Aldo e Chinaglia disputam para ser candidato da base à Câmara
Aldo e Chinaglia disputam para ser candidato da base à Câmara
Os dois candidatos à presidência da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP), aceitam o desafio petista de construir uma candidatura única da base aliada, mas nenhum deles manifesta o menor sinal de recuo.
A sucessão na Câmara foi o prato principal do almoço que reconduziu Ricardo Berzoini à presidência do PT, nesta terça-feira, com diversas conclamações ao entendimento.
O almoço em um restaurante de Brasília teve um candidato inusitado. Aldo Rebelo chegou ao final do encontro, sentou-se à mesa com Berzoini e Chinaglia e passou 30 minutos em conversas de pé de ouvido.
´´Eu lancei a minha candidatura com o apoio de deputados de todos os partidos e da base, e essa candidatura agora pertence a eles´´, disse Aldo, mostrando que o seu nome vai além da coalizão de governo. Alguns petistas avaliam que Aldo fez um movimento estratégico de aproximar-se de setores fortes da oposição, entre eles o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
A estratégia do que os petistas chamam de consenso é esperar duas semanas pela maturação das candidaturas. Saber quem é o nome mais forte para viabilizar a candidatura única.
´´Temos que ter paciência de que em 10 ou 15 dias haja maior clareza das candidaturas, de quem tem mais chance (de vencer) ou se há espaço para outra candidatura, o que eu creio que não há´´, afirmou Chinaglia.
O lançamento da candidatura de Chinaglia causou preocupação no governo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro que para o sucesso da coalizão que propõe o ideal seria uma só candidatura. Lula teria preferência pela reeleição de Aldo Rebelo, questão que Chinaglia rechaça.
´´O único cargo do governo na Câmara sou eu que ocupo´´, afirmou o candidato petista, enfatizando que a disputa é uma discussão interna do Congresso e não do Planalto.
Berzoini também entrou no debate pregando o entendimento considerado vital para a governabilidade de Lula no segundo mandato. ´´A relação do PT com o PCdoB sempre foi de divergências eventuais mas de muitas convergências. Não há problema de diálogo para uma candidatura comum´´, garantiu.
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, foi além e fixou prazo para o entendimento.
´´Até o dia 20 teremos uma candidatura única´´, assegurou. ´´Temos mais duas semanas de conversação para chegarmos a um ajuste e a base do governo terá apenas um candidato, Aldo ou Arlindo´´, assegurou.
Na presença de Chinaglia, Marco Aurélio Garcia, que passou o cargo a Berzoini, afirmou que Aldo Rebelo sempre recebeu do PT a mais completa confiança e que a candidatura do partido não significava nenhuma restrição a ele.
´´As candidaturas de Arlindo Chinaglia e de Aldo Rebelo não são antagônicas. Haverá mecanismos pelos quais elas se tornarão uma só´´, apostou.
Ao devolver a presidência do PT a Berzoini, licenciado devido ao escândalo da compra de um dossiê contra tucanos durante as eleições, Marco Aurélio Garcia pediu a unidade do partido em torno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
´´Gostaria que esse clima de unidade (dos últimos meses) se mantivesse e que toda a força necessária fosse dada ao presidente´´, afirmou Garcia no discurso de transmissão do cargo.
Berzoini esteve afastado da presidência do partido por três meses, enquanto a Polícia Federal investigava o caso da compra do dossiê, que envolveu alguns integrantes do PT. Berzoini acabou não sendo indiciado no inquérito por falta de provas. Nenhum integrante das correntes da chamada esquerda petista, contrária à volta de Berzoini, compareceu ao almoço em Brasília.
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