Cuiabá, Quinta-Feira, 31 de Julho de 2025
VIÉS ELEITORAL
21.09.2016 | 10h30 Tamanho do texto A- A+

Casa Civil questiona motivação de críticas de conselheiro do TCE

Paulo Taques questionou se Antônio Joaquim fala como conselheiro ou pretenso candidato em 2018

Marcus Mesquita/MidiaNews

O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques: questionamento sobre motivações de conselheiro

O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques: questionamento sobre motivações de conselheiro

DOUGLAS TRIELLI
DA REDACÃO

O secretário-chefe da Casa Civil do Estado, Paulo Taques, questionou as motivações das críticas feitas ao Governo, relacionadas ao VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), pelo conselheiro Antônio Joaquim, presidente do Tribunal de Contas do Estado.

 

O conselheiro disse na última segunda-feira (19) que o governador Pedro Taques (PSDB) deveria "assumir o protagonismo" em relação às obras paradas do VLT.

 

"Eu não estou qualificado para assumir juízo de valor no lugar do gestor, mas se a decisão estivesse sobre o meu comando, ela talvez não fosse essa. É preciso protagonismo do Governo para resolver isso. Como cidadão, eu acho que é impossível não enfrentar o problema do VLT. Temos R$ 1 bilhão gastos. É preciso resolver a questão, não há outro caminho", disse Antônio Joaquim.

 

O que não se pode, e quero crer que isso não esteja acontecendo, é ele usar a instituição para subir no palanque e potencializar seu discurso

Ao MidiaNews, Paulo Taques colocou em xeque as motivações das críticas do conselheiro, que vem se movimentando política e partidariamente nos bastidores.

 

"Eu gostaria de saber se quem está fazendo essas reiteradas críticas ao Governo é o conselheiro ou o pretenso candidato ao Palácio Paiaguás em 2018?", questionou.

 

"Entendo que o conselheiro tem todo o direito de querer voltar para a política eleitoral, mas que, então, ele deixe seu cargo para fazer um debate franco. O que não se pode, e quero crer que isso não esteja acontecendo, é ele usar a instituição para subir no palanque e potencializar seu discurso", afirmou.

 

Taques ressaltou que tem "profundo respeito" pelo conselheiro e que "seria bom" para Mato Grosso se ele voltasse para a política partidária.

 

"Reconheço que ele tem importantes serviços prestados como parlamentar e secretário de Estado. Agora, é de causar estranheza a insistência e o tom dessas críticas", disse o secretário.

 

Taques afirmou que o Governo não pode agir de maneira inconsequente em relação ao VLT.

 

"É óbvio que gostaríamos de concluir essa obra e entregá-la à sociedade o mais rápido possível. O próprio governador Pedro Taques já manifestou isso várias vezes. Mas não podemos ignorar os problemas, as suspeitas e a forma irresponsável com que a gestão anterior lançou e tocou essa obra. Não podemos enterrar mais R$ 1 bilhão dos cofres públicos, do dinheiro dos contribuintes, sem termos um projeto exequível e a exata convicção do que será o melhor para a população", disse.

 

Marcus Mesquita/MidiaNews

Antonio Joaquim 190916

O conselheiro Antônio Joaquim: críticas ao VLT

Dez vagões a mais

 

O VLT deveria ter sido entregue em junho de 2014, antes da Copa do Mundo em Cuiabá.

O consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande (formado pelas empresas Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda. e Astep Engenharia Ltda.) venceu a licitação realizada em junho de 2012, na modalidade do Regime Diferenciado de Contratação (RDC), que não permite aditivos, por R$ 1,447 bilhão. Deste total, R$ 1,066 bilhão já foram pagos.

 

Segundo estudo feito pela consultoria KPMG, seria necessários mais R$ 602 milhões para concluir a obra.

 

A consultoria apontou ainda que seriam necessários 30 vagões para operar o modal, e não os 40 comprados por R$ 700 milhões.

 

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6 Comentário(s).

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ana maria silva  22.09.16 10h16
"a desconfiança do Governo em relação aos comentários do conselheiro tem uma razão, pois o TCE-MT devia ter acompanhado e auditado os contratos e serviços desde o começo da obra e não agora vir questionar o valor já gasto e se vai ser terminada ou não ... devemos lembrar que toda obra para ser aprovada deve ter o prazo de entrega e somente liberada as verbas conforme a execução dos serviços, e ao que nos parece isso não ocorreu e os agentes públicos que deveriam ter fiscalizado agora quer cobrar de outros.
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Sebastiao  22.09.16 08h24
As leis de obras públicas devem passar por uma rigorosa revisao. Sou a favor que toda empresa que executar uma obra pública deva contratar uma seguradora para fiscalizar e caso a obra nao seja entregue no prazo com todos os requisitos executados, a seguradora pague pelos prejuizo.Devemos excluir este vinculo politico da obras publicas para encerrar de vez os desvios de verbas,as má qualidade de execução e esse sentimento que o contribuinte fica de que nunca ficará pronto.
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carvalho  21.09.16 13h14
Estes relatos narrados por tais autoridades deixam muito claro e nítido o auto grau de competência e comprometimento de todos os Órgãos de Fiscalização e Controle de M.T. É tamanho a competência que felizmente a população só se depara com obras e serviços executados com a maior excelência. temos Viadutos repletos de erros e falhas de execução, ruas e avenidas sem um minimo de seguração para ninguém, e sem contar os serviços públicos que o quesito qualidade está muito longe de ser visto. Mas tudo isso é graças a essa grande competência desses Órgãos que recebem muito bem para desempenha esse belíssimo trabalho para a sociedade.
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Luiz cuiabano  21.09.16 13h07
O Conselheiro está correto porque é o sentimento de toda a população,somente os membros desse governo são contra a obra!!!Não têm humildade em reconher que erraram e que pode dar um passo atrás!!!
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Everton de Almeida Carvalho  21.09.16 13h00
Nem tanto ao céu e nem tanto à terra - sem entrar no mérito político das críticas e das respostas do Governo, tenho acompanhado a evolução do tema VLT. Tem razão a Casa Civil com as cautelas devidas, e não faltam ações do Governador ao acionar o poder judiciário, contratar consultorias, o que comprova interesse. Por outro lado uma obra deste porte envolvendo engenharia sofisticada e altíssimos custos não pode ficar indefinida, pois ai se acumulam custos de manutenção, depreciação e lucro cessante, e o mais importante, o custo da frustração da população que anseia por mobilidade de qualidade. Não serão somente os R$ 650 milhões obtidos pela consultora, mas pelo menos 1 bi. A questão é muito grave pelos impactos negativos nas vias públicas e o caós no tráfego - exigi-se sim um processo mais efetivo de decisão, pois: a obra cara é a obra parada!
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