Dezembro é um mês em que as pessoas se sentem mais solidárias. Segundo a neuropsicóloga Gracielle Girardello, o comportamento muda nessa época do ano, seja motivado pelo clima de reflexão e solidariedade, ou pelas festividades e pelo consumismo.

"As pessoas atualmente acreditam menos na proposta do Natal. [...] Na maioria das vezes, as pessoas não param para pensar no Natal como um símbolo de amor e de afeto"
Em entrevista ao
MidiaNews, Girardello, que atua na área há 20 anos, afirma que, atualmente, o marketing e o consumo se tornaram sinônimo do Natal, e que o verdadeiro significado da data está se perdendo a cada ano.
"As pessoas atualmente acreditam menos na proposta do Natal. Na maioria das vezes, as pessoas não param para pensar no Natal como um símbolo de amor e de afeto", disse.
Para a neuropsicóloga, a preocupação em trocar presentes acabou transformando a data, que serviria para o fortalecimento dos laços familiares, em uma época de "trocar presentes para indicar afeto".
"O verdadeiro presente é aquilo que você faz, e não aquilo que você dá. Trocar presentes não indica afeto, necessariamente. Pode até indicar, mas não é algo que é verdadeiro, na maioria das vezes. A gente cansa de ver pessoas que realmente nem vão com a cara uma da outra e que trocam presentes nesse momento", afirmou.
O estresse criado pelo fim de ano reflete, inclusive, no aumento dos casos de depressão e de suicídio. Segundo Girardello, estudos comrpovam que, de 21 a 28 de dezembro, os números de suicídios aumentam de 3% a 8% no mundo.
“O motivo disso é o abandono e a falta de estrutura familiar. A depressão natalina existe, pois esse é o tempo que as pessoas param para refletir e acabam achando que não precisam mais viver”, disse.
Confira abaixo os principais trechos da entrevista completa com a neuropsicóloga Graciele Girardello.
MidiaNews - Nesta época de final de ano as pessoas, geralmente, estão mais solidárias, mais sensíveis. O que explica esse comportamento?
Tony Ribeiro/MidiaNews
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"É como se tudo tivesse começo, meio e fim. Então, as pessoas veem essa data como se estivessem terminando um ciclo"
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Gracielle Girardello – É como se tudo tivesse começo, meio e fim. Então, as pessoas veem essa data como se estivessem terminando um ciclo. Eu não sou a dona da verdade, mas atualmente as pessoas sofrem porque nem a família é composta normalmente. Aquela formação "Natal mais Família é igual a festa feliz no fim do ano" não existe mais. Em alguns casos, são filhos escolhendo passar com pais ou mães porque todos estão se separando. Essa equação, que pode causar uma estabilidade nos lares, acaba fugindo do controle. Hoje os casos de separação são bem maiores do que os de enlaces matrimoniais. E essa questão de você encerrar um ciclo mexe muito com a elaboração de várias coisas da pessoa, inclusive do luto, das perdas do tempo que passou. E isso tudo vem no momento em que Cristo é uma referência. O nascimento dele é um marco e nesse marco as pessoas começam a refletir mais, começam a pensar mais sobre o aconteceu no decorrer do ano. A sensibilidade e a generosidade é algo que é mais sentido no Natal. E por ser lembrado como um fechamento do ciclo, é também considerado um período melancólico. Eu estava lendo uma pesquisa de um neuropsicólogo que explicava que a data é considerada a "data do choro", porque as pessoas se voltam para si e para a família. Ou então se isolam disso. Pois quem não tem uma família formada, ou quem tem uma família, mas está passando por problemas, ficam à margem. A distância gera emoções com referência a solidão e a reflexão interior. Aí muitos perguntam: por que no Natal e não no Ano Novo? Na verdade, a data do Ano Novo é uma troca. O Natal é uma data introspectiva, mais família, e o Ano Novo é uma festa mais aberta, mais pra fora. É alegria, é fogos, é multidão, é agito. Já o Natal é um momento com a família, em casa reunidos, com alguns amigos próximos, embora haja muito hoje a marca do consumismo implantado na cabeça das pessoas, com a questão de presentes.
