Com nova onda, líder vê chance de colegas mudarem de opinião

O deputado licenciado Dilmar Dal’Bosco (DEM), que é líder do Governo na Assembleia, afirmou que vê possibilidade de alguns colegas mudarem de opinião antes da segunda votação do projeto que veta a adoção do passaporte da vacina contra Covid-19 em Mato Grosso.

O texto, de autoria do deputado Gilberto Cattani (PSL), proíbe a exigência de comprovação de vacina em todos os estabelecimentos públicos e privados do Estado.

O projeto foi aprovado pela maioria da Casa em primeira votação e deve retornar à pauta quando do retorno dos trabalhos no Legislativo, em fevereiro.

Observa-se que hoje, a maioria das pessoas que estão com problemas ou que estão na UTI são as não vacinadas

Dilmar afirmou que a mudança de opinião dos parlamentares é possível diante da nova onda da Covid, em razão da variante Ômicron, que apesar de aparentemente ter uma letalidade menor, tem aumentado exponencialmente o número de casos em Mato Grosso.

“Observa-se que hoje a maioria das pessoas que estão com problemas ou que estão na UTI são as não vacinadas”, apontou.

O deputado voltou a citar a inconstitucionalidade do projeto, uma vez que versa sobre regras a municípios, o que não é competência da Assembleia Legislativa, mas sim das Câmaras de Vereadores e prefeitos.

O democrata apontou que “todos na Assembleia” sabem da inviabilidade do projeto e que se trata de uma pauta polêmica que resultará em nada prático no final.

“Sem contar que o próprio Supremo Tribunal Federal já determinou que tem que se exigir o passaporte porque a doença está avançando e muitas vezes aquela pessoa que não acredita na vacina está contaminando outro ser humano”, ressaltou.

“Além disso, o Ministério Público Estadual já se posicionou, antes mesmo da primeira votação, dizendo que vai entrar na Justiça. É uma polêmica que está sendo criada em cima de um projeto que não vai ter resultado objetivo”, completou.

Além da chance de mudança de opinião dos colegas do Parlamento, Dilmar citou que o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) e atual líder do Governo, deputado Wilson Santos, deve pedir ao autor do projeto para que arquive a matéria.

“Wilson sabe que o projeto não passa na Comissão, não porque nós deputados somos contra, mas porque a Comissão observa o direito, a constitucionalidade ou não. Por isso que ele deve sugerir ao Cattani para que retire esse projeto”, disse.