AIRTON MARQUES
DA REDAÇÃO
O governador Pedro Taques (PSDB) defendeu a postura do candidato a prefeito de seu grupo, Wilson Santos (PSDB), que no debate realizado pela TV Record, neste domingo (23), manteve o tom mais crítico de campanha, ao acusar seu adversário, Emanuel Pinheiro (PMDB), de ter recebido R$ 4 milhões de propina da empresa Caramuru Alimentos, com sede em Itumbiara (GO).
Taques acompanhou o debate na sala do presidente do Grupo Gazeta de Comunicação, João Dorileo Leal, e saiu da emissora ao lado do candidato.
“O debate tem que ser dessa maneira, mostrando propostas, mas o cidadão tem o direito de saber quem é quem, nesse momento em que estamos passando. Isso precisa ser investigado. Tenho certeza que isso irá ocorrer”, afirmou.
O debate tem que ser dessa maneira, mostrando propostas, mas o cidadão tem o direito de saber quem é quem
Quanto à acusação, o governador relembrou que, no início de sua gestão, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec) realizou uma auditoria nos contratos de empresas que se beneficiaram ao serem enquadradas no Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic).
De acordo com Taques, o resultado dessa auditoria já foi encaminhado aos órgãos de fiscalização.
“Isso está na Controladoria Geral do Estado, e já foi enviado ao Ministério Público. Objetivamente, da Caramuru, eu não sei se existe esse documento comprometedor. Não tenho ideia”, afirmou.
De acordo com a denúncia de Wilson, o esquema teria sido articulado pelo ex-secretário de Estado Allan Zanata, que ocupou a Secretaria de Indústria e Comércio durante o governo de Silval Barbosa (PMDB), com o objetivo de beneficiar o deputado Emanuel Pinheiro.
Parte do dinheiro da propina teria sido depositada em uma conta corrente de Bárbara Pinheiro, cunhada de Emanuel, casada com Marco Pólo Pinheiro, conhecido como Popó.
Esse dinheiro teria sido usado para construir uma cozinha industrial para atender a demanda da empreiteira Aurora Construtora, com sede em Cuiabá.
Na tarde desta segunda-feira (24), Wilson se comprometeu a apresentar os documentos que, segundo ele, comprovam as acusações feitas durante o debate à Delegacia Fazendária (Defaz), que já investiga fraudes na concessão de incentivos, na Operação Sodoma.
Relação com Emanuel
O governador evitou comentar sobre a eventual vitória do candidato adversário, Emanuel Pinheiro. Questionado sobre como seria o relacionamento institucional com uma gestão municipal de oposição, o governador disse que ainda não é o momento de pensar nisso.
“Eu espero que domingo nós venceremos as eleições. Depois nós falaremos sobre isso. Não vou jantar antes de almoçar”, disse.
“Para está última semana de campanha, é o momento de muito trabalho e rua, além de Wilson mostrando que o nosso grupo tem as melhores propostas”, completou.
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