O interventor Hugo Lima relatou que apenas em 2022 o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) deixou de pagar mais de R$ 164 milhões em despesas da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
A informação consta em uma petição que ele enviou ao desembargador Orlando Perri na quinta-feira (5), no qual detalhou a situação orçamentária da Pasta, que classificou como “tenebrosa”. No documento ele pediu ainda que a Prefeitura repasse, todo dia 10, R$ 120 milhões para o custeio da Saúde.

“A atual situação é tão tenebrosa, que o órgão não vem honrando com suas despesas essenciais, como tarifas de água e energia, correndo o risco da interrupção dos serviços a qualquer momento, além de onerar os cofres públicos com os juros e multas devidos”, escreveu em trecho da petição.
Lima informou que as despesas orçamentárias não pagas em 2022 totalizam exatos R$ 164.083.699,31, o que representa 14,74 % das despesas total realizada no ano.
O interventor informou também que no mês de dezembro a receita realizada pela Secretaria foi de R$ 83.003.723,25, valor da soma de recursos federal, estadual e municipal.
Lima ainda constatou que houve um grande comprometimento do orçamento de 2022 com despesas relativas aos anos anteriores, em que Emanuel também deixou valores milionários a pagar.
“Ressalta-se também, que foram observados R$ 74.680.910,46 empenhados no elemento 92 – Despesas de Exercícios Anteriores, penalizando severamente o orçamento atual pela ausência de eficiência na gestão orçamentário”, afirmou.
O interventor também identificou um elevado número de notas fiscais a serem pagas sem a devida cobertura contratual e orçamentária.
Déficit no caixa
Durante suas ações fiscalizatórias na secretaria, Lima constatou que o saldo financeiro encontrado em caixa e que consta em saldo disponível no encerramento do exercício foi de R$ 5.000.855,21.
Por outro lado, somando todas as despesas que a Pasta tem a pagar, com dívidas acumuladas desde 2020, a Prefeitura teria que desembolsar mais de R$ 229 milhões para cobrir o rombo. Este valor ainda não contempla as dívidas da Empresa Cuiabana de Saúde Pública.
“Os efeitos da desorganização e falta de gestão na Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá podem ser vistos na baixa qualidade dos serviços ofertados pelo órgão, fornecedores interrompendo a prestação de serviços, medicamentos e materiais em falta nas unidades de atendimento, prejudicando o usuário do SUS”, concluiu.
Leia mais:
Interventor pede busca e apreensão e R$ 120 milhões para custeio
Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).
|
1 Comentário(s).
|
| Joao 06.01.23 10h58 | ||||
| Mesmo com todas as provas de corrupção a justiça falha mais uma vez, infelizmente quem deveria olhar pelo SUS , destrói e pobre que sofre as consequências. Enfim mais uma vez ficou privado que crime compensa | ||||
|