Congressistas usaram as redes sociais para prestar solidariedade e manifestar indignação com a cassação do mandato da senadora Selma Arruda (Podemos). A decisão foi tomada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na última terça-feira (10), quando Selma teve o recurso negado pelo Pleno.
Álvaro Dias, líder do Podemos no Senado, defendeu que a ordem de votação no TSE prejudicou a parlamentar mato-grossense. Ele ainda ressaltou que o voto do ministro Edson Fachin - o único a votar a favor de Selma - foi "brilhante" e poderia ter direcionado os demais.
"Infelizmente, a ordem de votação nos prejudicou terrivelmente. Estamos juntos, você é forte, a sua dignidade supera qualquer injustiça, e o voto do Fachin como você mesmo disse, lavou a sua alma, isso que é importante. Não tenho palavras para me expressar, uma carreira brilhante que apenas se iniciava e foi decapitada desta forma irresponsável no meu entendimento", afirmou.
"Evidentemente que é preciso respeitar as decisões judiciais, mas é muito difícil não afirmar que foi insensata. Você é vítima de uma injustiça que certamente provoca essa dor cruel que você está sofrendo agora, mas você está acima dessas circunstâncias com a sua dignidade, decência e honradez e, certamente, é o que vale nessa hora”, completou.
MidiaNews
Selma Arruda teve o mandado cassado pelo TSE na terça-feira (10)
Já o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) também lamentou a decisão por meio de um vídeo. Ele afirmou que Selma deve "sair de cabeça erguida" e que serve de "inspiração" para os colegas no Senado.
“Confesso que assisti a esses dois dias de julgamento e teria orgulho de ser julgada e condenada da forma que você foi, num prazo surreal, mostrando um direcionamento muito claro para tirar uma pessoa que estava fazendo a diferença e incomodando os poderosos. Sua vida é de fazer justiça, você é nossa inspiração. Tudo no comando de Deus, tudo tem um propósito. Ficou claro o que aconteceu aqui. Você tem que sair de cabeça erguida”, afirmou.
A parlamentar também recebeu o apoio do senador Styvenson Valentim (Podemos –RN).
“A sensação que eu estou é de luto por uma pessoa que teve a vida política assassinada. Acompanhei cada voto dado, respeito, mas não concordo e tenho o direito de falar que é vergonhoso para a justiça brasileira a falta de imparcialidade no nosso judiciário. Quem conhece a Selma sabe muito bem que seu erro foi ir contra o sistema. A gente precisa de uma CPI da Lava Toga, precisamos reajustar esses botões da justiça. O ministro Fachin deixou claro que não existia nenhuma irregularidade a ser atribuída à Selma”, criticou.
Senadores do antigo partido da congressista também registraram sua insatisfação com o resultado do TSE. O líder do PSL no Senado, Major Olímpio, defendeu que ela ingresse com recurso extraordinário e lute pela sua vaga no Congresso.
“Ainda temos luta, temos recurso extraordinário que pode decretar, monocraticamente, efeito suspensivo. Você sabe que o seu erro foi colocar um governador corrupto e secretários na cadeia. Hoje, o submundo do crime em Mato Grosso, esses mafiosos, devem estar comemorando e dizendo que o crime compensa no Brasil, mas cabeça erguida, estamos juntos contigo nessa luta. Não precisa explicar para ninguém no mundo a injustiça praticada. O voto do Fachin foi um tapa na cara desses malditos. Estamos só começando uma nova trajetória de vida e você estará sempre com a gente”, disse.
A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) também manifestou apoio à Selma, afirmando que Mato Grosso e o País perdem com a saída dela do jogo político.
“Minha amiga, minha irmã, Selma, você é de uma coragem que eu admiro. É difícil encontrar alguém com essa coragem de enfrentar com a honradez que você enfrentou tudo por aqui. Ainda temos recurso, continuaremos ao seu lado lutando, mas, caso seja essa a decisão final, o Brasil e o Mato Grosso terão uma perda muito grande e você vai ficar para mim como mártir, um exemplo. Estamos ao seu lado. Ainda não acabou", afirmou.
Condenação
Selma Arruda teve o mandato cassado, por unanimidade pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), em abril deste ano. Ela recorreu ao TSE, que manteve a decisão.
Ela e seus suplentes omitiram despesas na ordem de R$ 1,2 milhão durante a pré-campanha e campanha de 2018, o que configura caixa 2 e abuso de poder econômico.
Os gastos foram identificados na contratação da KGM, empresa de pesquisa eleitoral, e a Genius Publicidade.
Além da cassação do mandatos, eles ainda foram setenciados a inelegibilidade por um prazo de oito anos. O TSE ainda determinou a realização de novas eleições no Estado.
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1 Comentário(s).
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Graci Ourives de Miranda 12.12.19 22h18 | ||||
Dra. Selma eu votaria novamente em V. Sa.,. Fizeste excelente trabalho e MT. | ||||
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