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RETROSPECTIVA 2022
28.12.2022 | 11h01 Tamanho do texto A- A+

Caso Isabele: Soltura revolta e atiradora é hostilizada em salão

Adolescente permaneceu recolhida por pouco mais de um ano no Complexo Pomeri, em Cuiabá

Reprodução

A adolescente Isabele Ramos (detalhe), morta pela amiga no Condomínio Alphaville

A adolescente Isabele Ramos (detalhe), morta pela amiga no Condomínio Alphaville

DA REDAÇÃO

A soltura da menor que atirou e matou a amiga Isabele Ramos, em Cuiabá, por decisão do Tribunal de Justiça, neste ano, provocou revolta da família e dos amigos da vítima.  

 

A decisão foi dada pelos desembargadores da Terceira Câmara Criminal, em sessão de julgamento realizado em junho.

 

Ela ficou recolhida por pouco mais de um ano no Complexo Pomeri, após ser condenada a 3 anos de internação por ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso, quando há intenção de matar. O processo corre em segredo de Justiça.

 

Após a decisão, a mãe de Isabele, a empresária Patrícia Ramos, promoveu uma manifestação pedindo que o Tribunal de Justiça revertesse o julgamento.   

“Aqui fica o meu apelo, meu questionamento, a vida continua normal? Porque minha filha não vai voltar nunca mais, mas ela certamente vai poder desfrutar de uma vida como se nada tivesse acontecido, sem consequências dos atos, que não só ela cometeu, mas que a família também”, lamentou.

 

“É muito triste. A gente fica com um sentimento de impotência, porque ela foi julgada, condenada. Até que ponto ela não é um risco? Porque ela matou a melhor amiga”, questionou uma tia da vítima, Patrícia Araújo.

 

O protesto invadiu também as redes sociais. Amigos de Isabele subiram a hashtag #JusticaporBele no Twitter.

 

Em uma publicação, a internauta mostra o vídeo que demonstra as habilidades da menor com armas e afirma: “A assassina sabia atirar não foi acidente e ela a 'fofa' está solta”.

 

Outra publicação mostra a menor em um salão de beleza mudando a cor do cabelo. "Assassina agora tem direito a dia de princesa".

 

Em outra, a pessoa estampa a cara da atiradora e diz que tanto ela quanto o namorado da época, que praticava tiro esportivo, só estão imunes pelo “dinheiro e cor da pele”.

 

Também em forma de indignação, pais e alunos do Colégio Maxi fizeram um abaixo-assinado na tentativa de impedir que a jovem voltasse a frequentar a instituição. Com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no entanto, o colégio não pôde recusar a matricula da jovem.

 

Hostilizada em salão

 

Em novembro, a empresária C.N.R.S. foi filmada chamando a menor de “assassina” dentro do salão de beleza Belviso, em Cuiabá.

 

Ela estava no local com a mãe, fato que desagradou C.N.R.S.

 

“Eu sei que sua filha é uma assassina. Assassina. Matou a amiga. É isso que ela é”, disse a empresária.

 

O vídeo ainda mostra a mãe da adolescente e um funcionário do salão tentando retirar a mulher do mesmo espaço em que as duas estavam, mas ela se recusa.

 

“Eu quero mostrar onde ela está frequentando. A Isabele era minha filha também. Eu não quero frequentar o mesmo lugar que uma assassina frequenta. É ela que tem que se retirar”, falou.

 

Relembre

 

Isabele foi morta em julho de 2020 com um tiro no rosto dentro de um banheiro na casa da amiga, no Condomínio Alphaville.

 

A tragédia aconteceu quando o pai da atiradora, o empresário Marcelo Cestari, pediu que a filha guardasse uma arma que foi trazida pelo genro, de 17 anos, no quarto principal no andar de cima.

 

De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), no caminho, porém, a garota desviou e seguiu em direção ao banheiro de seu quarto, ainda carregando a arma. Lá, conforme a denúncia, ela encontrou Isabele, que acabou sendo atingida pelo disparo da arma.

 

A Politec apontou que a adolescente estava com a arma apontada para o rosto da vítima, entre 20 a 30 centímetros de distância, e a 1,44 m de altura.

 

Os pais da atiradora respondem um processo separado pelo caso.

 

Eles foram denunciados pelo Ministério Público Estadual por homicídio culposo, entrega de arma de fogo a pessoa menor, fraude processual e corrupção de menores.

 

O ex-namorado dela foi condenado a prestar seis meses de serviços comunitários por ato infracional análogo ao porte ilegal de arma de fogo.

 

 

 

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Graci O Miranda  28.12.22 11h16
MÃE DE ISABELE SOFRENDO, CADÊ MAIS JUSTIÇA PARA 'atiradora'? Justiça e justiça, por favor.
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