MidiaNews - Essa solidariedade de fim de ano está ligada a algum tipo de culpa? Por exemplo, uma pessoa que não olha para o próximo o ano inteiro e agora se sente na obrigação de fazer doação, por exemplo?
Giardello – Normalmente, sim. Isso tem muito haver com a culpa, porque fora da culpa está a responsabilidade. Normalmente, a solidariedade vem para suprir alguma coisa que eu fiz de errado. Por exemplo, eu errei, respondi fulano errado e não deveria fazer aquilo. Em contrapartida, eu faço algo para ficar de bem comigo. Então a solidariedade vista desse ponto é algo muito mais pra conforto individual do que ajuda para o próximo. Pois quem tem uma proposta em relação aos outros não o faz em momento pontual, ele tem apenas uma proposta de ajudar. Esse negócio de chegar o fim do ano e as pessoas se juntarem e ajudarem o próximo é muito bom para quem tá recebendo e deve ser feito, sim. É válido, sim, mas não para quem está fazendo isso para retratar a si mesmo.
Tony Ribeiro/MidiaNews
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"Independente da idade ou religião, a pessoa faz a solidariedade do fim ano. Dá um presente pro filho, mesmo se passou o ano todo sem pegar o coitado no colo"
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MidiaNews - Isso estaria, também, ligado à religião?Girardello – Essa retratação não está ligada a religião. Está ligada ao eu íntimo da pessoa. Independente da religião, a pessoa tem amigos e precisa fechar o ciclo com tudo quite, ou tendo um balanço final como favorável. Independente da idade ou religião, a pessoa faz a solidariedade do fim ano. Dá um presente pro filho, mesmo se passou o ano todo sem pegar o coitado no colo. É aí vai aceitando, como se dissesse: estou "ok" e posso começar o ano sem ressentimentos.
MidiaNews - As pessoas deveriam, neste período, realizar balanços e reflexões sobre como foi o ano? O que pode, ou deve, ser objeto dessa reflexão?Girardello – Na minha opinião, o objeto de reflexão deve ser feito diariamente e não só na última semana do ano. Se todo final de dia a gente pudesse parar e ver se conseguimos bater nossa meta, ou até mesmo no fim do ano ou do mês, isso melhoraria a alto estima e desempenho em tudo. Mas, produtivamente, se você não fizer isso, tem pouco efeito. Se você faz apenas uma fez, tem um "efeito placebo". Uma reflexão por ano é muito pouco. Se você for refletir como um todo, motivos da vida, família e reflexão de uma perda ajudam a pessoa a parar e pensar até no excesso de trabalho. Acho que a própria vida te mostra onde você tem que parar e refletir.
MidiaNews - Atualmente as pessoas projetam, também, metas para o próximo ano. O marketing do ano novo ajuda o plano a ser traçado e cumprido? Girardello – É normal fazer projeto, iniciar uma nova proposta e tem gente que consegue cumprir. Parar de fumar e começar um regime são as principais. Mas sempre é tempo para começar. Por conta dessa coisa de 12 meses, do marketing que planta nas músicas e propagandas que é tempo de recomeço, que é final do ano, as pessoas projetam coisas. Porém, mais que prometer é cumprir e imaginar como isso será cumprido, por que quem promete não pode sair no prejuízo ou se perder na promessa. Tudo tem seu tempo, mas é sempre tempo de recomeço.

"Na minha opinião, o objeto de reflexão deve ser feito diariamente e não só na última semana do ano. Se todo final de dia a gente pudesse parar e ver se conseguimos bater nossa meta [...] isso melhoraria a alto estima e desempenho em tudo"
MidiaNews - Como a senhora analisa o consumismo nesta época de ano? É algo saudável, ou pode chegar a ser considerado “doentio” em casos extremos?
