Cuiabá, Segunda-Feira, 28 de Julho de 2025
RENATO DE PAIVA PEREIRA
28.07.2025 | 08h11 Tamanho do texto A- A+

O Zezinho, o Lula e o Trump

Cresce o número dos que dizem não votar no “demiurgo” nem no “mito”

 

Não tem aquela cena manjada nas turmas de adolescentes do ensino médio? Um grupo rival estimula o mais fraco de seu lado a provocar o valentão do outro, prometendo apoio de a coisa azedar.

 

 — Vai lá, Zezinho, chuta a canela do Betão, que a gente te garante.

 

O inocente Zezinho ataca o adversário e, conforme esperado, leva a maior surra. Os “amigos”, na hora do “vamos ver”, fingem que não é com eles, deixando o coitado apanhar sozinho.

 

Pois foi isso que aconteceu com o Lula e seus companheiros do BRICS. Há tempos eles planajevam forçar o uso das moedas próprias de cada país, substituindo o hegemônico dólar.

 

Na reunião do Rio de Janeiro, sob a presidência do Lula, os grandões do grupo —Xi Jimping, Vladimir Putin e Narenda Modi — devem ter cochichado na orelha do brasileiro:

 

— Lula, você que é corajoso, avisa o Trump, que nós estamos planejando escantear o dólar nos futuros negócios.

 

— Mas será que ele não vai ficar bravo e me atacar, porque sou mais fraco?

 

— Relaxa, cara, se ele encrespar, nós estamos aqui pra te defender.

 

Encorajado pelos companheiros, o Lula avisa o mundo que começava ali o declínio do dólar.

 

Passado um dia da altiva declaração, tudo parecia calmo. Dias depois, veio o troco:

 

 — A partir de agora — disse o Trump — seu país vai pagar 50% de imposto se quiser vender qualquer coisa pra nós.

 

O Trump que já estava fulo diante da “censura” de suas redes sociais, com a “perseguição” ao seu aliado político, Jair Bolsonaro, e pelo sucesso do nosso vitorioso PIX, (que estaria atrapalhando empresas americanas), usou este pretexto para punir o Brasil.

 

Não sei se o Lula pediu ajuda ao Xi, ao Vladimir e ao Narenda, mas eles por enquanto estão se fazendo de mortos, como se não tivessem nada a ver com esta história de peitar o dólar.

Enquanto escrevo, não há decisão sobre as taxas. De concreto, temos: o Bolsonaro segue “tornozelado”; o Trump promete dobrar as taxas se o Brasil retaliar; e o Lula esbraveja na mídia a soberania do Brasil, garantindo que não aceita interferência de outro país.

 

Resta o medo de que ocorra aqui o que aconteceu no Canadá, onde o Pavão Americano colheu o que não queria. Lá, a direita tinha tudo para ganhar a eleição presidencial, mas uma inesperada antipatia com o presidente dos Estados Unidos, que prometia anexar o país vizinho, deu força à esquerda que ganhou a parada.

 

Em 2022, erros grosseiros do Bolsonaro nos impuseram o quinto mandato do PT. Agora, com a ajuda involuntária do Trump, a astúcia do Pai e a “refinada estratégia” do Filho (Eduardo), arriscamos sofrer o sexto.

 

Existe, contudo, uma esperança: cresce o número dos que dizem não votar no “demiurgo” nem no “mito” em 2026. Estes eleitores, podem decidir as eleições.

 

Renato de Paiva Pereira é escritor e empresário.

 

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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