Cabo Gerson Complexo Miranda Reis 16-10-2017

O cabo PM Gerson Corrêa Júnior, réu da ação penal que apura o esquema de interceptações telefônicas clandestinas no Estado, resolveu delatar o esquema e colaborar com as investigações.
A confirmação ao MidiaNews foi feita por uma fonte envolvida nas investigações. Para ter validade, a delação premiada precisa ser homologada pela Justiça.
O policial militar, considerado um dos pontos chave pela estruturação do esquema, teria confirmado várias informações levantadas pela investigação da Polícia Civil, feita através do inquérito instaurado pelo Tribunal de Justiça.
Entre elas, estariam os nomes de envolvidos nas interceptações ilegais, modo como os grampos eram operados, período em que foram feitos e para quem eram repassadas as informações e com quais objetivos.
Na segunda-feira (16), Gerson esteve no complexo Miranda Reis – espaço cedido pelo TJ para os titulares das investigações dos grampos – e fez revelações sobre a chamada “grampolândia” aos delegados Flavio Henrique Stringueta e Ana Cristina Feldner.
O cabo chegou ao Complexo Miranda Reis no início da tarde e deixou o prédio por volta das 15h30 em uma viatura da Polícia Civil, conforme registrado pela reportagem, retornando mais tarde.
Conforme apurou a reportagem, nesse intervalo ele teria ido buscar anotações de interesse das investigações.
O cabo deixou o local já por volta das 20 horas. A reportagem não teve acesso ao conteúdo das informações prestadas pelo cabo, mas confirmou que houve detalhamento dos crimes.
A delação ocorre mesmo após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ter acolhido pedidos feito pelo governador Pedro Taques (PSDB) e pela Procuradoria Geral da República e decidido avocar todos os procedimentos investigatórios relacionados a possível prática de grampos ilegais.
Os delegados podem continuar conduzindo as investigações até que sejam notificados da decisão do ministro Mauro Campbell Marques.
O cabo está preso desde maio, acusado de ser um dos integrantes do esquema, que teria a participação de outros oficiais.
Nova prisão
Na última quarta-feira (11), o desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça, determinou uma nova prisão preventiva contra o cabo Gerson.
A decisão atendeu pedido formulado pelos delegados que conduzem as investigações.
A segunda prisão foi motivada pelas suspeitas de que o cabo teria sido o responsável por ocultar o equipamento que fazia a "arapongagem".
"Operador"
Na decisão que decretou a segunda prisão, o desembargador destacou que o cabo Gerson Corrêa foi o operador principal dos sistemas Wytron e Sentinela, "bem como foi o responsável por estruturar, juntamente com o Cel. Zaqueu Barbosa, o fictício Núcleo de Inteligência da PMTT".
"De acordo com a investigação em andamento, o Cb. PM Gerson foi responsável pela instalação do equipamento, e passou praticamente todo mês de setembro de 2014 ouvindo diversas conversas, em uma sala comercial alugada no Edifício Master Center, apresentando os resultados de seu trabalho, por meio de relatórios, ao Cel. PM Zaqueu, demonstrando, assim, de forma incontestável, o envolvimento e a ligação de ambos na prática delituosa".
Leia mais sobre o assunto:
Perri determina nova prisão de cabo acusado de operar grampos
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1 Comentário(s).
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weller cardoso pinheiro 17.10.17 20h42 |
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