Cuiabá, Domingo, 14 de Setembro de 2025
EDIVALDO ROCHA
14.09.2025 | 05h30 Tamanho do texto A- A+

O verdadeiro chão da escola!

A maioria dos professores trabalha com carga horária dobrada para garantir um salário digno

Existem muitos educadores teóricos e burocratas que não conhecem a realidade de uma sala de aula, não vivenciam a rotina de um professor que precisa cuidar de uma turma com 25 alunos. Hoje quero falar sobre a realidade enfrentada por esses educadores que ministram aulas para alunos da educação infantil, na pré-escola, com idade entre 4 e 5 anos. Nesse estágio, o professor deve ser um guia que proporcione experiências ricas, afetivas e desafiadoras, favorecendo o desenvolvimento integral e preparando as crianças para o próximo ciclo escolar.

 

Os profissionais da educação precisam ser tratados com respeito e valorização

É de fundamental importância a contratação de um assistente para auxiliar o professor em sala de aula.  Quem conhece a realidade de uma turma com 25 alunos nessa faixa etária sabe o grau de dificuldade enfrentado por este profissional: as crianças possuem pouca capacidade de concentração e cada uma se encontra em um estágio diferente de desenvolvimento cognitivo, motor e socioemocional.

 

Os assistentes educacionais têm ganhado bastante espaço nas redes de ensino justamente para dar suporte ao professor e melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem. A ideia é que eles não substituem o professor, mas o auxiliem em tarefas pedagógicas e organizacionais. O assistente entra como um braço de apoio para que o professor consiga dar mais atenção às necessidades educativas, sem ficar sobrecarregado com demandas operacionais ou de acompanhamento individual.

 

Após pesquisa, constatou-se que em diversos municípios brasileiros contam em sua estrutura com servidores que atuam como assistente de professor ou auxiliar de sala.  A terminologia é irrelevante: o importante é o trabalho desenvolvido por esses profissionais. Municípios como Erechim (RS), Vitória e Cariacica (ES), Camboriú (SC) e Fortaleza (CE) já possuem, em seu quadro de pessoal, o cargo de assistente de professor.

 

Ao analisar as últimas declarações do prefeito de Cuiabá sobre o tema educação, observa-se total desconhecimento e falta de comprometimento com a área em nosso município. Declarações absolutamente infelizes – como afirmar que o ensino da UFMT é “uma bosta” - afrontam todo o legado da Universidade, que se confunde com a própria história de nosso Estado. Além disso, veio a público manifestar interesse em privatizar a educação municipal, demonstrando completo desconhecimento do ordenamento jurídico pátrio, que afirma ser a educação um direito do cidadão e um dever do Estado.

 

A maioria dos professores trabalha com carga horária dobrada para garantir um salário digno, o que compromete sua qualidade de vida e o convívio com a família. Os profissionais da educação precisam ser tratados com respeito e valorização.

 

Considerando que a iniciativa de projeto de lei que implique despesas constitui competência exclusiva do Poder Executivo municipal, nos termos do artigo 27 da Lei Orgânica do Município de Cuiabá, recomenda-se que seja encaminhado à Câmara Municipal de Vereadores projeto de lei voltado à criação do cargo de Assistente de Professor, destinado a atuar junto aos alunos da Pré-Escola I e II da Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação.

 

Edivaldo Rocha dos Santos é servidor aposentado da Justiça Eleitoral e professor efetivo do município de Cuiabá.

 

 

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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