Cuiabá, Sábado, 2 de Agosto de 2025
SABATINA COM ABÍLIO; VEJA
18.11.2020 | 14h49 Tamanho do texto A- A+

"Convidei o Bussiki para ajudar em minha gestão, e ele topou"

Na Fiemt, Abílio apontou possível "rombo" na Prefeitura e criticou "lockdown" em época de pandemia

Montagem/ MidiaNews

O candidato a prefeito de Cuiabá, Abílio Júnior: apresentação de propostas na Fiemt

O candidato a prefeito de Cuiabá, Abílio Júnior: apresentação de propostas na Fiemt

LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO

O candidato a prefeito de Cuiabá, vereador Abílio Junior (Podemos), participou de um bate-papo promovido pela Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) na tarde desta quarta-feira (18).

 

O encontro serviu para apresentação de suas propostas de Governo, principalmente aquelas voltadas para a geração de empregos, desburocratização de processos e fortalecimento da economia na Capital.

 

No final da tarde, o candidato à reeleição, prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), passará pela sabatina.

 

Durante a live, o Abílio afirmou que já convidou o vereador Marcelo Bussiki (DEM) para ajudar em sua gestão, caso seja eleito. "E ele topou", disse.

 

O evento teve a participação do vice Felipe Wellaton (Cidadania).

 

Acompanhe ao vivo:

 

 

Sem vice "fantasma"

 

A primeira questão citada pelo presidente da Fiemt, Gustavo de Oliveira, que faz a intermediação da conversa, é sobre a bandeira levantada por Abílio de que, caso seja eleito, a Capital contará com dois prefeitos.

 

Ele questionou Wellaton se ele iria ocupar uma secretaria e qual seria seu papel efetivo na administração, uma vez que quem deverá assinar as decisões tomadas será Abílio.

 

O papel do vice é garantir a execução. Ele [Abílio] é o maestro da orquestra

Wellaton afirmou que o seu papel será garantir que as duas palavras-chaves do plano de Governo de ambos, apresentadas por ele como desburocratização e inovação, saiam do papel.

 

"O nosso papel é institucional, de dar apoio ao prefeito. Precisamos desburocratizar e inovar Cuiabá. Hoje nenhum serviço público está na mão do cidadão. O papel do vice é garantir a execução. Ele [Abílio] é o maestro da orquestra", afirmou.

 

"Cidade mais inteligente e interativa"

 

De acordo com o Abílio, a ideia é transformar Cuiabá em uma cidade mais inteligente e mais interativa. Ele deu como exemplo a sua proposta de criar o Zap Saúde, para agendamento de consultas e exames pelo WhatsApp, ou o uso do celular também para cobrança de serviços urbanos por parte da população.

 

Questionado sobre a realidade da exclusão digital, Abílio afirmou que "uma coisa não exclui a outra".

 

"Você poder agendar uma consulta via WhatsApp não quer dizer que você não pode ir até à Policlínica para procurar o serviço diretamente. Teremos servidores nos locais lhe assessorando. Não vou penalizar quem sabe por quem não sabe. Se fizermos uma cidade inteligente, poderemos favorecer quem busca esse serviço e teremos uma cidade inteligente e mais interativa", afirmou.

 

"Se a gente passou para o segundo turno em primeiro lugar é porque a rede social e a internet está funcionando muito bem na cidade. Não tínhamos tempo de TV e mídia e as nossas propostas estão chegando aos eleitores", disse.

 

Sou um cara que falo o que penso, mas sou um cara diplomata, porque converso com todo mundo. Eu quero ter uma relação de primeira com o Governo do Estado, com o Governo Federal, com a Câmara Municipal

Transparência na gestão e convite a Bussiki

 

Segundo Abílio, a população pode esperar transparência da administração - voltada a questões orçamentárias e legalidade das ações - e a transparência das ações públicas.

 

Segundo o candidato, quanto ao primeiro quesito, ele deve contar com o vereador Marcelo Bussiki (DEM), que foi candidato a vice na chapa de Roberto França (Patriota) e que agora apoia a sua candidatura.

 

Ele, inclusive, fez elogios ao papel de Bussiki na Câmara dos Vereadores, afirmando ser o melhor parlamentar o Legislativo já teve, o mais técnico, e disse ter feito um convite a ele para ajudar "direta ou indiretamente" na sua gestão.

  

"Hoje estamos com o melhor cara para falar disso no Estado de Mato Grosso, Marcelo Bussiki. É quem colocou o Portal da Transparência de Cuiabá entre os 10 melhores do País quando participou da gestão", afirmou.

