Presa em Portugal por suspeita de envolvimento em um esquema de tráfico internacional de drogas, a doleira Nelma Kodama deverá passar pelo processo de extradição antes de voltar ao Brasil.
A Justiça portuguesa deu às autoridades brasileiras, em decisão desta quinta-feira, o prazo de 18 dias para fundamentar o pedido de extradição.
O pedido já havia sido feito pela Embaixada brasileira no país, mas sem apresentar a devida documentação, o que levou ao juiz do Tribunal da Relação de Lisboa a estabelecer o prazo.
Segundo os advogados de Nelma Kodama, caso a fundamentação não seja feita no tempo determinado, a doleira pode ser posta em liberdade.
A defesa responsável pela situação de Nelma, no caso atual, está a cargo do advogado Nelson Wilians.
"A empresária continua em detenção provisória até a decisão sobre o pedido de extradição. Em audiência nesta quinta-feira (21), no Tribunal da Relação de Lisboa, foi dado o prazo de 18 dias para que o Brasil apresente a documentação completa para a extradição. Confiamos na Justiça e, em breve, tudo será esclarecido e resolvido para nossa cliente", afirma Wilians.
Nelma foi detida no âmbito da Operação Descobrimento, deflagrada para combater o tráfico internacional de drogas, na terça-feira (19).
Os agentes cumpriram mandados em cinco estados - Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia, Pernambuco - e Portugal. A PF suspeita que a doleira estaria atuando na lavagem de capitais para o tráfico das drogas.
"O pedido foi feito pelo Brasil, mas ele não foi instruído com a documentação. Tendo o prazo de 18 dias, se não apresentarem a documentação, ela pode até ser liberada", diz o criminalista Adib Abdouni, que já defendeu Nelma Kodama em outros casos na Lava-Jato.
Ele diz ter uma procuração da mãe de Nelma para defendêl-la no caso, mas também diz atuar na defesa de outro preso na operação, o lobista Rowles Magalhães, ex-namorado de Nelma.
Outro preso foi o ex-secretário estadual Nelson Borgatto (Secitec), que é pré-candidato a deputado federal.
Tráfico de drogas
Nelma foi presa em um hotel de luxo em Portugal. Ela é suspeita de envolvimento em esquema de tráfico internacional de drogas, no âmbito da Operação Descobrimento.
A operação também prendeu o lobista Rowles Magalhães, ex-namorado de Nelma. Ele está detido na Polícia Federal em São Paulo.
A investigada também é ex-namorada do também doleiro Alberto Youssef e ganhou notoriedade por ter sido uma das delatoras da Operação Lava-Jato, pela qual foi condenada a 18 anos de prisão em 2014.
"A Nelma não tem relação alguma com tráfico de drogas, ela só foi presa porque se relacionou por um tempo com o Rowles. Pelo que está nos autos e tive acesso, nada vincula a Nelma ao tráfico", afirmou o advogado.
Investigações
As investigações tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador para abastecimento. Após inspeção, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.
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