Não confunda gestão com execução. A princípio parece não haver diferença entre as duas atividades, mas há.
Enquanto uma trata de planejar, gerenciar e administrar, a outra cuida do fazer, sendo, portanto, a ação de realizar, colocar em prática as decisões e planos estabelecidos pela gestão.
O raciocínio se aplica perfeitamente aos três níveis de governo, quais sejam, federal, estadual e municipal, assim como a qualquer atividade empreendedora. Ou seja, a gestão é a “cabeça” que pensa e decide, enquanto a execução é o “braço” que age e realiza.
Quando o gestor, seja ele prefeito, governador ou presidente da República, é impedido de exercer sua função executiva, apesar de ter feito o seu papel no planejamento das atividades que pretende desenvolver, temos uma atuação indevida. Isso ocorre em razão da ação imprópria de um dos três poderes do conjunto que deveria sustentá-lo.
Ao considerarmos o que aconteceu no governo anterior ou próximo passado, observamos que o poder executivo de então foi impedido de colocar em prática a totalidade de seu plano de gestão devido, entre outras razões, a duas causas principais: uma crise mundial de saúde; a outra, um legislativo inconsequente, que se submeteu a um judiciário assumidamente político e excessivamente ideológico.
Já no atual governo federal, essa situação se inverteu quando passamos a ter um gestor sem capacidade de planejar, portanto, sem condição de executar, mesmo com o apoio do judiciário, agora conivente. Tanto que, quando não encontrava argumentos suficientes para impedir as ações do governo anterior, os buscava nas entrelinhas de uma constituição cujo arcabouço foi pouco a pouco sendo vilipendiado por interpretações nada republicanas e pior, com a subserviência de um legislativo acéfalo.
Nesse mesmo contexto, agora, ao não impedir que ações inconsequentes, prejudiciais mesmo, para com o país sejam executadas, faz o contrário: as aprova, apoia e incentiva.
Este é o resumo da caminhada célere rumo ao caos que se está a instalar em nosso país.
Voltando à primeira frase deste artigo, é preciso esmiuçá-la o suficiente para que as definições fiquem claras.
O alerta para a confusão das atividades de gestão e execução visa considerar o seguinte: a gestão é mais abstrata, pois envolve decisões e planejamento, enquanto a execução é mais concreta, uma vez que compreende a ação e a realização daquelas decisões.
Assim, enquanto a gestão trata do processo de planejar, organizar, dirigir e controlar recursos (humanos, financeiros, materiais, etc.) para alcançar objetivos específicos, a execução, por sua vez, é a ação de realizar, implementar e colocar em prática as decisões e os planos estabelecidos. Ela é a parte operacional, a que envolve a realização concreta das tarefas e atividades planejadas.
É na boa e correta condução do conjunto de atividades que envolvem a gestão e a execução dos serviços que o município, o estado e o país servem a quem os elege.
Marcelo Augusto Portocarrero é engenheiro civil.
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