 

"O vereador Marcelo Bussiki é o mais técnico da Câmara Municipal. E eu falei para ele, fiz o convite. Disse que ele é a pessoa mais técnica para ajudar na gestão nesse sentido. E ele topou. Agora, se ele vai participar do governo ocupando um cargo ou sendo de forma indireta, porque ele faz parte do Tribunal de Contas do Estado, cabe a ele decidir", afirmou.

 

Segundo Abílio, a transparência das ações públicas ocorrerá por meio da publicidade da informação. 

 

"Um exemplo claro é a propaganda do nosso adversário que mostrou a cidade mais bonita do mundo, sem problema de saúde, educação ou transporte público. E a população falava que era mentira e foi nas redes sociais. Ou seja, a transparência da ação pública veio através da rede social, onde não há controle do Poder Executivo", disse.

 

Postura na Prefeitura: "Quero ser um pai que o meu filho sinta orgulho"

 

Como exemplo de transparência das ações, Abílio citou o dia em que chegou à inauguração de uma das etapas do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) e causou polêmica ao fazer uma live e ser contido por seguranças. 

 

Ele, então, foi questionado sobre qual postura deverá adotar na Prefeitura de Cuiabá, caso eleito, e se irá agir com mais maturidade - uma vez que atitudes como a que tomou como vereador podem culminar em uma ruptura institucional.

 

Não podemos construir uma cidade sem alinhar as diferenças, sem acertar os pontos, sem conversar

Em sua defesa, Wellaton afirmou que Abílio possui carreira como empresário arquiteto e urbanista e comparou a sua carreira profissional e política com a do seu adversário, Emanuel Pinheiro. 

 

"Tentam desqualificá-lo ao tacharem-no de louco, porque não podem tachá-lo de corrupto. Ele não aposentou aos 33 anos e recuperou o Fundo de Apoio de Aposentadoria (FAP). A vida inteira ele [Emanuel] foi político, nunca produziu", afirmou.

 

Wellaton ainda citou que o preparo de Abílio se mostra na construção do arco de aliança, com o apoio recebido de Bussiki, o ex-prefeito Roberto França e o governador Mauro Mendes (DEM).

 

"Ele trouxe Marcelo Bussiki, que é vereador e auditor do TCE. Trouxe Roberto França, que também quer contribuir com os projetos sociais na nossa gestão, como o 'Bom de Bola, Bom de Escola'. Tem o último prefeito antes de Emanuel, que também fez uma boa gestão", afirmou.

 

Abílio, então, completou, citando o nascimento do filho, Sebastian Regis, há duas semanas.

 

"Quero ser um pai que o meu filho tenha orgulho. Quero que ele tenha o orgulho de dizer que ele é filho do Abilio. Filho de alguém que honrou o máximo possível para que ele não se envergonhasse. Meu filho não vai chegar na escola e alguém vai tirar sarro dele, dizendo que o pai dele é o do paletó, é corrupto. Eu quero que ele, na escola, possa dizer que o pai dele nunca desrespeitou a sua família", afirmou. 

 

Eu quero a construção civil salvando Cuiabá após o Covid. É essa a área que vai fazer Cuiabá voltar à ativa. É mais gente construindo, é mais gente empreendendo, os vazios urbanos diminuindo

"Sou um cara que falo o que penso, mas sou um cara diplomata, porque converso com todo mundo. Eu quero ter uma relação de primeira com o Governo do Estado, com o Governo Federal, com a Câmara Municipal. Não podemos construir uma cidade sem alinhar as diferenças, sem acertar os pontos, sem conversar. Desde que a gente respeite um simples critério: 'tudo o que for bom, honesto, justo e verdadeiro, nisso pensai, nisso fazei'", defendeu.

 

Desburocratização e construção civil

 

Abílio voltou a defender a desburocratização da Prefeitura para fomentar o comércio, o setor da construção civil e facilitar a vida de quem quer empreender, principalmente como uma saída econômica após a pandemia.

 

"Eu quero a construção civil salvando Cuiabá após o Covid. É essa a área que vai fazer Cuiabá voltar à ativa. É mais gente construindo, é mais gente empreendendo, os vazios urbanos diminuindo", disse o candidato.

 

"Fazendo isso, vai aumentar a nossa arrecadação com o IPTU, de ITBI. A construção civil faz um giro gigante no ICMS. O ISSQN, das prestações de serviço, vai aumentar. Olha o tanto que a gente está fazendo sem precisar aumentar o imposto. Apenas aumenta a base da arrecadação", afirmou o candidato.

