Neste Domingo, 28, celebramos a festa da Sagrada família de Nazaré e o encerramento do ano jubilar. Jesus nasceu, cresceu e se formou em uma família: a família de Nazaré. A majestade Divina entra no mundo através de uma família, a fim engrandecer e dignificar a família humana. Na obra salvadora de Deus, a família ocupa um lugar de destaque. Toda família é dom e obra prima da criação. É a pupila dos olhos de Deus. Eu diria: a Invenção mais bonita de Deus!
Assim, a família de Nazaré tornou-se o templo sagrado onde o Filho de Deus viveu e se manifestou ao mundo. A família de Nazaré, é, pois, a escola onde se começa a compreender o sentido da família e da vida humana. Algumas lições podemos extrair da família de Nazaré. A primeira é a lição do silêncio. A família de Nazaré vivia no escondimento e marcada pelo silêncio. Precisamos cultivar a estima pelo silêncio, essa admirável e indispensável condição do espírito. Somos hoje, assediados por tantos clamores, ruídos e gritos da vida moderna barulhenta e hiper-sensibilizada.
O silêncio de Nazaré ensina-nos o recolhimento, a interioridade e a disposição para escutar. S. Lucas diz que “Maria guardava as lembranças de todas essas coisas em seu coração” (LC 2,23). Era uma mulher do silêncio e contemplativa. Deus fala através do silêncio humano. Assim como nos capacitamos para falar bem, através de cursos de oratória, devemos, também, nos capacitar para escutar as pessoas. Saber ecutar é uma grande virtude! Tenho uma grande admiração por S. José, meu santo preferido, porque foi o homem do silêncio.
O evangelho não registra nenhuma palavra dita por José. Construiu sua santidade na simplicidade e no silêncio de Nazaré. Quanto a Jesus, os evangelistas falam muito pouco sobre sua infância. É um silêncio proposital. Jesus entra no mundo como uma pessoa comum. Nasce na simplicidade e pobreza de uma família comum. É por isso, que o mistério da encarnação de Jesus é um convite para o nosso despojamento, a busca da humildade e simplicidade de vida. O ser humano gosta de privilégio, de “glamour” e status social! Infelizmente a sociedade reverencia as pessoas pela função social que exerce ou representa e não por aquilo que elas são na essência! Segunda lição é a vida familiar.
A família de Nazaré nos ensina como deve ser uma família: Eterna comunhão de amor. A família é a escola das virtudes humanas, cristãs e sociais. É o núcleo onde o ser humano adquire equilíbrio afetivo, emocional e a serenidade pessoal. Na verdade, a família é o bem maior da pessoa humana neste mundo. Pois, ela é fonte de alegria, paz, felicidade e serenidade pessoal. Por isso, aquele ou aquela que não gosta da sua família, carrega uma carga negativa para toda vida. Veja por exemplo, os jovens que estão mergulhados na criminalidade e nos vícios. Eles não são maus! São carentes e mal amados! Talvez, não tiveram um núcleo familiar digno! Já dizia no passado S. Freud: “Todo vício é uma forma de compensação”.
Muitos jovens adquirem comportamento antissocial por alta de amor e carinho familiar. A terceira lição é o trabalho. Jesus era conhecido como o “filho do carpinteiro”. Este apelido de José nos lembra que o trabalho é parte da identidade humana. O amor ao trabalho ajuda moldar o caráter da pessoa humana. A terapia laboral ainda é o melhor remédio para o nosso bem estar físico, emocional, social e espiritual. Somos conhecidos pelo que fazemos. O trabalho dignifica e santifica a pessoa humana, e, além disso, aperfeiçoa a obra criadora de Deus e transforma o mundo.
Aproveito esta oportunidade para desejar um feliz, abençoado e próspero ano de 2026.
Deusdédit de Almeida é padre na Catedral Basílica do Senhor Bom Jesus de Cuiabá.
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