O vereador Abílio Júnior (PSC) usou a tribuna, na manhã desta quinta-feira (12), para pedir desculpas ao colega Juca do Guaraná (Avante) e sua família pela exposição causada pelas acusações feitas pela servidora da Secretaria de Saúde Municipal, Elizabete Maria de Almeida.
Ele também admitiu que Elizabete pode ter mentido ao acusar o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) de ter dado propina a vereadores na casa de Juca do Guaraná.
Em um boletim de ocorrência registrado na Delagacia Fazendária, Elizabete relatou que esteve em um jantar na casa de Juca no dia 21 de novembro e presenciou o prefeito oferecendo R$ 50 mil mais 20 cargos comissionados a vereadores para “agilizar” a cassação de Abílio, que responde a um processo na Comissão de Ética do Legislativo.
Abílio lembrou que a servidora apresentou um vídeo que mostra a mãe de Juca na cozinha e, devido a isso, segundo o vereador, ela teve sua imagem exposta e colocada em uma “situação constrangedora”.
“Não dá para corrigir as palavras ditas, mas dá para gente tentar. Em nome da sua mãe, Juca, eu quero pedir desculpas à sua família, por todo o constrangimento. [...] Por que ela não merecia passar por todo esse constrangimento que ela acabou passando”, afirmou Abílio no fim da sessão.
“Assim que a Polícia explicar melhor sobre os fatos, e o Ministério Público também, nós poderemos passar a população o que de fato aconteceu naquele dia. Se a mulher mentiu, ela vai ter que pagar por isso e não vai sair barato”, completou.
A polêmica em torno do caso se deu após o vereador Abílio Júnior vir a público e expor que a servidora o procurou para relatar o que supostamente ocorrera no jantar.
“Acredito que tanto eu quanto o Juca acabamos sendo vítimas de um processo que acabou trazendo prejuízo à nossa imagem. Ninguém ganhou, todo mundo perdeu. Você perdeu e eu perdi. O fato da sua mãe estar envolvida nesse processo me constrangeu bastante”, disse Abílio.
Já olhei nos seus olhos [de Juca] - não digo que tenho afinidade com você - e você me disse que nada tinha a ver com isso e eu disse que também não tinha nada a ver com isso. Eu mostrei para você as imagens. A gente tem que parar com espetáculo que está acontecendo em cima da minha vida e da sua vida, que só está prejudicando nós dois”.
Caso de polícia
Os fatos relatados pela servidora serão investigados pelo delegado Eduardo Botelho, titular da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor).
O inquérito, que ainda será aberto, investigará o prefeito Emanuel Pinheiro, diversos vereadores e a servidora.
Para Abílio, apenas após as investigações concluídas é que se poderá saber a verdade dos fatos.
“Acredito que a verdade vai aparecer. Isso já é caso de polícia, do Ministério Público. A Elizabete terá que explicar tudo que disse. [...] E lá, poderão explicar o que que cada um de nós tinha a ver com isso”.
Veja vídeo:
Entenda o caso
A servidora registrou boletim de ocorrência na Delegacia Fazendária na última quarta-feira (27). Segundo a mulher, os vereadores Chico 2000 (PR), Ricardo Saad (PSDB) e o ex-vereador e suplente Oseas Machado estiveram em um jantar na casa de Juca.
Ela afirma ter chegado ao local por volta das 23h do dia 21 de novembro e disse ter identificado os políticos e percebido que a reunião ali se tratava da "compra" dos parlamentares para que votassem a favor da cassação de Abílio, que é um dos maiores opositores de Emanuel e está em rota de colisão com boa parte dos colegas de Parlamento.
Após tomar conhecimento das acusações, o prefeito Emanuel Pinheiro protocolou, também na segunda-feira (2), na Assembleia Legislativa, um pedido para que fosse investigada uma suposta tentativa de articulação na Polícia Civil, visando lhe prejudicar.
Emanuel entregou um documento aos deputados Eduardo Botelho (DEM) e Janaina Riva (MDB), relatando que dois delegados teriam recebido a incumbência de "incriminá-lo" com base em um boletim de ocorrência feito pela servidora Elizabete Maria de Almeida junto à Delegacia Fazendária.
Os delegados, segundo relatou o prefeito, seriam Lindomar Tofoli e Anderson Veiga. Eles teriam sido expressamente orientados a lhe "detonarem", alegou Emanuel.
Os delegados, no entanto, não teriam visto base sólida nas acusações da servidora e teriam se posicionado contra iniciar a investigação.
Agora, o presidente Eduardo Botelho deve dar encaminhamento à denúncia de Emanuel – seja para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ou o encaminhamento dos supostos atos ao Núcleo de Ações de Competências Originárias (Naco), do Ministério Público Estadual (MPE).
Leia mais sobre o assunto:
MPE pede investigação contra Emanuel, vereadores e servidora
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5 Comentário(s).
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Graci Ourives de Miranda 12.12.19 22h12 | ||||
Devemos refletir antes de agir. Vamos construir uma sociedade com mais justiça social,VEREADORES, vamos ao trabalho. | ||||
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samoel 12.12.19 15h53 | ||||
Só que uma coisa esta servidora não agiu sozinha, tem pessoas por traz dela, e gente poderosa, e ela que vai paga o pato sozinha. Mas alguém mando ela fazer isto. | ||||
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Marcio 12.12.19 15h33 | ||||
Adivinha quem vai pagar "caro" o pato? | ||||
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alex r 12.12.19 15h00 | ||||
Vixiiii nos 90 min do segundo tempo? Cassação a vista... | ||||
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isa 12.12.19 15h00 | ||||
Ainda bem que se retratou. | ||||
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