns achem que esse salário é bom. Não devemos comparar os 065salários com os de professores de outros Estados e sim com os de outra categoria que tem o mesmo tempo de estudo e até menos e chegam a ganhar o triplo e até mais que um professor.
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Luana  10.10.13 19h30
José Bonifácio. Nenhum pouco preocupada com a sua opinião, se eu escrevo errado, ou acentuo errado, não é problema seu!!!! Fico agradecida, é sempre bom ouvir sobre nossos erros, assim podemos concerta-los. Ao invés de você vir me corrigir virtualmente, volte pra sala de aula e vá lecionar, pois os alunos estão sem aula. A carapuça te serviu bem!!!! Assim você observou meus erros, olhe pra você e enxergue os seus.
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antonio peireira  10.10.13 18h09
Acho que a direção do Sintep estadual está perdendo um grande momento na história da luta sindical. Essa proposta não é das melhores, sem dúvida, mas já conseguimos grandes avanços. Recordo aos mais novos na educação que já fizemos greve e retornamos somente com a formação de uma comissão pra estudar a arrecadação dos impostos do estado com vistas ao aumento do salário. Dessa vez temos uma pauta concreta. Não podemos negar que o piso é um dos maiores do país. Em três anos será integral a hora atividade aos interinos, enfim. Aqueles que discursam pra continuidade da greve no estado, fizeram uma greve de três dias em Cuiabá, que, não paga o piso, depois de uma audiência com o prefeito voltou ao trabalho, com a indicação de aumento somente em 2014, em duas vezes. Por que será que essa turma está tão radical com o estado. Companheiros/as do Sintep estadual abram os olhos, tem mosca nessa sopa.
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VALTER PINHEIRO  10.10.13 17h58
Esse é o governo do PMDB. O Silval Barbosa deveria ser mais flexível.
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Edivaldo  10.10.13 17h19
O piso salarial da categoria hoje é de R$ 1.566,64, segundo o Sintep-MT. +100% pra 20 horas de trabalho, passam a ser um dos melhores salários do Brasil.
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