O líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), afirmou que o Executivo Estadual pode implementar em Mato Grosso as mesmas medidas previstas na PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do teto dos gastos, em tramitação no Congresso Nacional e que congela os gastos federais pelos próximos 20 anos.
Segundo o parlamentar, a crise econômica atinge todos os Estados e tais medidas são necessárias para conter os gastos públicos, que já estão maiores do que a receita.
“Essa PEC foi votada com o aval de todos os governadores, pois todos estão passando por dificuldades. Na época que a União fez a proposta, todos os chefes de Executivo assinaram concordando com o presidente [Michel Temer], para que ela fosse construída. Cada Estado terá que, praticamente, copiar da lei aprovada no Congresso e colocar em prática”, afirmou.
“Chegou a uma situação de caos. Aumentou o custeio da máquina e a arrecadação não acompanhou. Vão acabar todos sendo atingidos pela lei de improbidade administrativa, por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal, que prevê limites para o comprometimento da receita líquida”, completou.
Conforme Dal’Bosco, o Executivo ainda não se manifestou sobre a aplicação das medidas previstas na PEC no Estado, mas que essa possibilidade já é debatida entre os deputados.
A proposta nacional já foi aprovada na Câmara dos Deputados e aguarda a votação no Senado Federal.
“O Congresso aprovando a PEC, não só o Estado de Mato Grosso, mas outros terão que implantar, assim como os municípios. Acredito que não teria dificuldades para a aprovação dessas medidas pela Assembleia, até porque todos os deputados entendem essa situação da mesma maneira, até mesmo os de oposição”, disse.
“Nós conversamos no Colégio de Líderes que isso deve ser feito e a equipe técnica do Estado tem essa noção. É preciso ver o que será aprovado na PEC e qual vai ser a proposta no Estado. Se o Governo não fizer nada, só o aumento de folha de pagamento de 2016 para 2017, sem contratar ninguém, vai de R$ 9 bilhões para R$ 10,8 bilhões”, declarou.
O deputado ainda avaliou que o congelamento de gastos em Mato Grosso é necessário, mesmo com a aplicação das reformas administrativa e tributária, que estão sendo preparadas pelo Governo de Pedro Taques (PSDB), para serem apreciadas pelo Legislativo.
A reforma administrativa, de acordo com o Governo, visa, além de dar um perfil mais político ao staff de Taques, e dinamizar a execução de projetos e obras, promover o enxugamento de gastos.
Já a reforma tributária prevê uma alíquota única para a tributação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O texto precisa ser aprovado ainda este ano na Assembleia Legislativa para que possa vigorar a partir de 2017.
Posicionamento contrário
Ao contrário do líder do Governo, o secretário de Estado de Planejamento, Gustavo de Oliveira, criticou a PEC.
Segundo ele, a proposta é “radical” e feita “sem planejamento”.
“Me parece que mais uma vez vamos tomar uma medida radical, sem planejamento, sem entender completamente quais são as consequências. É uma proposta que é lógica do ponto de vista da contenção do gasto público, mas não é lógica do ponto de vista do atendimento às demandas da sociedade”, afirmou, no mês passado.
A medida congela despesas da União, com cifras corrigidas pela inflação, por até 20 anos.
Na prática, se entrar em vigor em 2017, o Orçamento disponível para gastos será o mesmo de 2016, acrescido da inflação daquele ano. A mudança irá valer para Executivo, Legislativo e Judiciário. Já os limites em saúde e educação só começarão a valer em 2018.
A PEC também modifica a regra de reajuste do salário mínimo oficial, que se limitará à variação da inflação.
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8 Comentário(s).
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Lima 15.11.16 09h06 | ||||
Só vou concordar com a eficiência e seriedade do deputado se a primeira medida for diminuir pela metade os privilégios financeiros dos deputados estaduais, vereadores e do poder judiciário porque mexer nos direitos dos servidores do poder executivo, dos que precisam da saúde e educação pública é fácil, eu quero ver mexer no bolso dos super privilegiados do Estado de MT. | ||||
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Rogério 15.11.16 08h55 | ||||
Enquanto isso um deputado estadual recebe R$ 65.000,00 por mês somente de verba indenizatória. Por que não dão o exemplo e cortam esse absurdo? | ||||
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Aloisio 15.11.16 08h46 | ||||
Congelar os gastos do governo é o milagre da vez. Imagino que o Governador e seus executivos passarão horas sentados no gelo! Pedro Taques sentado no gelo e seus executivos enxugando o gelo. De repente descobriram que essa medida é a salvação do estado. O estado precisa sim ser salvo: o governo precisa de uma máquina administrativa tão grande assim? É necessários essa quantidade de vereadores, deputados, senadores ...? carros oficiais dia e noite circulando pela cidade? Isso é o que vemos a olho nu. Imagine aquilo que não é visto. | ||||
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Claudio 15.11.16 08h36 | ||||
Nessa terça-feira, 15/11, 21h, na TV Assembleia, vai ao ar um debate entre os deputados federais Fabio Garcia e Ságuas Moraes sobre a PEC 241 que já passou na Câmara e foi rebatizada de Pec 55 no Senado. O programa reprisa às 2h30, 7h e 13h da quarta-feira dia 16 de novembro. #ficaadica | ||||
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Mario 14.11.16 18h06 | ||||
Primeiro eu gostaria que alguem explicasse com clareza o que é a PEC. Quais as leis que serão votadas uma a uma. Gostaria de saber se a lei ou as leis serão validas em igualdade para quem ganha R$ 1.000,00 e para quem ganha 20.000 ou R$ 30.000 porque se for igua sera covardia;. Quem ganha bem não vai sentir tanto. | ||||
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