Policiais militares prenderam, na sexta-feira (25), Elizeu da Silva, de 24 anos, que foi reconhecido como sendo o assaltante que tentou entrar no Fórum de Cuiabá, no Centro Político e Administrativo (CPA), usando uma farda da Polícia Militar e trocou tiros com PMs.
Baleado na mão e na perna direitas, ele não só confessou a participação na tentativa de assalto, como apontou um cabo PM, que estava no plantão, juntamente com outros três militares, como suposto chefe da quadrilha que iria arrombar o caixa eletrônico do Banco do Brasil, instalado na entrada do prédio.
O nome do cabo não foi revelado.
Segundo Elizeu, o arrombamento só não teria dado certo porque o militar estava com um colega, que não sabia do esquema e atirou. “Foi na hora em que a gente rendeu o cabo e o outro não sabia. Então, ele atirou”, disse o assaltente, em depoimento na Polícia Civil.
Além de Elizeu e outro bandido que foi baleado, havia mais dois integrantes da quadrilha e que estavam num Fiat Fiorino, com o denominado “kit arrombamento” – cilindro de oxigênio, botijão de gás e maçarico – para cortar o terminal de autoatendimento. A reação dos PMs acabou abortando o assalto.
O assaltante acrescentou que ele e os outros três foram contratados pelo cabo PM, num bar do bairro Canjica, na periferia de Cuiabá, onde o militar teria disponibilizado a farda para ele usar durante o assalto. “A farda foi queimada depois da tentativa de assalto, para não deixar pistas”, explicou.
O esquema teria tudo para dar certo. O caixa do BB tinha sido reabastecido na terça-feira e o circuito interno de segurança não estava funcionando há vários dias e somente seria consertado na próxima semana.
Para o esquema funcionar, segundo o assaltante confessou, o bando deveria chegar antes da 2 horas da madrugada, pois seria o chamado “quarto de hora”. Os demais policiais que trabalham na segurança externa estariam nos fundos, dormindo.
ApuraçãoOs PMs foram até a casa do militar suspeito, que não foi encontrado. Policiais plantonistas informaram que, caso ele fosse localizado, seria preso como participante da tentativa de assalto.
O comandante do Comando Regional I, coronel Jadir Metelo Costa, disse que a prisão do assaltante é uma resposta rápida às ações criminosas. Lembrou que a equipe de apoio, em todos os batalhões, está sendo fundamental para dar agilidade nos trabalhos.
Ele observou que somente com informações privilegiadas é que os bandidos conseguem atacar caixas de autoatendimento. “Não poderia ser de outra forma. Somente com informações privilegiadas é que os bandidos estavam tendo vantagem. Agora, não têm mais”, disse o oficial.
O coronel adiantou que todas as providências cabíveis no caso do suposto envolvimento do cabo PM estão sendo tomadas pela Corregedoria Geral da Polícia Militar.