Cuiabá, Domingo, 6 de Julho de 2025
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19.04.2025 | 08h28 Tamanho do texto A- A+

PF aponta risco de vazamento e pede que inquérito saia do STJ

Pedido baseou a última fase da Operação Sisamnes, que cumpriu ordens judiciais no Estado do Tocantins

Reprodução

A sede do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília

A sede do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília

DA REDAÇÃO

A Polícia Federal citou "riscos concretos" de vazamento de investigações que tramitam no STJ (Superior Tribunal de Justiça) ao apresentar pedido para que um inquérito que estava na corte fosse transferido para o STF (Supremo Tribunal Federal).

 

A investigação visará desvendar a origem e os respectivos responsáveis pelo 'vazamento' de informações relacionadas a investigações sigilosas

A informação foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta sexta-feira (18). O pedido da PF embasou a fase mais recente da Operação Sisamnes, que foi aberta inicialmente para investigar suspeitas de venda de decisões judiciais em gabinetes do STJ relacionadas ao lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, de Mato Grosso.

 

A primeira fase da Sisamnes cumpriu mandados de busca contra os desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Sebastião Moraes Filho e João Ferreira Filho, que já estavam afastados do cargo por ordem do Conselho Nacional de Justiça.

  

As atividades suspeitas de Andreson vieram à tona – e deflagraram uma crise no Judiciário – por causa de mensagens encontradas no celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado a tiros em dezembro de 2023 em Cuiabá.

  

Segundo a Folha, a PF afirmou que, frente ao risco de vazamento, "não resta uma alternativa senão provocar a atuação excepcional do Supremo Tribunal Federal para assumir a supervisão do presente inquérito policial".

  

No documento, que está sob sigilo, a PF apontou a probabilidade de vazamento de informações de um caso que apura justamente o vazamento de operações policiais em gabinetes do STJ. O inquérito não investiga diretamente ministros da corte.

  

Conforme a Folha, essa última fase da operação não tem até o momento indícios de envolvimento de Andreson, e trata de vazamentos de informações de dentro de gabinetes do STJ.

  

Na última fase da Sisamnes, foi cumprido um mandado de prisão contra Thiago Barbosa de Carvalho, que é o sobrinho do governador, que não foi alvo da operação.

  

Também foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão. Entre outros itens, os policiais encontraram cópias de inquéritos em um computador que era usado por Thiago.

  

Ao deflagrar a operação, Zanin afirmou que as medidas por ele determinadas são "uma resposta do STF diante da gravidade dos casos narrados pela PF, que mencionam, de forma verdadeira ou não, ministros do STJ".

  

Os vazamentos

  

Os investigadores começaram a desconfiar desses vazamentos ao analisar celulares apreendidos na Operação Maximus, sobre vendas de decisões do Tribunal de Justiça do Tocantins.

  

Em gravação de um telefonema de junho de 2024, um sobrinho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) conversa com um desembargador sobre "companheiros em Brasília" que ficariam monitorando informações do STJ.

  

Ele menciona informações que seriam dos inquéritos sigilosos relacionados à própria Maximus e a outra operação, que investigava suspeitas de desvios na distribuição de cestas básicas no período da pandemia.

  

Ao pedir a autorização para prisão preventiva, buscas e apreensões e análise dos materiais que seriam coletados para investigar se houve vazamentos, a Polícia Federal pediu que o caso ficasse sob responsabilidade de Zanin.

  

Os delegados justificam que, embora não haja indicativos diretos de que ministros do STJ que têm foro especial no Supremo tenham cometido irregularidades, "as particularidades do caso e, mais ainda, o escopo da investigação reclamam uma atuação excepcional da Corte Suprema, o que certamente assegurará a efetividade do trabalho investigativo".

  

A PF diz que "do conteúdo das mensagens trocadas entre os interlocutores que deriva a probabilidade de os vazamentos de informações e documentos sigilosos terem saído do Superior Tribunal de Justiça, incluindo, aqui, os gabinetes de ministros do Superior Tribunal de Justiça".

  

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