Cuiabá, Terça-Feira, 17 de Junho de 2025
TORTURA E ABUSO NO POMERI
11.12.2012 | 15h14 Tamanho do texto A- A+

Famílias querem indenização de R$ 500 mil por violência

Adolescentes dizem que foram vitimas de estupro e acusam agentes de omissão

MidiaNews/Reprodução

Menores denunciaram estupros e tortura dentro do Pomeri, em Cuiabá

Menores denunciaram estupros e tortura dentro do Pomeri, em Cuiabá

KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO

Os pais de dois internos do Centro Socioeducativo Pomeri ajuizaram uma ação de indenização por danos morais contra o Estado de Mato Grosso.

A ação foi motivada pela denúncia de abusos sexuais e torturas sofridas pelos adolescentes, quando eles cumpriam medidas socioeducativas na unidade, localizada no bairro Carumbé, em Cuiabá.

O documento foi impetrado pela Defensoria Pública do Estado e o valor pedido na indenização chega aos R$ 500 mil.

Consta na ação que E.O.C., 14, estava internado no Centro Acautelatório em Cáceres (225 km a Oeste de Cuiabá), onde teria sofrido abusos sexuais, e foi transferido para o Centro Sócio Educativo Pomeri, na Capital.

Já D. S. S., 16, foi transferido do município de Lucas do Rio Verde (354 km ao Norte da Capital) também para o Pomeri.

Uma investigação feita pela Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) apontou que ambos os jovens sofreram diversas violências física e psíquica. Eles também foram estuprados por outros menores que estão internados no Complexo Pomeri.

De acordo com D. S. S., no dia 24 de outubro, com a conivência e a ajuda do agente orientador que atende pelo apelido de “Wolverine”, que abriu a porta dos quartos, ele foi agredido fisicamente com o cabo de um rodo, com chutes, murros e pisadas, por outros jovens, além de ter sido abusado sexualmente por três deles.

Em razão da violência e coação, as vítimas expuseram os fatos a agentes, entretanto, nenhuma providência teria sido tomada contra os responsáveis, conforme explicou o defensor público Cláudio Aparecido Souto.

“Independentemente da questão criminal, duas ações de indenização por danos morais foram protocoladas face ao Estado de Mato Grosso, objetivando garantir a reparação do sofrimento resultante de lesão de direitos da personalidade e também tratamento psiquiátrico aos menores”, diz um trecho da ação.

“Não justifica que o Estado deixe que outros menores cometam atrocidades dentro de seus estabelecimentos contra outros menores que estão sob a sua custódia. Por isso, deve sofrer condenação pecuniária capaz de coibir essas práticas, por não cumprir com o dever de zelar pela integridade física e psicológica dos custodiados”, resumiu o defensor público.

Prisão

As investigações da DEA sobre as denúncias de estupro e torturas já levaram a Justiça a expedir ordem de prisão temporária a um agente orientador e afastar, provisoriamente, a diretora e o gerente do Complexo Pomeri.

O agente educador A. B. H., acusado de ser o responsável pelos maus tratos, que incluem abuso sexual entre adolescentes internos do Pomeri, se apresentou na manhã de segunda-feira (10) na Delegacia Especializada do Adolescente e foi preso.

Ele está com a prisão temporária por 30 dias. De imediato, ele foi submetido ao exame de corpo de delito e levado para a Gerência de Polícia Interestadual (Polinter), onde ficará preso.

A. H. teve a prisão temporária decretada pela juíza da 6ª Vara Criminal de Cuiabá, Suzana Guimarães Ribeiro Araújo, que expediu mandando de busca e apreensão nas celas do Pomeri, solicitado pelo delegado Paulo Alberto Araújo.

Outro lado

O procurador geral do Estado, Jenz Prochnow,  disse ao MidiaNews que ainda não foi notificado sobre a ação, mas que irá se pronunciar oficialmente quando receber a notificação.

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5 Comentário(s).

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Paula  14.12.12 14h35
Os pais desses menores tem que entrar na justica mesmo, é um absurdo o que acontece por trás, daqueles muros enormes, quem deveria cuidar, ajuda "menores" a violentar outros menores. Tomara que esse Defensor que está cuidando do caso, ganhe a causa. Esse agente tem que ficar preso não por trinta dias, mais por vários anos!!!
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Marci  11.12.12 17h26
É muito dificil trabalhar em um lugar desses. As autoridades deveriam ver todos os lados. To ligada que se quisessem colocariam cameras para fazer a segurança tanto dos adolescentes quanto dos agentes, mas o grande problema é que as imagens mostrariam a podridão que lá no socioeducativo. E ninguem quer q isso venha a tona, é muito facil acusar pai de familia, dificil e deixar sua familia e passar 24 horas em um plantão aguentando de tudo o que um adolescente é capaz de fazer. espero que alguem mais se manifeste a favor dos agentes.
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João Batista  11.12.12 16h56
João Batista, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
DAIANA  11.12.12 16h19
Só uma dúvida, e quem vai indenizar as famílias que já sofreram nas mãos desses menores "infratores"?
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Evaldo Steinbach  11.12.12 15h48
Tudo bem que nada justifica os abusos. Mas querer tirar dinheiro do estado, quanto as familias destes anjinhos pretende dar de indenização pelos delitos que eles cometeram e são culpados, já pensou se a moda pega, bandido pagar indenização.
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