Cuiabá, Domingo, 19 de Outubro de 2025
ONOFRE RIBEIRO
08.03.2009 | 15h03 Tamanho do texto A- A+

Crise? Que crise?

Esta é mais uma crise de confiança do que outra coisa tão medonha como pareceu no início

A propósito de artigos anteriores a respeito da atual crise mundial, nos seus reflexos aqui em Mato Grosso, recebi dois e-mails profundamente esclarecedores, e tive ontem duas conversas convergentes. Elas são o tema deste artigo.

Do empresário e amigo Evaldo Fabian, diretor da Plaenge Empreendimentos, em Londrina: “Aliás, na semana passada, lançamos um mega-empreendimento em Londrina, os ‘Jardins Eco Resort’ e ‘Residences’. Serão quatro torres num terreno de 8.500 m2, com mais de 40 itens de lazer. O projeto é muito bom, com ênfase grande na sustentabilidade e no meio ambiente. No meu discurso neste evento, abordei o tema da crise, mostrando que, para alguns é só problemas, enquanto que nós vemos as oportunidades. Disse ainda que aquele lançamento era consequência das novas oportunidades que o mercado nos abria. É o nosso jeito de lidar com a crise. Com mais trabalho”.

Do professor Carlos Wolff, da universidade Unirondon, em Cuiabá: “Primeiro, toda a razão tem o Luciano Marino quando afirma que é na crise que florescem as melhores oportunidades. Casualmente ontem, em uma de minhas aulas na Unirondon, conversamos sobre as formas de perceber e aproveitar as oportunidades. Diz a teoria que elas se manifestam em três pilares: novos mercados, novos produtos ou novos negócios. Uma vez detectadas, elas somente podem ser aproveitadas se as organizações forem capazes de criar um diferencial competitivo sustentável, conveniente e adequado ao mercado. As questões a responder são duas: onde estão as oportunidades? como fazer para aproveitá-las? Certamente que reclamar do problema faz sentido para justificar seus efeitos, mas nada além. Não resolve o problema, e por vezes o agrava. Em segundo lugar me ocorre que, se é verdade que a crise nos atinge a todos mais ou menos com igual intensidade, em termos competitivos permanecemos todos onde estamos: quase todos perdemos o mesmo quinhão. É matemático”.

Sexta-feira pela manhã conversei com o governador Blairo Maggi, para quem 2009 será um ano de crescimento no segundo semestre, com a crise da agricultura resolvida pela variável redução dos custos de produção que estavam inflacionados em 2008 e caíram muito. Com isso, em vez de U$ 5 bilhões para financiar a safra 2009/2010, serão necessários apenas 2 bilhões, pela queda dos custos de produção. Esse dinheiro existe no mercado, sem problemas. Logo, diz ele, a crise da agricultura não virá.

À tarde, conversei com o empresário Mauro Mendes, diretor da Bimetal, empresa mato-grossense que lidera a produção de torres metálicas no país. Ao perceber a crise, no ano passado, disse-me ele, determinou que a empresa baixasse os preços e vencesse o maior número possível de licitações para ter uma carteira. Como na agricultura, os preços dos insumos industriais também caíram, e a redução dos preços nas licitações se compensou nas compras e, mais tarde, o lucro apareceu nos descontos em compras. Quem agiu ao contrário teve que se desmobilizar diante do mercado e entrou na onda da crise.

O governador Blairo disse-me acreditar que esta é mais uma crise de confiança do que outra coisa tão medonha como pareceu no início. Ficam as reflexões.



ONOFRE RIBEIRO é articulista deste jornal e da Revista RDM

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