O cabo PM Gérson Correa, réu da ação penal que apura esquema de grampos ilegais operado em Mato Grosso, admitiu ter destruído o HD em que ficavam armazenadas as interceptações clandestinas feitas pelo grupo.
A confissão foi feita em interrogatório prestado na última segunda-feira (16), aos delegados Flávio Henrique Stringueta e Ana Cristina Feldner, até então responsáveis pelas investigações dos grampos.
O cabo, considerado peça-chave no caso, está preso desde maio e resolveu delatar o esquema e colaborar com as investigações.
Ele, no entanto, não deu mais detalhes sobre como teria ocorrido a destruição do dispositivo que guardava áudios e transcrições de conversas interceptadas pelo Sistema Sentinela (software que realizava a “arapongagem).
O cabo Gérson foi apontado pelo desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, como o operador principal dos sistemas Wytron e Sentinela, bem como o responsável por estruturar, com o ex-comandante da Polícia Militar, coronel Zaqueu Barbosa, o fictício "Núcleo de Inteligência da PM-MT".
O núcleo, conforme revelou a investigação, foi criado com o objetivo único de realizar as interceptações ilegais.
“Ex-secretário bancou”
Conforme foi revelado pelo MidiaNews, ainda em seu interrogatório, o cabo Gérson Correa afirmou que o ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, teria pago R$ 50 mil para bancar despesas da denominada “Grampolândia”, durante a campanha eleitoral de 2014.
“Dentre as informações trazidas [pelo cabo], constam a revelação de pagamento de R$ 50 mil pelo investigado Paulo Taques, para o também investigado cel. Evandro Lesco, para bancar as despesas das interceptações ilegais iniciadas durante a campanha para o Governo de Mato Grosso, em setembro de 2014”, cita trecho de oficio da Polícia Civil.
Gérson disse também que ouviu do ex-secretário Paulo Taques que o interesse nas interceptações ilegais era “estritamente político”.
Também de acordo com o militar, os “alvos políticos” das interceptações telefônicas eram adversários do então candidato ao Governo, Pedro Taques (PSDB).
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