KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
O assassinato brutal da jovem Juliene Anunciação Gonçalves, 22, causou grande comoção entre familiares, amigos e moradores da região da Morada da Serra, em Cuiabá.
Juliene é mais uma vítima da longa lista de mulheres mortas com requintes de crueldade, nos últimos meses, na Capital mato-grossense.
Segundo a Polícia Civil, a garota foi violentada e, depois, estrangulada com um fio de eletricidade.
Ela ainda teve o seu corpo, que estava nu, amarrado pelo pescoço com a calça jeans que usava e pendurado em uma barra de ferro, no muro do miniestádio do Botafogo, no bairro CPA II.
O crime ocorreu na madrugada de segunda-feira (29), após Juliane sair de uma casa de pagode, ao lado do miniestádio. O crime é investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
O corpo de Juliene foi velado na residência da família. O velório, na tarde desta terça-feira (28), foi marcado para as 15h30, no Cemitério Parque Bom Jesus de Cuiabá.
Familiares da garota, que era vendedora de uma loja de confecções na Capital, não quiseram falar sobre o caso. Amigos que foram se despedir estavam revoltados com a violência e clamavam por Justiça.
Os protestos também tomaram conta da rede social Facebook. Amigos e familiares de Juliene aproveitam o espaço para divulgar matérias sobre o caso e externar o sentimento de tristeza e revolta.
Uma mensagem de despedida, postada por uma prima de Juliene, foi compartilhada mais de 60 vezes. As mensagens de adeus e pedidos de Justiça tomaram conta da rede.
Uma prima, Luciana Silva, a Lú, disse ao MidiaNews que todos estão muito tristes, mas que ainda não podem dizer muita coisa sobre o caso.
Um primo, Fernando Xavier, deixou uma mensagem na rede, alertando as jovens sobre os perigos de se confiar em pessoas desconhecidas.
“Essa era minha prima... teve uma vida interrompida por um psicopata no bairro cpa .. Meninas, cuidado...Temos que pensar bem. Hoje foi minha prima, amanhã pode ser sua irmã, sua mãe, sua tia, sua vizinha, sua namorada, sua esposa...”, diz trecho da postagem.
Investigações
Policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa prenderam em flagrante, ainda na segunda-feira (28), Antônio Rodrigo da Silva, 25, como principal suspeito de ter assassinato Juliane.
Segundo a equipe que participou da prisão, Antônio estava com o celular da garota e um pedaço de fio de eletricidade, do mesmo tipo usado para matar Juliane. O material foi encontrado em seu carro, um Gol.
Além disso, ele lavou um par de tênis e o carro foi deixado em um lava-jato do bairro para uma limpeza completa.
Na delegacia, Antônio negou ser o autor do crime. Ele, no entanto, confirmou que conheceu Juliane na casa de pagode.
Ele estava em companhia de um primo dela. Antonio contou que ficaram no local até o início da madrugada e deu carona para os dois.
O suspeito relatou que deixou o primo de Juliane na casa dele e ficou de levá-la também. A partir daí, a jovem não foi mais vista.
O suspeito admitiu que tentou manter relação sexual com a vítima, mas ela não aceitou.
Antônio garantiu que deixou a jovem na casa dela, em uma rua próxima. Segundo os policiais, ele não soube explicar por que estava com o celular de Juliane.
A delegada Anaíde Barros, responsável pelas investigações, informou que os policiais tentam buscar mais provas da participação de Antônio no crime.