Investigações da Delegacia Fazendária e do Ministério Público Estadual (MPE) mostram que parte dos R$ 15,8 milhões supostamente desviados, por meio de um esquema de desapropriação de terras no governo Silval Barbosa (PMDB), foi transformada em ouro.
A revelação está na decisão da juíza Selma Rosane dos Santos, da 7ª Vara Criminal, que decretou, nesta segunda-feira (26), a prisão de Valdir Piran, Arnaldo Alves, Silval Barbosa, Sílvio Correia e Marcel de Cursi e várias conduções coercitivas.
Segundo as investigações da Defaz, o empresário Filinto Muller criou uma empresa de fachada, a SF Assessoria e Organização de Eventos, para lavar o dinheiro que foi rateado entre os membros da organização.
No total, dos R$ 31,7 milhões da área conhecida como Jardim Liberdade, R$ 15,8 milhões ficaram para Silval e seus subordinados.
Segundo os autos, Filinto repassou a Marcel de Cursi, ex-secretário de Fazenda, R$ 750 mil - a parte que lhe cabia no esquema.
Cursi, então, acrescentou mais R$ 250 mil ao valor e o repassou a João Justino, ex-presidente da Metamat, para que fosse providenciado a compra de 10 kg em barras de ouro.
Segundo a Defaz, as barras de ouro foram entregues, então, a Pedro Nadaf que, por sua vez, repassou pessoalmente o carregamento do metal a Marcel de Cursi, no final de 2014.
Cursi está preso desde setembro do ano passado no Centro de Custódia de Cuiabá.
As diligências realizadas, segundo a Defaz, evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda., proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado, em "benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador Silval Barbosa".
Segundo a Defaz, ficou comprovado na investigação que participaram dessa fraude além de Silval Barbosa, Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario-chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretário de Fazenda) e Arnaldo Alves de Souza Neto (ex-secretário de Planejamento).
Também participaram do esquema, segundo a Defaz, Afonso Dalberto (ex-presidente do Intermat), além do proprietário do imóvel Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro Filinto Muller e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior.
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