 

Segundo ele, "a burocracia só favorece a corrupção".

 

Nova onda do Covid e "lockdown"

 

Questionado sobre qual postura terá diante de um evntual novo aumento de casos do coronavírus na Capital e se manteria o diálogo com todos os setores antes de tomar medidas mais drásticas - e que, segundo o presidente da Fiemt, apenas causam mais aglomerações -, Abílio afirmou que não trabalhará com a possibilidade de "lockdown" (confinamento).

 

Ele citou, também, o problema da suspensão das aulas. Segundo o candidato, de um modo geral, a "situação está muito política e emocional, não está técnica". Ele falou que pretende criar o Centro de Tomada de Decisões em Pandemia.

 

"Como prefeito, temos que ter sabedoria e discernimento para ouvir decisões técnicas. A política e a diplomacia é saber ouvir, saber discernir qual é a melhor decisão a ser tomada e tomá-la em base técnica", afirmou.

 

Se a gente fizer vista grossa em quem está dando o rombo, no futuro, nós vamos pagar a conta

"Rombo" na Prefeitura: "Alguém vai pagar essa conta"

 

Em suas considerações finais, Abílio defendeu a necessidade de que os eleitores não fiquem em cima do muro. Ele argumentou citando um possível "rombo" na Prefeitura, que sobraria para a população pagar.

 

"A gente não pode ter, numa cidade que corre tanto risco, a postura de ficar em cima do muro. Quero deixar isso claro porque a próxima gestão da Prefeitura de Cuiabá será em cima de R$ 800 milhões de dívida ativa, R$ 700 milhões de empréstimos, R$ 326 milhões em pedaladas fiscais. E o que poderá acontecer é que alguém vai pagar essa conta", enumerou.

 

O candidato lembrou desvios no Governo do Estado e o problema que a chamada "vista grossa" gerou.

 

"Na época do Silval [Barbosa], muita gente ficou quieta. Depois veio [Pedro] Taques e cobrou uma conta. Veio Mauro e cobrou outra conta. E alguém vai pagar a conta ainda por 20 anos. Porque não se rouba o dinheiro público e recupera no ano seguinte", criticou.

 

"Se a gente fizer vista grossa em quem está dando o rombo, no futuro, nós vamos pagar a conta. Se esse atual prefeito vai para a reeleição, ele pode até ter feito algo que alguém gosta, mas fez para se reeleger, buscando foro privilegiado. Mas ele não vai ter uma nova reeleição [depois dessa]. Então, ou evitamos que ele deixe o rombo maior ou pagaremos a conta do rombo que ele vai deixar. E qual a solução? Tirá-los de lá", completou.

 

Abílio finalizou afirmando que ele e os demais vereadores de oposição começaram a mudar a Capital pela Câmara Municipal.

 

"Agora, vamos fazer com a Prefeitura de Cuiabá", disse.

 

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COMENTÁRIOS
5 Comentário(s).

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glauter  18.11.20 15h59
Ué, mas ja acabou eleição pra já esta loteando cargos? Humilde o menino, hein!
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Delcio  18.11.20 15h56
Uma coisa são ideias, sem viabilidade, são apenas palavras al vento. Como vai fazer? quando vai fazer? Por que vai fazer? Qual a fonte de investimento? Tem recurso pra isso?...outras coisa são propostas, ações concretas, factíveis, possíveis.
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Rodrigo Santos   18.11.20 15h28
Boa entrevista! Abílio Prefeito! Dia 29 começa o início da mudança. Acredito no projeto dele e Wellaton. A atitude de ambos parece agressiva, mas tem fundamento e coerência. E não usam paletó.....❌
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Ribeiro  18.11.20 15h17
Meu Deus, gente! deixem a justiça cuidar do caso Emanuel. Não votem em Abílio, ele não tem preparo nenhum. O rapaz não sabe nem o que esta falando. Foi feito uma pergunta enfática sobre o que ele vai fazer com as várias áreas vazias e verdes no perímetro urbano de Cuiabá? Ele simplesmente "escamoteou" e fugiu da pergunta, Ficou batendo duro somente na desburocratização dos processos de empreendimentos da prefeitura. Como se automatizar um alvará de construção fosse a coisa mais simples do mundo. A fala sobre ações da prefeitura, durante a pandemia são desastrosas, ele não sabe o que diz, até parece que o Covid ja acabou no mundo inteiro, menos em Cuiabá, por contas das ações da prefeitura.
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paulo salem  18.11.20 15h14
belíssima entrevista. Valeu muito a pena. Parabens Fient, parabens presidente.
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