Abilio defende Pivetta: “Se achar trem errado, tem que denunciar”

O prefeito de Cuiabá Abilio Brunini (PL) saiu em defesa, na noite desta segunda-feira (14), do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) e apontou como correta a atitude dele de encaminhar denúncia sobre supostos desvios de emendas parlamentares.

Nenhum instituto fantasma vai receber recurso do município, nenhuma empresa falsa e laranja vai receber recurso

No ano passado, Pivetta encaminhou à Controladoria-Geral do Estado (CGE) denúncias sobre as emendas destinadas à Seaf (Secretaria de Estado de Agricultura Familiar). O relatório culminou em uma investigação da Polícia Civil que chegou ao nome de 14 deputados estaduais, reportada pelo portal UOL no mês passado.

Por conta disso, o vice-governador – que tem como projeto político disputar o Palácio Paiaguás no ano que vem – foi alvo de críticas. Uma delas, feita pelo jornalista e ex-senador Antero Paes de Barros, diz que Pivetta deu “tiro no pé” e enterrou a própria candidatura ao fazer a denúncia.

Sem citar nomes, Abilio chamou Antero de “pseudo-jonalista” e disse que o vice-governador agiu de forma certa.

“Esses dias eu vi um pseudo-jornalista defensor do pessoal da esquerda em um programa de rádio rufando o pau no vice-governador porque ele denunciou um trem errado no Governo. Falei: ‘Onde já se viu, rapaz’?”.

“Um pseudo-jornalista falando que o projeto político do vice-governador morreu porque ele denunciou o trem errado dentro do governo. É um absurdo! Se achar o trem errado tem que denunciar mesmo”.

“'Ah, mas é [recurso] dos deputados'. Tô nem aí, pô. A culpa é dos deputados de fazer o trem errado, não do cara que denunciou”, emendou.

A declaração foi dada durante Fórum do Setor Produtivo, na 57ª Expoagro, em Cuiabá. No painel, do qual Abilio participava, estavam presentes o vice-governador, o ex-senador Cidinho Santos (PP) e o secretário de Estado de Desenvolvimento César Miranda.

Segundo Abilio, a premissa de “fazer o que é certo” também é seguida em sua gestão – que tem apenas seis meses.

“Aqui no nosso município a regra é a mesma: nenhum instituto fantasma vai receber recurso do município, nenhuma empresa falsa e laranja vai receber recurso do município. E se tiver que fazer um enfrentamento à classe política, faremos”, afirmou.

Operação Suserano

A investigação da CGE, com base na solicitação de Pivetta, foi encaminhada à Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) e deu origem a Operação Suserano, deflagrada em setembro de 2024. 

A operação investigou supostas compras superfaturadas de kits agrícolas, por meio de emendas de deputados estaduais destinadas ao Instituto Pronatur. O prejuízo estimado é de R$ 28 milhões aos cofres públicos.

Por suspeitas de envolvimento de crime eleitoral, a investigação foi remetida à Polícia Federal. 

Veja: