O deputado estadual Zeca Viana (PDT) afirmou, durante sessão nesta quarta-feira (21), que foi alvo de um inquérito, instaurado pela Polícia Civil, para apurar uma denúncia anônima de que ele teria contratado um pistoleiro para matar o secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, e sua esposa.
Segundo ele, o inquérito foi aberto em 12 de março deste ano, após a Casa Civil ter recebido um e-mail com a denúncia e encaminhá-lo à polícia. O e-mail foi endereçado ao chefe de gabinete do Palácio Paiaguás, José Arlindo.
"A Casa Civil recebeu esse e-mail no dia 12 de março e a Polícia Civil instaurou inquérito policial, narrando que eu estaria pagando um suposto pistoleiro para matar o secretário e sua esposa. Eu fiquei sabendo que eles tentaram montar uma armação contra mim. Não adianta tramar nada contra minha pessoa. Tudo que fizerem, calúnia, difamação, se não for verdadeira, eu não tenho medo. Eu não vou me intimidar", disse.
Em nota, o Governo do Estado se posicionou sobre o assunto e negou qualquer ato para prejudicar o deputado Zeca Viana. "Ao prestar depoimento, o secretário Paulo Taques afirmou que não acreditava na veracidade das informações e que tal ação poderia ter sido orquestrada para prejudicar o relacionamento dos agentes do Poder Executivo com o Poder Legislativo".
"O secretário-chefe da Casa Civil ressalta que o Governo tomou todas as medidas para proteger os envolvidos no email, bem como para afastar o deputado citado de eventual ação para prejudicar sua reputação. Informa que, à época, não deu publicidade ao caso por entender que poderia se tratar de mais uma tentativa de indispor o Poder Executivo com a Assembleia Legislativa. Por fim, ressalta também o compromisso do Governo com a veracidade e elucidação dos fatos", diz a nota (leia a íntegra abaixo).
"Último a saber"
Ainda em seu discurso, Viana afirmou que só tomou conhecimento do porque o inquérito foi arquivado, em razão de ausência de provas.
Ele citou que a Polícia Civil não encaminhou ao Google, conforme solicitação da própria empresa, o número de IP (identificação) da máquina pela qual o e-mail foi enviado - tampouco da máquina que recebeu o conteúdo.
"Foram investigar, colheram o depoimento do suposto pistoleiro, que disse que não conhecia a mim, nem o secretário. Pediram a Polícia a quebra de sigilo, o Google pediu que eles enviassem o IP das máquinas, o que não foi feito. Desta forma, o Ministério Público mandou arquivar o processo por falta de provas", disse.
"Só após o Tribunal de Justiça me notificar do arquivamento é que fiquei sabendo dos fatos, de toda essa armação contra mim", disse.
Reabertura de inquérito
O deputado solicitou ao Ministério Público Estadual e ao Tribunal de Justiça a reabertura do inquérito.
"Fui envolvido em um crime sério que é uma acusação de mandar matar alguém. Não posso deixar isso quieto, meus princípios não permitem. Se eu fosse culpado, essa hora eu estaria na cadeia", afirmou.
"Como não sou, quero saber quem são as pessoas maldosas que me envolveram nessa história. Vou cobrar das autoridades. É preciso elucidar o caso, tornar isso público, pessoas que usaram dessa má-fé são criminosas, e têm que responder por seus atos", disse.
Zeca Viana ainda disse achar "estranho que a Polícia Civil e o Ministério Público, com todo os seus aparatos, não conseguirem descobrir a origem de um e-mail, vindo de Chapada dos Guimarães para a Casa Civil e não descobrir a pessoa que emitiu a mensagem".
“Ou não quiseram fazer, ou omitiram as informações. Eu, como cidadão sério, não aceito esse tipo de armação, esse tipo de calúnia. Por se tratar de uma ameaça atingindo a pessoa do nobre secretário Paulo Taques, eu não posso deixar passar em branco. Eu vou lutar até o final, e se tiver que ir para a Polícia Federal, nós iremos”, disse.
Confira a nota emitida pelo Governo do Estado:
"Para efeitos de publicidade e transparência, o Gabinete de Comunicação do Governo do Estado esclarece os fatos narrados pelo deputado estadual Zeca Viana, em pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, nesta quarta-feira (21), e que envolvem dois secretários de Estado:
1 - O secretário de Gabinete de Governo, José Arlindo de Oliveira Silva, confirma que recebeu e-mail apócrifo relatando supostos fatos que poderiam afetar a integridade física do secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, e sua esposa;
2 - Em posse do relato, o secretário informou os fatos à Secretaria de Segurança Pública que, por sua vez, levou ao conhecimento da Polícia Judiciária Civil. Um inquérito policial foi instaurado, em segredo de Justiça, a fim de apurar os fatos;
3 - Ao prestar depoimento, o secretário Paulo Taques afirmou que não acreditava na veracidade das informações e que tal ação poderia ter sido orquestrada para prejudicar o relacionamento dos agentes do Poder Executivo com o Poder Legislativo;
4 - O secretário-chefe da Casa Civil ressalta que o Governo tomou todas as medidas para proteger os envolvidos no email, bem como para afastar o deputado citado de eventual ação para prejudicar sua reputação. Informa que, à época, não deu publicidade ao caso por entender que poderia se tratar de mais uma tentativa de indispor o Poder Executivo com a Assembleia Legislativa. Por fim, ressalta também o compromisso do Governo com a veracidade e elucidação dos fatos.
Para outros esclarecimentos, o Gabinete de Comunicação se coloca à disposição.
Governo de Mato Grosso"
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