A expectativa sobre a possível indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, à vaga de Luís Roberto Barroso no STF (Supremo Tribunal Federal) está gerando especulações em torno de quem ocuparia a cadeira dele na AGU.
Ao menos sete nomes circulam nas conversas de bastidores, incluindo os de duas mulheres negras. Um aliado de Lula diz que, se a vaga for mesmo aberta, a substituição não será feita sob pressão, porque o cargo é estratégico: a AGU é a linha de frente da defesa do governo.
Ele acrescenta que a eventual sucessão de Messias na AGU ainda não está sendo discutida oficialmente, que não há favoritos e que o presidente não vai necessariamente escolher alguém da carreira para assumir o cargo —a exemplo de quando escolheu Dias Toffoli para a função, em 2007, no seu segundo mandato.
Corrida nos bastidores
Mas, nos bastidores, ao menos sete nomes já estão circulando como potenciais candidatos ao cargo. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e o próprio Messias serão ouvidos pelo presidente, caso Lula efetive sua indicação.
Entre os nomes, dois são de mulheres negras: Manuellita Hermes, procuradora federal da AGU desde 2007, e Claudia Trindade, que já foi cotada para substituir Messias no comando da AGU em 2023, quando ele foi considerado para o STF (o indicado à corte foi Flávio Dino).
Outros cinco profissionais de carreira também aparecem em conversas sobre uma eventual mudança no comando da AGU: Adriana Venturini, procuradora-geral federal; Clarice Calixto, procuradora-geral da União; Anelize Almeida, procuradora da Fazenda Nacional; Isadora Cartaxo, secretária-geral de Contencioso; e Fábio Roman, vice-AGU e procurador do Banco Central.
A AGU é a linha de frente da defesa do governo e atua diretamente nas pautas de interesse da União no STF. Além de prestígio, chefiar o órgão dá projeção no universo jurídico.
Jorge Messias, por exemplo, entrou para o "núcleo duro" do governo e passou a ter outra relação com o presidente Lula neste ano, em especial após atuar em três pautas importantes: contra a derrubada do decreto do IOF, por acordos na crise das fraudes no INSS e no caso Juliana Marins, morta após um acidente na Indonésia.
Entre os atuais integrantes da corte, três ocupavam o cargo quando foram indicados ao tribunal: Gilmar Mendes, em 2002, na gestão Fernando Henrique Cardoso; Dias Toffoli, em 2009, no segundo mandato de Lula; e André Mendonça, em 2021, no governo Jair Bolsonaro.
Mulher na AGU
A possibilidade de Lula indicar mais um homem para o STF tem gerado críticas ao presidente por parte da sociedade —até a cantora Anitta pediu que ele escolha uma mulher para a corte.
A ida de uma mulher para a AGU, caso Messias seja de fato indicado ao STF, poderia aplacar a cobrança.
Esta será a 11ª indicação de Lula ao Supremo, considerando seus três mandatos como presidente da República. Entre as dez indicações anteriores, ele só escolheu uma mulher, a ministra Cármen Lúcia, em 2006.
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