A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso concedeu habeas corpus, nesta terça-feira (18), aos agentes de tributo da Secretaria de Fazenda (Sefaz) André Neves Fantoni e Alfredo Menezes de Matos Júnior.
Na decisão unânime, o desembargador Orlando Perri - relator da medida - estipulou a fiança no valor de R$ 1,3 milhão para a expedição do alvará de soltura de André Fantoni e R$ 200 mil para Alfredo Menezes. Os dois serão monitorados por tornozeleira eletrônica.
Eles foram presos acusados de compor uma organização criminosa que reduziu drasticamente o valor de um auto de infração da empresa Caramuru Alimentos S/A de R$ 65 milhões para R$ 315 mil, mediante pagamento de R$ 1,8 milhão em propina, no ano de 2014.
O valor da fiança foi calculado conforme o que cada um, supostamente, teria recebido de propina.
O caso veio à tona com a Operação Zaqueus, deflagrada pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), no dia 3 de maio deste ano.
Na decisão, Perri afirmou que os acusados já foram afastados do cargo e, por isso, não oferecem mais risco ao andamento do processo.
Divulgação
O agente tributário André Fantoni, acusado de ser o líder do esquema
O HC, também se estende ao agente Farley Coelho Moutinho, que da mesma forma foi preso por suspeita de participar do esquema. Ele, no entanto, já havia conseguido soltura no dia 9 de maio por uma liminar do desembargador Orlando Perri.
Ao contrário de André Fantoni e Alfredo Menezes, Farley Moutinho não terá que cumprir nenhuma medida cautelar, visto que, segundo Orlando Perri, não há provas que demostrem que ele foi beneficiado com propina da empresa Caramuru.
O esquema
As investigações da Defaz resultaram na deflagração da Operação Zaqueus, no início de maio. Segundo o apurado, Fantoni, Menezes e Moutinho receberam R$ 1,8 milhão para reduzir a aplicação de uma multa, de R$ 65,9 milhões para R$ 315,9 mil.
Enquanto Fantoni teria arquitetado a fraude e ficado responsável pelo contato com representantes da Caramuru, Alfredo Menezes e Farley Moutinho foram os julgadores do processo em questão em primeira e segunda instâncias administrativas, respectivamente.
O esquema chegou ao conhecimento dos investigadores após o advogado Themystocles Figueiredo procurar a Defaz para negociar uma delação premiada. As afirmações dele é que serviram como base para os mandados de prisão preventiva contra os três servidores.
No início desta semana, a juíza da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, recebeu a denúncia do MPE relacionada à operação.
Os três servidores vão responder pelos crimes corrupção passiva, lavagem de dinheiro e fraude processual. André Fantoni responderá ainda por coação no curso do processo, estelionato e associação criminosa. Esta última acusação também será aplicada no caso de Alfredo Menezes.
Já Walter de Souza Júnior, representante da empresa Caramuru, vai responder por corrupção passiva, fraude processual, estelionato e lavagem de dinheiro. O empresário Alberto Borges de Souza, por sua vez, responderá por lavagem de dinheiro.
O advogado Themystocles Figueiredo, colaborador da Justiça, responderá por lavagem de dinheiro.
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3 Comentário(s).
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MANGA 13.06.17 17h52 |
MANGA, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas |
Neia Opina 13.06.17 17h20 | ||||
Por acaso esses agentes teriam condições de pagar fiança desse valor se não tivessem desviado tanto dinheiro? | ||||
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Observador 13.06.17 17h16 |
Observador , seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas |