Cuiabá, Quarta-Feira, 10 de Setembro de 2025
TRÁFICO; VÍDEO
10.09.2025 | 11h00 Tamanho do texto A- A+

“Herdeiro” era do “baixo clero” e ascendeu após prisão de líder

Preso em 2024, Paulo Witer abriu espaço para nova liderança no tráfico comandado por facção criminosa

Victor Ostetti/MidiaNews

O delegado Rodrigo Azem, que está à frente das investigações da Operação Tempo Extra

O delegado Rodrigo Azem, que está à frente das investigações da Operação Tempo Extra

LIZ BRUNETTO E ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO

delegado Rodrigo Azem afirmou que Joseph Ibrahim Khargy Junior, preso nesta quarta-feira (10) durante a Operação Tempo Extra, era do “baixo clero” de uma facção criminosa e somente ascendeu ao comando três meses após a prisão do então líder, Paulo Witer Farias Paello, mais conhecido como “W.T.”.

 

Depois das prisões da Apito Final, eles se reestruturaram e se reorganizaram para que pudessem continuar na empreitada criminosa

Joseph é chamado pela Polícia Civil de "o herdeiro" da facção e movimentou mais de R$ 1 milhão com tráfico e lavagem de dinheiro. A operação desta quarta é um desdobramento da Operação Apito Final, que já mirava o esquema de lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$ 65 milhões.

 

Segundo o delegado, Joseph já aparecia na Operação Apito Final, mas de forma inexpressiva, não sendo alguém de relevância dentro da facção. Quando Paulo Witer foi preso, em abril de 2024, entre junho e julho daquele ano, Joseph começou a surgir, para a investigação, como o novo líder da organização criminosa.

 

“O objetivo foi demonstrar a estabilidade e permanência da facção criminosa no cometimento de crimes de lavagem de dinheiro e de tráfico de drogas. Ficou demonstrado na investigação que, depois das prisões da Apito Final, eles se reestruturaram e se reorganizaram para que pudessem continuar na empreitada criminosa, inclusive com algumas novas pessoas assumindo funções”, disse o delegado.

 

Segundo Azem, quase todos os alvos da atual organização já haviam sido investigados na Apito Final. Uma das exceções foi o próprio Joseph, que ressurge, conforme a Polícia, “assumindo e ordenando” o trabalho da facção.

 

“Ele não estava inicialmente na Operação Apito Final [como alvo], surge após a deflagração da operação no ano passado, assumindo uma função importante relacionada a um dos líderes da Apito Final. Ele teve um início no grupo, mas foi nessa reestruturação que surgiu na nossa investigação”, afirmou.

 

O delegado disse, ainda, que não houve uma expansão da organização e sim a reestruturação dela, com o objetivo de angariar recursos para a manutenção das atividades criminosas.

  

“Ficou demonstrado de forma robusta, na análise de todos os dados das investigações, o envolvimento dele no tráfico de drogas e no controle financeiro da organização criminosa”. 

 

De acordo com a Polícia, entre Joseph e Paulo Witer foram encontradas muitas conversas que demonstram uma intimidade grande e o domínio do tráfico de drogas em regiões de Cuiabá. 

 

 

Apito Final

 

Deflagrada em abril de 2024 pela Polícia Civil, por meio da GCCO/Draco, a Operação Apito Final revelou um esquema de lavagem de dinheiro estimado em mais de R$ 65 milhões. Na ocasião, foram cumpridas 54 ordens judiciais, incluindo o sequestro de 45 veículos e a indisponibilidade de 33 imóveis.

 

A investigação, realizada ao longo de dois anos, apontou que o alvo principal utilizava diversas pessoas — entre amigos, familiares e advogados que atuavam como ‘laranjas’ — para adquirir imóveis, comprar e vender carros e atuar na locação de veículos com o dinheiro das práticas criminosas.

 

Tempo Extra

 

A operação é considerada uma extensão direta da Operação Apito Final, já que os alvos de ambas as operações são praticamente os mesmos, o que reforça a tese de continuidade das atividades criminosas por parte do grupo.

 

A nova ofensiva busca desarticular a organização criminosa, asfixiando financeiramente o grupo, impedindo que ele se reestruture e retome o controle de áreas estratégicas para o tráfico e a lavagem de capitais.

 

Leia mais: 

 

Polícia prende "herdeiro" de criminoso por movimentar R$ 1 milhão

 

Veja quem é o "herdeiro" do tráfico alvo de operação em MT

 

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
0 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Preencha o formulário e seja o primeiro a comentar esta notícia