Não entendo de política, “malemá” como se diz lá na minha terra, acompanho as tendências locais e nacionais pelos jornais e sites, sem me aprofundar.
Sei — conforme pesquisas deste mês de junho — que dois terços da população brasileira rejeitam as candidaturas em 2026 do Lula e do Bolsonaro. Em cada 100 eleitores, 66 acham que Lula deveria encerrar a carreira e 67 dizem que é hora do Bolsonaro se aposentar.
Sobre o Presidente que já beira os 80 anos, dizem seus admiradores que ainda tem “muita lenha pra queimar” (metáfora para disposição, sabedoria, inteligência). Não é verdade, nem sei um algum dia teve ou se sempre queimou carvão.
O Bolsonaro ganhou a eleição em 2018, depois de 14 anos de governo da esquerda. Parecia o fim do petismo, mas por falta de “lenha pra queimar” devolveu o comando para o Lula.
Em 2022 cerca de dois milhões de eleitores decidiram tirar o Bolsonaro e colocar o Lula. Democracia é assim mesmo, basta um para determinar o rumo do país.
Agora resta esperar o tempo que falta para terminar o governo e tentar conduzir a centro-direita ao poder. Mas é aí que o trem fica feio: a esquerda tem toda sua energia direcionada para um só candidato, enquanto na direita, pelo menos cinco estão brigando entre si enquanto aguardam e imploram a bênção de quem tem o poder de escolher.
Não creio que qualquer dos pretendentes —Tarcísio, Zema, Ratinho, Caiado ou Eduardo Leite — morra de amores (desculpem o clichê) pelo Bolsonaro. Sabem, entretanto, que ele decide quem será o futuro candidato, pois 35% do eleitorado brasileiro votará no seu ungido.
Por que ele tem tantos votos? Pela mesma razão que o Lula tem os 35% dele. Os eleitores escolhem seus ídolos, a quem passam a adorar sem questionar suas qualidades. Por eles, se afastam de parentes, discutem com colegas e brigam com amigos.
Hoje há uma especulação em Brasília de que a futura chapa da direita será composta por Tarcísio e Michelle, formação que parece forte para concorrer e talvez vencer a única opção do PT, que é o Lula.
Dizem que o Bolsonaro não dispensa um nome da família na chapa de 2026, seja um filho ou a esposa. Não é estranho que uma pessoa sem nenhuma experiência política seja cotada para tão alto cargo somente por ser mulher do ex-presidente?
Para a direita voltar ao poder, parece necessário decidir sem demora, considerando que, salvo um milagre, o Bolsonaro não concorrerá no próximo ano. Não só pela inelegibilidade já declarada, como também pelas prováveis condenações judiciais que virão nos próximos meses.
O momento é de aproveitar a fraqueza do Lula, que desgastado pelas constantes crises ainda teima em aumentar os impostos e recusa-se a iniciar uma inadiável contenção dos gastos públicos. Há sinais de que o povo, mesmo com os repasses sociais que sangram o tesouro, cansou-se do PT.
Renato de Paiva Pereira é empresário e escritor.
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