Cuiabá, Terça-Feira, 30 de Dezembro de 2025
ONOFRE RIBEIRO
30.12.2025 | 05h30 Tamanho do texto A- A+

2025/2026: anos pra não esquecer

O ano de 2025 termina melancolicamente. Um ano duro

O ano de 2025 termina melancolicamente. Um ano duro. 2026 continuará duro, acrescido de um agravante: será um ano de eleições gerais em meio à recessão econômica.

 

Em 2025 o Brasil conseguiu a façanha de concluir o projeto de destruir o Estado brasileiro. Estado é a estrutura que governa a nação. Os poderes mais os organismos públicos formam o Estado. Por detrás, uma sociedade inteira trabalha pra sustentar os custos dessa imensa máquina pública. Ela perdeu completamente todas as virtudes obrigatórias do Estado. Desmanchou o equilíbrio entre os poderes a quem a Constituição Federal aprovada em 1988 determinou. Um governa, outro legisla e fiscaliza e o terceiro equilibra os dois.

 

2025 termina com os poderes morrendo em luta de vida e morte.

 

O Executivo por ganância de gastos, por corrupção e por abusos de todas as naturezas, desgoverna. O Legislativo reduziu-se a um balcão de negócios baratos. Tipo fim de feira. Espontaneamente abriu mão de todas as suas prerrogativas.  O Judiciário passou a governar, legislar, julgar e controlar os outros dois poderes e vigia os cidadãos. Pra fazer isso, assumiu todos os defeitos dos dois outros poderes, como corromper, custar caro, autoritarismo, fazer e desfazer leis, além de comercializar no varejo e no atacado a justiça que deveria prestar à sociedade.

 

Já 2026 começa com o Estado em frangalhos. Uma eleição no Brasil há muito tempo tornou-se um jogo de interesses terceirizados de um monte de gente ligada aos três poderes e estendendo-se ao chamado mercado. Os interesses da sociedade sempre foram mínimos diante dos interesses ligados ao Estado.

 

Exemplos não faltam. No fim do regime militar, lá por 1982 até 1985, houve desmonte semelhante, mas a perda de poder foi só do Poder Executivo. Os dois outros poderes conservaram-se intactos e preservaram a sua voz. A mídia tinha onde buscar informações e enxergar o direcionamento que poderosas lideranças políticas traçavam e divulgavam. A sociedade não sentia-se desamparada como agora.

 

Não há mais lideranças políticas com o mínimo de credibilidade. A mídia está a serviço do lado escuro do Estado. A mídia hoje tem lado político e também tem interesses financeiros. Logo, a sociedade está completamente órfã.

 

Por isso é que o ano de 2026 será um redemoinho na planície. Ninguém enxergará nada. Confesso que este não é um artigo otimista. Mas  a percepção geral no país também não é otimista. Qualquer um com o mínimo de capacidade de enxergar sabe que não vê nada previsível para os próximos 365 dias. Sobre 2027, nem me atrevo a pensar a respeito!

 

Onofre Ribeiro e jornalista em Mato Grosso.

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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