Girardello – Não acho que seja doentio da cabeça das pessoas, mas sim de um viés maior da sociedade em que vivemos. Se você perceber, as maiores datas são consideradas datas de festas, como é o caso de Dia das Crianças, Dia das Mães, Dia dos Pais. Aí entra o marketing, que apropria do afeto da pessoa e a alia a comprar. Eu penso que isso é o primeiro passo. O segundo somos nós. A própria sociedade nos exige, no sentido de que devemos, sim, dar presentes nessa época. Tem que dar presente pro seu filho, um presente pra sua mãe e o presente para um escritório. E isso aumenta mais essa coisa do consumismo. E, nesse sentido, temos que ficar atentos, porque uma filosofia da psicologia estuda que o verdadeiro presente é aquilo que você faz e não aquilo que você dá. O primeiro presente é aquilo que a pessoa faz para si e para os seus amigos. Não precisa fazer apenas mostrando, mas a pessoa pode construir algo, escrever ou declarar. Por isso não temos que só pensar em gastar, porque senão a proposta de não se endividar acaba indo por água abaixo por conta do consumismo. Apesar do conselho, sabemos que ainda o Natal é marcado pelo consumismo.
Tony Ribeiro/MidiaNews
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"É muito mais fácil você comprar um presente e dar pra alguém do que fazer uma análise do que foi feito de errado. Enquanto isso o verdadeiro significado do Natal é deixado de lado"
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MidiaNews - Então o Natal perdeu o seu real significado? Virou apenas sinônimo de consumo?Girardello – Eu penso que sim. No Natal, claro que não generalizando, porque várias pessoas vão ao culto, missa e outras sessões religiosas, em comemoração ao nascimento de Cristo, mas ainda são menos que no passado. Mesmo sabendo que foi a igreja católica que criou que dia 25 de dezembro como data do nascimento de Cristo. A data foi criada, mas mesmo sendo uma data criada por uma religião, as pessoas acreditam menos hoje do que já acreditaram no passado. Na verdade, as pessoas atualmente acreditam menos na proposta do Natal. Houve momento que a história nos remetia ao nascimento de Jesus, sendo ele uma alma boa, uma alma que seria de uma pessoa que se entregaria a Deus. Mas a partir do momento que se acredita menos no Cristo, as pessoas acreditam que podem fazer outras coisas ao invés de fazer a comemoração do aniversário do filho de Deus, criar coisas para a figura do aniversariante, refletir sobre a data, sobre o período. É época de reflexão e pensamento sim, mas não é o que a gente vê. As pessoas, na maioria das vezes, não param para pensar no Natal como um símbolo de amor e de afeto. Trocar presentes não indica afeto, necessariamente. Pode até indicar, mas não é algo que é verdadeiro, na maioria das vezes. A gente cansa de ver pessoas que realmente nem vão com a cara uma da outra e trocam presentes nesse momento. Em minha opinião, elas acreditam menos na data do nascimento de Cristo e na proposta que tem essa data. É muito mais fácil você comprar um presente e dar pra alguém do que fazer uma análise do que foi feito de errado. Enquanto isso, o verdadeiro significado do Natal é deixado de lado.
MidiaNews - A impressão que se tem é de que cada vez há mais pessoas deprimidas na sociedade, principalmente nessa época. A senhora concorda? A que se deve isso?

"[...] na época do fim do ano, a depressão aumenta porque mexe com questões interiores. Existe uma depressão chamada Depressão Pré-Natalina. Isso não acontece no ano novo, porque é a data considerada de maior festa, bebedeira"
Girardello – São dois fatores. O primeiro é que nesse período a doença começa a ser mais propagada e conhecida. Tipo, se cada vez mais se conhece mais essa doença, mais pessoas são diagnosticadas. Aquele que antes era chato, bobo, triste, sem graça, passa a ser visto como uma pessoa doente, deprimida. Aí, crescem os casos de depressão. O segundo fator é a sociedade. O tempo inteiro tem que ser um bom profissional, um bom pai ou mãe, tem que estar bonita, tem que ter dinheiro, tem que ter um carro, e todo esse excesso de ter gera na gente uma expectativa a respeito de nós mesmos. E quando não conseguimos atingir isso, gera tristeza, depressão. Aí podemos falar sobre a solidão e abandono, que não há mais troca afetiva como havia, de pai e mãe. Hoje raramente se vê uma família unida, pois na maioria dos casos houve separação. Por isso temos vários fatores que fazem uma pessoa se deprimir com facilidade. E entre as questões afetivas, a gente ressalva a questão biológica. Em alguns casos a depressão é orgânica, onde a pessoa não tem o que reclamar para estar doente, mas não consegue se levantar da cama para escovar os dentes.
