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PAGAMENTO DE DÍVIDAS
16.05.2012 | 16h03 Tamanho do texto A- A+

Mansão de empresário morto em Chapada vai a leilão

Osmar Borges, que morreu em 2007, foi acusado de desviar dinheiro público

Divulgação

Igreja de Santana, em Chapada; no destalhe, Osmar Borges, morto em 2007

Igreja de Santana, em Chapada; no destalhe, Osmar Borges, morto em 2007

LAICE SOUZA
DO MIDIAJUR

A mansão do empresário José Osmar Borges, localizada em Chapada dos Guimarães (67 km ao Norte de Cuiabá) e que atualmente pertece ao seu espólio, vai a leilão no próximo dia 22. A determinação é do Juízo da 2ª Vara da comarca do município. O imóvel está avaliado em R$ 1,8 milhão.

Borges ficou nacionalmente conhecido como um dos maiores fraudadores da extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

O valor das fraudes é da ordem de R$ 133 milhões, segundo a Justiça. Ele também foi acusado de ser sócio do senador Jader Barbalho, na época deputado federal.

O empresário foi encontrado morto em dezembro de 2007, na suíte da mansão que vai a leilão.

Em 2008, o Ministério Público pediu o arquivamento do caso, sob a alegação de ausência de requisitos para a instauração de ação penal.

A investigação concluiu que ele cometeu suicídio. Ele teria ingerido sustância química conhecida como “chumbinho”.

Dívidas

O imóvel será utilizado para quitar dívidas contraídas pelo empresário junto à Supracred Fomento Comercial, União e Justiça do Trabalho. O leilão acontecerá no Fórum de Chapada dos Guimarães, a partir das 14 horas. 

O empresário tinha dívidas com a Supraced no valor de R$ 2 milhões. Já na Justiça do Trabalho, a quantia ultrapassa R$ 750 mil, somando todos os processos que já estão na fase de execução.

De acordo com o edital de 1ª e 2ª praças, que consta dos Autos nº 1707-65.2011.0024, do Juízo da Segunda Vara de Chapada, nesse primeiro leilão, o imóvel poderá ser arrematado pelo maior lance acima da avaliação.

“Não havendo licitantes ou ofertas nessas condições na primeira data, na segunda, o bem poderá ser arrematada pelo maior lance, independentemente do valor da avaliação, ressalvada hipótese de preço vil”, diz trecho do edital.

Morte e negócios obscuros

Por volta das 11 horas do dia 3 de dezembro de 2007, José Osmar Borges foi encontrado morto na suíte de sua mansão. Na ocasião, a Polícia apontou que os indícios reforçavam a hipótese de suicídio, apesar de ele ser conhecido, na época, como um homem que levava uma vida de ostentação e que se envolvia em negociações obscuras.

O corpo dele foi encontrado intacto no tapete do quarto por um de seus funcionários. Segundo as informações, Borges tinha o hábito de acordar todos os dias por volta de 5h30 e, naquele dia, ele demorou muito para se levantar. “A porta estava trancada e um funcionário invadiu o quarto pela sacada.

Na boca de Borges havia uma grande quantidade de espuma e, ao lado do corpo, um bilhete com os dizeres “A dor foi grande, não deu”. A polícia encontrou “chumbinho”, um veneno para matar ratos, dentro de um copo de bebida que estava na mesa da suíte. A escova de dente ainda estava molhada, ele a teria usado para eliminar o sabor do veneno.

A família teria afirmado que o empresário vinha apresentando sinais de depressão, nos últimos meses antes da morte. “Ele estava com câncer no cérebro. Foi o que disseram os familiares”, relatou o então delegado da cidade, João Bosco de Barros. 15 dias antes, Borges passou por uma cirurgia na cabeça por causa da doença.

A mansão, que tem cerca de 17 mil metros quadrados, naquela época, tinha mais de 10 seguranças e nenhum deles viu ninguém entrar nos limites da área na noite anterior à morte do empresário.

Durante a semana, ele fazia diariamente o trajeto de Chapada dos Guimarães a Cuiabá de helicóptero. O meio de transporte foi adotado para garantir segurança. Depois que o empresário foi vítima de dois seqüestros em julho de 2006, teria começa a sentir sentir medo e construiu um heliponto no quintal.

Além de o empresário ser conhecido pelas fraudes na Sudam, cujo desvio é da ordem de R$ 133 milhões, nos valores de 2001, ao Governo do Estado Borges devia R$ 9,5 milhões em impostos, que sonegou na década de 90 com suas empresas.

Três dos cinco processos por crime contra o sistema financeiro expiraram. O prazo de 12 anos não foi suficiente sequer para ele ser interrogado pelo Judiciário.

Com informações do Diário de Cuiabá

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COMENTÁRIOS
7 Comentário(s).

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Marluce Laiz de Alcântara.  17.05.12 18h26
Marluce Laiz de Alcântara., seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Juarez   17.05.12 17h39
Engraçado...E o pior que ele deixou varias viuvas jovens que iam nas baladas que promovia em sua residência...Sera que era mesmo Câncer ou outra coisa? galera que anda com as mesmas garotas que ele ABRAM O OLHO!
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renata  17.05.12 08h56
renata, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Paulo Cezar Ourives Luz  17.05.12 08h51
A justiça divina veio antes da dos homens !
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mauro  16.05.12 17h15
tem rico que não sabe viver, os negocios vivem por ele, ai sente solidão, a familia no caso não devia ta com ele, ai acontece isso....
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