A Justiça de Mato Grosso determinou que o fotógrafo Marcelo José da Silva Figueiredo, de 45 anos, o "Tchélo Figueiredo", investigado por violência física e psicológica contra a ex-namorada, identificada como R.H.B., utilize tornozeleira eletrônica por 90 dias.
A decisão é do juiz Marcos Terencio Agostinho Pires, da 2ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher Cuiabá, e foi publicada na quinta-feira (16).
No despacho, o magistrado ainda reduziu a distância mínima que ele deve manter em relação à vítima, de mil metros para 500 metros, e entrega de botão do pânico à mulher. Agora, caso haja descumprimento das cautelares, o fotógrafo será preso.
As medidas protetivas também abragem os dois filhos menores de idade de R.H.B.
"Determino a expedição com urgência, de mandado de intimação para o representado (no endereço indicado pela vítima, advertindo-o da necessidade de cumprimento integral das medidas protetivas deferidas em favor da vítima, inclusive se mantendo afastado dela, de sua residência e se abstendo de manter contato com ela, sob pena de decretação de sua privão preventiva", decidiu.
O relato da vítima
Ao MidiaNews, R.H.B. contou que a decisão veio duas semanas após a última vez que o fotógrado descumpriu as cautelares impostas, que até então determinavam apenas a proibição de se aproximar dela e seus filhos, em um raio de mil metros.
Segundo ela, por três vezes, ele foi a uma conveniência próxima da residência dela, ocasião em que, inclusive, publicou fotos em seu Instagram, bebendo no estabelecimento. Apesar de ter recebido advertência da Patrulha Maria da Penha, isso não teria impedido o fotógrafo de continuar frequentando o local.
"A gente mora no mesmo bairro, só que ele não pode estar nas proximidades da minha casa, dentro desses mil metros, porque me coloca em risco. Eu tenho direito também de ir e vir. No final de setembro, ele fez a primeira quebra de medida protetiva. Ele veio na rua da minha casa, em um estabelecimento meio comercial", disse a vítima.
"Ficou ali, tomando cerveja, e ainda postou nos stories. Isso a duas quadras da minha casa. Realmente é uma pressão psicológica. Está me colocando em risco também. A medida protetiva também alcança os meus filhos, e ele ficou perto das crianças por duas vezes", contou.
Conforme a vítima, após os reiterados descumprimentos, ela registrou novo boletim de ocorrência, que resultou da determinação de monitoramento eletrônico do fotógrafo, a redução da distância de aproximação dela e a entrega do botão do pânico.
"O juiz entendeu que ele precisa de uma tornozeleira, porque ele não está respeitando a medida protetiva e debochando da Justiça. Porque posta nos stories, não está nem aí. É como se dissesse: 'Dane-se vocês. Eu vou onde eu quero'. Isso tem me abalado muito psicologicamente. Inclusive, eu estou com o dificuldade para sair de casa e de levar uma vida normal", disse a vítima.
"Eu estou presa há meses dentro de casa. Para levar meus filhos à escola, eu tenho que entrar rápido no carro e sair. Para ir ao supermercado, eu tenho que ir dois bairros distante da minha casa. Minha vida está totalmente alterada. A minha rotina, o meu psicológico, a minha vida profissional, porque ele simplesmente não cumpre uma medida protetiva".
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.
Outro lado
Procurado pela reportagem, o fotógrafo informou que irá se manifestar somente por meio de seu advogado.
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