MidiaNews - Qual a saída, nesses casos?
Girardello – É necessário um psicólogo, mas a medicação é totalmente importante. Já na época do fim do ano, a depressão aumenta porque mexe com questões interiores. Existe uma depressão chamada Depressão Pré-Natalina. Isso não acontece no ano novo, porque é a data considerada de maior festa, bebedeira - na maioria das vezes - e muita farra, porque sempre nos preparamos para uma coisa que vai começar e logo em seguida já tem Corrida de Reis, Carnaval e sempre esperamos mais dessa data. Já o Natal é questão de família. Mas se você está só ou a família não está bem faz com que tudo se amontoe sobre a pessoa. Chega como uma bagagem pesada e faz com que a pessoa tenha o dia 25 de dezembro como uma data nostálgica. E por conta disso, eu me arrisco a dizer, que essa depressão empurre a pessoa para o consumismo. Porque, se não estou bem, vou buscar uma coisa que me deixe bem e compras deixam as pessoas bem. Isso tanto com mulher quanto com homens. O homem só não gosta de fazer o que a mulher faz, que é ir ao shopping e fazer uma via sacra de experimentar 300 calças e só levar duas ou nenhuma e depois ir em outro lugar comprar.
MidiaNews - O ritmo da sociedade, a competição e o consumismo são fatores que explicam esse sentimento de depressão ou de “vazio interior”?Giardello – A sociedade exige muito das pessoas. E se no trabalho você é bem sucedido, você é cobrado em casa. E se em casa e no trabalho você é bem sucedido, aí você é cobrado mais ainda no trabalho. Aí você oferece mais um pouco no seu trabalho e acaba se desgastando. Toda essa pressão que a sociedade causa na gente, acaba causando o famoso estresse. Ai eu digo estresse não no sentido de sentir isso, mas sim de ir montando uma cadeia dentro da gente que leva a um monto que a pessoa fala: “eu nunca vou ser o que as pessoas esperam de mim”. Será que estou agradando a todos? Essa pergunta é constantemente feita, já que a gente gostaria de agradar. A gente nasce com esse desejo. Nós queremos sempre fazer coisas boas para os outros, para que os outros me vejam com outros olhos. Teoricamente é comprovado que as pessoas até morrem mais no período do fim do ano. O número de suicídios são grandes devido a falta de uma conversa, da ajuda de um profissional e da presença da família.
MidiaNews - Como lidar com isso?Girardello - Cada um tem que lidar com isso da melhor maneira possível. A psicologia vem ajudar nesse sentido porque coloca a pessoa para refletir e pensar. Ajuda a pessoa em questão que ela não consegue perceber, mas se tem a ajuda de um profissional ela vai conseguir enxergar melhor.

"A gente nasce com esse desejo. Nós queremos sempre fazer coisas boas para os outros, para que os outros me vejam com outros olhos. Teoricamente é comprovado que as pessoas até morrem mais no período do fim do ano"
Talvez buscando ajuda na família, pedindo opinião de pai, mãe, esposa, filho. Mas com certeza o psicólogo ajuda muito. Eu sou até suspeita em falar isso, mas, pra mim, terapia é para todos. Financeiramente não é acessível para todos, mas se todos pudessem parar um momento da semana e refletisse sobre o que fizemos nos últimos dias, com certeza iríamos acertar mais e errar menos. Mas não fazemos esse caminho. Primeiro precisamos errar e errar de novo para tentar acertar com ajuda de alguém.
MidiaNews - As pessoas também se expõem, cada vez mais, nas redes sociais, sempre querendo mostrar que estão “bem e felizes”. Como a senhora analisa isso?
Girardello – A rede social é uma ferramenta de comunicação maravilhosa, mas é um perigo. A gente pode dar como exemplo essa moça que pulou de um prédio, em Cuiabá, na semana passada. Ela era uma menina de classe média, estudava na UFMT, participava de roda com amigos e tudo era visto por fotos no Facebook. Isso prova que a rede social dificilmente mostra o que a pessoa está sentindo, salvo raras exceções. Tirando as brigas, ofensas e outros tipos de críticas que aparecem lá.
MidiaNews - Como encarar as redes sociais?
