Cuiabá, Segunda-Feira, 16 de Junho de 2025
AMEAÇAS NO CAMELÔ
10.02.2025 | 16h02 Tamanho do texto A- A+

Criminoso comprou Mercedes e imóveis com dinheiro de extorsão

Operação da Polícia Civil prendeu dois integrantes de facção criminosa que ameaçavam comerciantes

Angélica Callejas/MidiaNews

Os delegados Antenor Pimentel Marcondes, Gustavo Belão e Rodrigo Azem

Os delegados Antenor Pimentel Marcondes, Gustavo Belão e Rodrigo Azem

ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

Líder do esquema de extorsão no camelódromo de Várzea Grande, um integrante de facção criminosa identificado como O.R. possuía veículos de luxo, entre eles um Jeep Compass e um Mercedes-Benz, afirmou o delegado Antenor Marcondes, da GCCO (Gerência de Combate ao Crime Organizado).

Eles estão sim praticando crimes violentos e graves em prol única e exclusivamente deles próprios

 

Ozia Rodrigues, conhecido como “Shelby”, e seu comparsa, Carlos Rodrigues Lopes da Silva, apelidado de “Maxixe”, foram presos em Cuiabá nesta segunda-feira (10), na operação “A César o Que é de César”, da GCCO e da Draco (Delegacia de Combate ao Crime Organizado). Na ação, somente o Compass foi localizado e apreendido.

 

A investigação teve início em novembro de 2024, quando foram recebidas denúncias anônimas sobre o crime de extorsão praticado contra comerciantes do camelódromo, com o pretexto de que eles receberiam segurança e de que O.R. e seu comparsa fariam uma “fiscalização de preços” entre as bancas.

 

Todo o valor arrecadado pela prática criminosa era somente para o benefício próprio dos investigados, afirmou o delegado titular da GCCO (Gerência de Combate ao Crime Organizado), Gustavo Belão. Esse dinheiro era revertido na compra de diversos bens, como os veículos de luxo que estavam em nome da esposa de O.R., e imóveis.

 

“Muitas vezes a facção prega o assistencialismo, prega a falta de assistência estatal [...] Mas está aí mais uma prova de que os integrantes dessa facção criminosa são criminosos opressores da sociedade. Eles não estão ocupando o espaço vago do Estado”, disse Belão.

 

“Eles estão sim praticando crimes violentos e graves em prol única e exclusivamente deles próprios. A vantagem ali é patrimonial. Eles pregam assistencialismo, mas o que eles almejam é angariar cada vez mais recursos financeiros para benefício próprio”, completou.

 

Em posse das informações de faturamento dos comerciantes, os criminosos, então, definiram a cobrança de cerca de 5% em cima desse valor, afirmou a Polícia. Segundo Antenor, caso os lojistas aceitassem de bom grado participar do “projeto de segurança”, o valor a ser pago diminuía.

 

“A ameaça é gradativa, começa como convencimento. [...] [Eles dizem] ‘Nós vamos regular o mercado. Aquele comerciante que estiver vendendo muito abaixo a gente vai procurar saber porque esse comerciante está vendendo abaixo’. Então, ele entra como 3º estado regulador, e vem cobrar imposto”, explicou o delegado Antenor.

 

“Uma das coisas que observei nessa investigação é que muitos comerciantes - não vou recriminar -, mas muitos abriram a porta para a facção, dando intimidade, porque concordavam com a taxa de segurança. [...] Depois eles pediam o balanço, o estoque, o faturamento”, completou.

 

Já as vítimas que se recusavam a pagar a mensalidade da extorsão eram ameaçadas de morte, e suas famílias também se tornavam alvos dos criminosos. Até o momento, foram identificadas cerca de 20 vítimas, mas os delegados acreditam que o número de lesados seja muito maior.

 

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