Em carreata, servidores dizem: “Gallo pisou no pescoço do povo”

Servidores públicos do Estado realizaram uma carreata na manhã desta terça-feira (14), em protesto à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência, que está em tramitação na Assembleia Legislativa.

Por mais de 40 minutos, os servidores percorrem as principais vias do Centro Político Administrativo, passando pela porta do Legislativo, do Palácio Paiaguás e com uma parada final na sede da Secretaria de Estado de Fazenda.

O principal alvo dos protestos foi o secretário de Fazenda, Rogério Gallo, a quem o funcionalismo acusa de “pisar no pescoço da população mato-grossense”.

“Querem tirar nossa dignidade dizendo que somos culpados por Mato Grosso passar por essa situação. O secretário fica culpando o servidor público. Os aposentados já tiveram seus salários confiscados. Isso é justo, Rogério Gallo?”, questionou o presidente do Sindicato dos Profissionais da Área Instrumental (Sinpaig), Edmundo César Leite.

O secretário [Gallo] veio do Paraná, Mato Grosso o acolheu e agora ele está pisando no pescoço da população mato-grossense. Não é só o servidor que está reclamando, é todo segmento da sociedade

“O secretário [Gallo] veio do Paraná, Mato Grosso o acolheu e agora ele está pisando no pescoço da população mato-grossense. Não é só o servidor que está reclamando, é todo segmento da sociedade”, emendou.

A Reforma da Previdência – enviada pelo Executivo - altera a idade mínima para aposentadoria dos servidores. Para homens será de 65 anos e 62 anos para mulheres. Compulsoriamente, quando completar 75 anos para ambos os sexos.

O texto já foi aprovado em primeira votação na Assembleia, com placar de 17 a favor e seis contrários. Mas ainda existem impasses e discussões em torno do projeto, que precisa passar por uma segunda votação.

Ainda durante o protesto, o sindicalista Adolfo Grassi disse que os servidores assistem indignados às alterações propostas pelo Governo, especialmente, em razão de a discussão ocorrer em meio à pandemia da Covid-19.

Desta forma, segundo ele, os servidores ficam impedidos, inclusive, de fazer manifestações na tentativa de sensibilizar os deputados estaduais quanto aos prejuízos trazidos pelo projeto.

“A legislação federal estabeleceu prazo de dois anos para as mudanças, não haveria necessidade dessa pressa. A vontade das autoridades no Estado é exterminar o serviço público. E, infelizmente, o parlamento estadual está alinhado com o governo”, disse Grassi.

“Estão desrespeitando tudo o que conseguimos ao longo de décadas. É um momento de muita tristeza a todos os servidores”, acrescentou.

Os sindicalistas já anunciaram que na próxima semana deverão fazer uma nova movimentação.

Veja na íntegra o protesto:



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