O delegado Marcel Oliveira revelou nesta sexta-feira (27) que a manicure de Ana Cláudia Flor foi quem fez a ponte entre ela e os três homens envolvidos na morte de seu marido, o empresário Toni da Silva Flor.
Em entrevista coletiva, o delegado explicou que, após a prisão da esposa do empresário como suposta mandante do crime, no último dia 19, ainda faltava encaixar uma peça na investigação, sobre como Ana Cláudia teria conseguido o contato do atirador.
Nesta sexta-feira (27) a manicure foi detida na terceira fase da Operação Capciosa. Em depoimento, ela revelou que conheceu Ana Cláudia por meio de seu irmão, que era amante de Ana Cláudia.
Na época do homicídio, que ocorreu no dia 11 de agosto de 2020, Ana Cláudia teria ligado para a manicure e amiga e relatado que havia discutido com Toni e que ambos haviam se agredido. O motivo seria porque o marido havia descoberto uma traição.
“Ela falou que a Ana Cláudia ligou para ela dizendo que precisava de alguém para fazer esse rolo. E eu perguntei: ‘Que rolo?’. E esse rolo era matar o marido, porque ela não estava mais aguentando ficar com ele”, relatou o delegado.
Foi por meio da manicure que Ana Cláudia teve contato com os envolvidos, diz Oliveira. Ela apresentou a amiga para um dos suspeitos, que morava com um colega que também participou do crime.
Conforme a Polícia Civil, esta dupla foi a responsável por contatar o atirador Igor Espinosa, primeiro suspeito preso, e monitorar os horários de Toni para saber o melhor momento de matá-lo.
“Eles passaram na frente da academia para saber os horários da vítima, esses levantamentos foram realizados pela dupla e isso devidamente detalhado”, explicou.
O delegado ainda informou que todos os quatro suspeitos - inclusive a manicure - confessaram a participação no crime, menos Ana Cláudia, que permaneceu calada durante o depoimento. Todos responderão por homicídio qualificado, tendo, alguns deles, circunstâncias que agravam a pena.
Inicio da suspeita
O delegado afirmou que, desde o início das investigações, já suspeitava da viúva de Toni.
Segundo ele, na primeira semana após o crime, durante depoimento, a mulher omitiu que havia feito um boletim de ocorrência contra o marido por agressão, apesar do caso ser recente.
Reprodução
Ana Claudia Flor é suspeita de encomendar a morte do marido
Aos policiais, ela passava a imagem de que o relacionamento do casal era perfeito e isso levantou a primeira suspeita.
Com o decorrer das apurações, outras atitudes da esposa chamaram a atenção dos investigadores. Como o fato de Ana Cláudia estar sempre na delegacia, não para saber sobre o caso, mas sempre perguntando por suspeitos.
Após a prisão do atirador Igor, o envolvimento da esposa ficou ainda mais claro para os policiais.
“Ela falou pra sogra e mais uma familiar da vítima que o Igor precisava ser morto e a mãe do Toni falou que não porque agora iria saber quem era o mandante do crime”, relatou.
A mãe do empresário também suspeitou da atitude da ex-nora, pois após a prisão do primeiro suspeito, Ana Cláudia voltou a tentar se aproximar da família do marido.
Relembre o caso
Testemunhas relataram à Polícia que no dia do crime o atirador estava aguardando do lado de fora da academia antes mesmo de Toni chegar, por volta das 7h40.
Segundo eles, o atirador estava na porta do local, sentado em cima de uma motocicleta, a todo o momento de cabeça abaixada.
Assim que o empresário chegou, o criminoso perguntou pelo nome de Toni e atirou na sequência, antes que a vítima pudesse responder.
Quatro tiros acertaram o empresário, que correu para dentro da academia pedindo por socorro. Enquanto isso, o suspeito fugia.
Toni foi levado consciente para o hospital e precisou passar por cirurgia. No entanto, devido à gravidade dos ferimentos acabou morrendo na unidade de saúde.
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1 Comentário(s).
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Graci O. Miranda 27.08.21 16h48 | ||||
Delegado Marcel Oliveira , excelente trabalho. | ||||
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