Girardello – As redes podem ser levadas de forma mais 'light'. Elas foram criadas para você se comunicar a distância com parentes que estão longe. Algumas vezes podemos notar algumas frases de avisos, como foi o caso que aconteceu com essa moça que morreu semana passada. Ela deixou a marca dela postando o poema sobre traumatismo craniano. Na psicologia, não existe uma pessoa quase suicida, aquele que ameaça muito, aquele que toma remédio e que corta o pulso bem devagar para sofrer, ele não é um suicida. Ele está de uma outra forma buscando sofrimento de si só. Agora, o suicida, ele não avisa, ele vai e se mata. Ela só avisou que na frase “Mergulho profundos e sentimentos rasos” ela tentava ligar o momento dela com o que aconteceu. Já no final do ano essa situação se agrava, um estudo com base em todos os dados da psicologia do mundo comprova que entre 23 e 28 de dezembro os suicídios aumentam de 3% a 8%. O principal motivo é a falta de alguém, o desprezo e o estado de espírito. Como dezembro é um tempo de reflexão, a vontade de se matar só aumenta. A nossa meta é evitar isso, mas nesse período é quase inevitável quando a pessoa já está decidida.
Tony Ribeiro/MidiaNews
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"A rede social dificilmente mostra o que a pessoa está sentindo, salvo raras exceções"
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MidiaNews - Em sua opinião esse excesso de exposição é inadequado?Girardello – Por vários motivos é totalmente inadequado. Quem posta demais corre até um certo risco. Tem gente que toda hora posta: “partiu shopping, partiu casa do pai, partiu casa da mãe, partiu casa de amigo”. A exposição frequente pode causar até bullying, porque depois de uma foto postada começa as pegadinhas e a pessoa, na maioria das vezes adolescentes, pode ser ridicularizada na sala de aula. Isso é mais frequente em caso de adolescente. Porque é normal do adolescente postar muito, é algo que ele quer fazer por querer estar igual no grupo. Então, se todo mundo do grupo quisesse ir para Chapada, ele também quer ir pra Chapada. Antigamente, antes dessa moda da internet se espalhar, a exposição era mais leve. Na minha época, por exemplo, as pessoas com quem eu andava frequentava o grupo de jovens na igreja, então as exigências eram menores. E hoje o jovem é muito exigido. Ele precisa de todas as formas estar no grupo de badalações. E isso se remete a rede social. E lá também tem o perigo das facilidades. Você pode conversar com uma pessoa que é extremamente iludida. Para cada esperto no mundo, tem um mais esperto que consegue te ludibriar. Não adianta achar que se expor demais não tem nada a ver com o que eu falei, que tem. Nas redes sociais são encontrados os maiores casos de pedofilia, encontros arranjados. Isso tudo é resultado do perigo que ela se expôs. Pior que isso é acreditar em uma conversa de uma pessoa que você nunca viu. Por isso oriento pais e responsáveis ficar atento com seus filhos e parentes. Internet é coisa séria.

"O Natal seria menos penoso, menos sacrificado, menos nostálgico se a gente parasse para pensar"
MidiaNews – Qual a dica daria a respeito das festas e reflexões do período de fim do ano? Girardello – Eu penso que o que me chama mais atenção no Natal e no ano novo são pontos que o ser humano deixa de fazer e quer fazer só na última hora. Alguns deles são os casos de promessas e outros são as reflexões. As pessoas param, é como se houvesse um 'pit stop', onde existe a obrigatoriedade de a pessoa ter de pensar sobre coisas pontuais. Precisamos parar para pensar sempre, pois as coisas acontecem toda hora e todo dia. Quem erra uma vez, vai errar duas vezes ou mais se não refletir. Se eu tivesse a pretensão de dar um conselho seria esse. A gente não precisa esperar o ano acabar para refletir sobre coisas boas e ruins que ficaram para trás. A vida nos trás isso, mas não enxergamos isso. O Natal seria menos penoso, menos sacrificado, menos nostálgico se a gente parasse para pensar. Temos que tentar fazer o melhor o ano inteiro, pois o Natal também é momento de comemorar e não só chorar ou sofrer, conforme falamos e é comprovado estatisticamente.