Cuiabá, Quinta-Feira, 25 de Dezembro de 2025
SAFRA MILIONÁRIA
25.12.2025 | 14h00 Tamanho do texto A- A+

Polícia indicia produtores por suposta fraude de R$ 9 mi em soja

Inquérito conclui que produtores ocultaram grãos para frustrar garantias da credora

Ilustrativa

O esquema envolve, supostamente, o desvio de mais de 43 mil sacas de soja

O esquema envolve, supostamente, o desvio de mais de 43 mil sacas de soja

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

A Polícia Civil de Mato Grosso indiciou dois produtores rurais pela suposta prática de estelionato e fraude agrícola (defraudação de penhor). Foram alvos os empresários Rodrigo Piccinini e Diego Sichocki. 

 

Restou evidenciada a prática de fraude dolosa, mediante artifícios empregados para obter vantagem ilícita

O esquema envolve, supostamente, o desvio de mais de 43 mil sacas de soja, avaliada em cerca de R$ 9 milhões, plantadas nos municípios de Água Boa e em Ribeirão Cascalheira e que deveria ter sido entregue à empresa Sementes Petrovina.

 

O inquérito é assinado pelo delegado Bruno Gomes Borges. A Justiça de Mato Grosso ainda não definiu sobre o caso.

 

De acordo com o relatório policial, Rodrigo Piccinini utilizou-se de "artifício fraudulento para frustrar as garantias reais, ocultando e desviando o produto agrícola, em prejuízo direto da empresa credora".

 

A investigação começou após a Sementes Petrovina denunciar que forneceu sementes de soja para as safras 2023/2024 e 2024/2025. A operação foi do tipo barter, onde o pagamento é feito com a entrega futura dos grãos. Como garantia, foram emitidas Cédulas de Produto Rural (CPRs) com penhor e alienação fiduciária.

 

Entretanto, as autoridades confirmaram que, embora a safra de soja tenha sido colhida, Piccinini não entregou os grãos nos armazéns da Cargill, conforme pactuado. Em vez disso, a produção foi "pulverizada" em outros locais e registrada em nome do sócio e avalista, Diego Sichocki.

 

"Restou evidenciada a prática de fraude dolosa, mediante artifícios empregados para obter vantagem ilícita em prejuízo da empresa credora", destaca o relatório policial

 

Auditorias indicaram que a produção de soja alcançou aproximadamente 4.501.602 kg, mas apenas uma pequena parcela (cerca de 413.270 kg) foi rastreada em locais não autorizados

 

Defesa e Indiciamento

 

Em depoimento, Rodrigo Piccinini negou os desvios, alegando baixa produtividade devido a alagamentos na Fazenda Canaã. Diego Sichocki afirmou ser apenas avalista e que a soja entregue em seu nome era de sua produção particular no Sítio Agico.

 

Contudo, o delegado concluiu que a participação de Sichocki "extrapolou a mera condição de avalista", agindo em "unidade de desígnios com Rodrigo Piccinini para frustrar a execução das garantias reais".

 

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