O delegado Caio Albuquerque, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que os pais do policial militar Raylton Duarte Mourão, preso pelo homicídio da personal trainer Rozeli da Costa Souza Nunes, podem ter participado da “ação criminosa”.
Os dois, que não tiveram as identidades reveladas pela Polícia, foram ouvidos em depoimento nesta segunda-feira (29), na segunda fase da Operação Moeda de Sangue. Segundo o delegado, foram constatados indícios do possível envolvimento deles no crime.
“Há fortes indicativos de que eles [os pais do policial militar] tenham tido colaboração nessa empreitada criminosa. Em depoimento, constatamos vários apontamentos falsos declarados por eles, o que nos leva a crer que participaram, de certa forma, da ação criminosa realizada pelo filho”, disse o delegado.
Durante a segunda fase da operação, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão: em uma mecânica, em uma residência e em uma propriedade rural, todos na cidade de Rosário Oeste e com alguma ligação a um amigo do policial militar.
Foram também apreendidos uma picape Montana e uma moto Tornado, além de aparelhos celulares. De acordo com o delegado, não se trata da moto usada no dia do crime, mas sim da que teria sido utilizada dias antes para monitorar a vítima.
Conforme o delegado, o suspeito que teria utilizado os veículos apreendidos chegou a dispensar o aparelho celular momentos antes da chegada dos policiais. O homem ainda será ouvido pela Polícia.
Confissão e motivação
Raylton foi detido na noite do dia 22 de setembro, após se entregar em um batalhão da PM em Cuiabá. No dia 23, ele passou por oitiva na DHPP, ocasião em que confessou o crime.
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Momento em que policial militar (detalhe) atira na vítima; ele confessou autoria
Na investigação, foi descoberto que Rozeli acionou a Justiça requerendo indenização por danos morais e materiais contra a empresa Reizinha Água Potável, de propriedade de Raylton e sua esposa, a farmacêutica Aline Valandro Kounz.
Segundo o processo, a vítima pedia R$ 24,6 mil em decorrência de um acidente de trânsito ocorrido em março, envolvendo um caminhão-pipa da empresa do PM, que danificou o carro de Rozeli. No documento consta que Rozeli tentou solucionar o caso extrajudicialmente, porém não houve interesse da outra parte.
Assim, ela entrou com a ação, pedindo ressarcimento pelo gasto com o conserto do veículo, que foi cerca de R$ 9,6 mil, e mais R$ 15 mil por danos morais. Antes de o caso ser analisado, ela foi assassinada.
O crime
Rozeli, que tinha 33 anos, foi atingida por disparos de arma de fogo dentro de seu carro, um Renault Sandero, na manhã do dia 11 de setembro, na rua de casa, no bairro Cohab Canelas, em Várzea Grande.
Câmeras de segurança registraram a execução, que ocorreu por volta das 6h20, quando Raylton e seu comparsa, que ainda não foi identificado, aparecem em uma motocicleta preta e se aproximaram do veículo de Rozeli e atiram quatro vezes contra ela.
A vítima seguia para uma academia na avenida Filinto Müller, onde trabalhava e treinava. Após o crime, os motociclistas fugiram.
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