Cuiabá, Sexta-Feira, 20 de Junho de 2025
DANOS AMBIENTAIS
16.01.2019 | 14h39 Tamanho do texto A- A+

MPE aciona hospital por lançar esgoto em córrego de Cuiabá

Promotor diz que sistema de tratamento de esgoto do hospital está operando em total ineficiência

Graci Ourives de Miranda

Hospital Julio Müller: sem alvará e despejo irregular de efluentes

Hospital Julio Müller: sem alvará e despejo irregular de efluentes

DA REDAÇÃO

O Ministério Público Estadual (MPE) acionou o Hospital Universitário Júlio Müller na Justiça Federal por irregularidades verificadas no sistema de tratamento de efluentes da unidade e a ausência das licenças ambientais necessárias para o seu funcionamento. Também são alvos da ação civil pública a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT),a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH e o Município de Cuiabá.

 

Na ação, o promotor de Justiça Gerson Barbosa destaca que os efluentes da referida unidade hospitalar estão sendo lançados irregularmente no córrego Canjica. Fiscalização realizada pela Companhia de Saneamento de Água e Esgoto (Sanecap) comprova que o Sistema de Tratamento de Esgoto do hospital está operando em total ineficiência.

 

Conforme o promotor de Justiça, antes de ingressar com ação, o Ministério Público tentou solucionar o problema por meio de termo de ajustamento de conduta. Na ocasião, o Estado de Mato Grosso se dispôs a pagar a construção de uma Estação de Tratamento de Esgoto no local, mas, para isso, necessitaria de projeto.

 

O licenciamento ambiental é essencial para funcionamento de qualquer estabelecimento, e em se tratando de um hospital, com elevado número de atendimentos diários, torna ainda mais grave a ausência de licenças e autorizações

O promotor de Justiça ressalta, no entanto, que “o projeto não foi executado porque, absurdamente, a UFMT, por intermédio da Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia cobrou do Hospital Universitário Júlio Muller cerca de R$ 1 milhão de reais apenas para elaborar o projeto para construção da ETE”.

 

Além das irregularidades relacionadas ao sistema de tratamento de esgoto e licenciamento ambiental, o hospital também não possui alvará de prevenção contra incêndio e pânico, plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde e alvará sanitário. Também utiliza poço tubular como licença de operação vencida.

 

“O licenciamento ambiental é essencial para funcionamento de qualquer estabelecimento, e em se tratando de um hospital, com elevado número de atendimentos diários, torna ainda mais grave a ausência de licenças e autorizações”, destacou.

 

O promotor de Justiça ressalta que “se medidas não forem adotadas para promover o tratamento de efluentes produzidos pelo Hospital, bem como evitar o lançamento de resíduos no córrego Canjica, em poucos anos a sociedade cuiabana terá que lidar com a contaminação generalizada dos córregos da cidade, comprometendo o abastecimento de água na Capital”.

 

Na ação, o MPMT requer, em síntese, ao Poder Judiciário que os requeridos sejam condenados a não procederem ao lançamento de efluentes de esgoto sem tratamento. Além disso, deverão adotar as medidas necessárias para obtenção das licenças para funcionamento; elaboração e execução de plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde e execução do tamponamento do poço tubular existente no Hospital Universitário Júlio Müller.

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
0 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Preencha o formulário e seja o primeiro a comentar esta notícia