O juiz Wagner Plaza Machado Junior, da 1º Vara Criminal de Rondonópolis ( a 218 km de Cuiabá), decretou a prisão preventiva da empresária Mônica Marchett, acusada de mandar matar os irmãos Brandão Araújo Filho e José Carlos Machado Araújo.
A decisão é desta quarta-feira (7). Os dois foram assassinados, respectivamente, em 10 de agosto de 1999 e 28 de dezembro de 2000.
Eles foram executados supostamente em razão de uma disputa de terras entre a família deles e a de Mônica Marchett.
Na decisão, o magistrado afirmou que recebeu a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra a empresária, mas a mesma não foi encontrada para se manifestar e não atendeu as intimações feitas via edital.
Segundo o juiz, "é público e notório que a acusada Mônica está foragida desta cidade há muitos anos, inclusive na ação penal anterior fora declarada não só sua revelia, como também reconhecida como foragida".
Conforme ele, tal situação reforça a determinação da prisão dela para assegurar a aplicação da lei penal.
“No caso concreto, somente a prisão da ré permitirá a continuidade do feito, posto que inclusive os advogados constituídos na outra ação penal, que seguramente sabem desta, mantiveram-se inertes, justamente porque a revelia e "sumiço" favorece à ré. Nos ditos de Eliane Cantanhêde, famosa repórter de política, em menção e crítica à soltura da "esposa do Queiroz", "no Brasil ser foragido compensa".
“Concordo totalmente com a indignação da profissional e compactuo com pensamento contrário, os foragidos devem responder à lei com seus rigores, não com benesses. É incompreensível que aqueles que, sabidamente sabem das ações penais, fujam, frustem à lei, façam pouco caso do Poder Judiciário, mas vivam tranquilamente”.
Os assassinatos
O primeiro crime aconteceu no dia 10 de agosto de 1999. Brandão foi surpreendido pelo pistoleiro Hércules de Araújo Agostinho e executado a tiros de pistola em pleno Centro de Rondonópolis.
O segundo crime foi em 28 de dezembro de 2000, quando José Carlos foi executado, a tiros de pistola 9 mm, no estacionamento da agência central do Banco Bradesco, também na região central da cidade.
Os crimes começaram a ser desvendados em setembro de 2003 pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), quando Hércules, preso para responder pelo assassinato do empresário Sávio Brandão, confessou espontaneamente a participação no assassinato dos irmãos.
Hércules não só assumiu os assassinatos dos irmãos de Rondonópolis, como participou da reconstituição dos crimes, apontou como coexecutores o ex-soldado da Polícia Militar Célio Alves, o ex-sargento da PM José Jesus de Freitas (morto pelos acusados Hércules e Célio), o capitão da PM Marcos Divino, bem como apontou a família Marchett como mandantes dos crimes.
Hércules foi condenado há 27 anos e 11 meses de prisão pelos crimes. Já Célio Alves e Marcos Divino foram condenados há 24 anos de prisão.
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