Cuiabá, Domingo, 13 de Julho de 2025
OPERAÇÃO SODOMA
16.02.2016 | 15h00 Tamanho do texto A- A+

Corregedoria abre investigação contra ex-chefe da Polícia Civil

Anderson Garcia é investigado por suposto vazamento de informações para o ex-secretário Nadaf

Divulgação/Polícia Civil

Ex-delegado geral da PJC-MT, Anderson dos Anjos: suspeito da vazar informação para Pedro Nadaf

Ex-delegado geral da PJC-MT, Anderson dos Anjos: suspeito da vazar informação para Pedro Nadaf

AIRTON MARQUES
DA REDAÇÃO

A Corregedoria Geral da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso instaurou um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra o ex-delegado geral da instituição, Anderson Garcia.

 

O procedimento foi instaurado na última sexta-feira (16), após a juíza Selma Arruda, da Vara de Combate ao Crime Organizado, enviar ao corregedor Jesse Munhoz de Lima um relatório de perícia realizada no aparelho telefônico do ex-secretário de Indústria e Comércio e ex-chefe da Casa Civil, Pedro Nadaf.

 

A perícia levantou a suspeita de que o delegado teria vazado informação sobre a deflagração da Operação Sodoma, durante a qual o ex-secretario foi preso, em setembro de 2015.

 

De acordo com a assessoria da PJC, ainda não há prazo estipulado para o resultado do PAD.

 

A suspeita do vazamento surgiu após a descoberta de um suposta conversa entre Nadaf e um perfil identificado como “Anderson-PC”, no aplicativo Wathsapp, no dia 14 de setembro de 2015, um dia antes da deflagração da operação.

 

Em entrevista ao MidiaNews, o delegado negou que tenha vazado informações para Nadaf.

 

O relatório de extração foi elaborado pela Polícia Civil e anexado à ação penal na Vara de Combate ao Crime Organizado da Capital.

 

Nadaf está preso desde o dia 15 de setembro do ano passado, no Centro de Custódia da Capital.

 

Conforme o relatório, pelo aplicativo de mensagens, Anderson Garcia teria marcado marcado um encontro com Nadaf, na sede da Academia de Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso (Acadepol), na tarde anterior à data da operação.

 

De acordo o delegado da Defaz, Nadaf teria confirmado que compareceria ao local marcado. No entanto, com o aparelho celular desligado.

 

“Frise-se que na conversa Pedro Nadaf diz para Anderson que: 'vou inclusive com este desligado, ou seja, informando que desligaria seu aparelho celular, pois o aparelho desligado não é possível identificar a localização através das erb’s, mostrando que ele não queria que tal encontro fosse descoberto”, diz trecho do relatório.

 

Além disso, de acordo com Toffoli, a conversa foi excluída do aparelho celular de Nadaf, revelando assim "a intenção de manter o diálogo às escondidas". 

 

O relatório ainda declara que Anderson Garcia foi nomeado como delegado-geral da PJC, em 2012, pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB), também preso na Operação Sodoma.

 

Além de Nadaf e Silval, o ex-secretário de Fazenda, Marcel de Cursi, também está preso no Centro de Custódia.

 

Todos eles são réus da ação penal sob responsabilidade da juíza Selma Arruda, da Vara Contra ao Crime Organizado da Capital.

 

A ação penal derivada da Sodoma ainda tem como réus: Francisco Andrade de Lima Filho, o “Chico Lima”, procurador aposentado do Estado; Sílvio Cézar Corrêa Araújo, ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa; e Karla Cecília de Oliveira Cintra, ex-secretária de Nadaf na Federação do Comércio no Estado de Mato Grosso (Fecomércio).

 

Negou vazamento

 

Por telefone, o delegado Anderson Garcia negou que tivesse informações sobre a deflagração da operação e que a tenha vazado ao ex-secretário de Estado, Pedro Nadaf.

 

“Como é que eu vou ter acesso à Operação Sodoma, se estou há um ano e dois meses na Academia de Polícia? Como vou ter acesso a uma operação que corre em sigilo? Então, não tem nada a ver, é descabido. Estou triste, estou p..., porque isso está maculando a minha imagem perante a sociedade. Vou me aposentar daqui a 14 dias, com o sentimento de dever cumprido, e me surge uma dessas?”, disse Garcia ao MidiaNews.

 

Leia mais:

 

Polícia suspeita que delegado vazou operação para Nadaf; ele nega

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COMENTÁRIOS
3 Comentário(s).

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Francisco C.de Oliveira  16.02.16 20h25
Pelo que foi escrito na reportagem, não se justifica macular a imagem de um profissional com 28 anos de carreira com base apenas em suposições. Calúnia e difamação constam na legislação brasileira como crimes e muitas vezes as pessoas se esquecem disso.
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Jota Neto  16.02.16 19h17
O Dr. Anderson é um delegado íntegro e que sempre prestou grandes serviços a Mato Grosso. Ótimo que a corregedoria vai investigar. O tempo vai mostrar a correção de seus atos.
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marcio roberto daima  16.02.16 16h07
Acredito na Palavra do Dr.Anderson, delegado dedicado ao trabalho. vai ter direito de resposta e mostra a verdade.
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