Segundo dia de julgamento tem início; Josino deve ser ouvido

Teve início nesta terça-feira (22) o segundo dia de julgamento do empresário Josino Guimarães, acusado de ser o mandante do assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral, em 1999.

O julgamento é conduzido pelo juiz Paulo Cesar Alves Sodré, da 7ª Vara Federal de Mato Grosso. Essa é a segunda vez que Josino enfrenta o tribunal do júri pelo caso. Em novembro de 2011, ele foi absolvido.

Josino chegou ao prédio do Judiciário pouco antes das 9h.

Nesta terça-feira, além do empresário, também devem ser ouvidas três testemunhas de defesa.

No primeiro dia de júri, cinco pessoas foram ouvidas, sendo três delas testemunhas de acusação: o secretário de Estado de Segurança Alexandre Bustamante, que à época era investigador da Polícia Federal; o médico-legista Jorge Barbosa Caramuru, que foi quem exumou o cadáver do magistrado para a realização de exame de DNA; e Joamildo Aparecido Barbosa, que chegou a ser preso durante as investigações da morte do juiz.

Joamildo é irmão da ex-servidora do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Beatriz Árias, que já foi condenada por participação no homicídio. Ela foi ouvida ontem por quase três horas, mas como testemunha do Juízo, assim como o ex-superintendente da Polícia Federal, Cláudio Luiz Rosa.

A Justiça Federal não divulgou o teor dos depoimentos.

A imprensa não pode acompanhar o julgamento. Em nota, a Justiça Federal explicou que, por conta da pandemia da Covid-19, o acesso ao julgamento está restrito ao magistrado, aos jurados, às partes e aos servidores que trabalham no ato processual.

Foi autorizada ainda a entrada de familiares do réu e da vítima, para que eles pudessem acompanhar a sessão, desde que apresentado teste negativo para Covid. 

Novo julgamento

Josino enfrenta o Tribunal do Júri novamente após a 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília, anular a decisão e determinar um novo julgamento em 2014.

Acusação

Leopoldino foi encontrado morto no dia 7 de setembro de 1999, em Concépcion, no Paraguai, próximo à fronteira com o Brasil.

O Ministério Público Federal (MPF) acusa Josino Guimarães de ser o mandante do crime, após ser denunciado pela vítima em um suposto esquema de vendas de sentenças na Justiça Estadual de Mato Grosso. 

Veja a chegada de Josino na Justiça Federal:

O assassinato

O corpo do juiz foi encontrado carbonizado e com ferimentos de bala no ouvido e outro na nuca, em Concepción, no Paraguai, em setembro de 1999.

A suspeita é de que a morte tenha sido encomendada em razão das denúncias feitas por ele sobre um esquema de venda de sentenças que operaria em Mato Grosso.

As investigações da Polícia Federal levaram à prisão, na época, da ex-escrevente Beatriz Árias Paniágua, como coautora do crime; do tio dela, Marcos Peralta, como autor do assassinato; e de Josino Guimarães, como mandante.

Beatriz Árias foi condenada a 12 anos de prisão em 2001. Depois de cumprir dois terços da pena, ela conseguiu o livramento condicional e deixou o Presídio Feminino Ana Maria do Couto.

Marcos Peralta, tio da ex-escrevente, foi preso em Assunção, capital do Paraguai, no fim de setembro de 2001.

Peralta morreu no dia 1º de março de 2005, enquanto estava preso, por complicações causadas por diabetes.

Já Josino é o único que segue com processo em aberto.

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