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EDUCAÇÃO
07.06.2016 | 08h30 Tamanho do texto A- A+

Governo do Estado admite falhas em discussão sobre PPPs

“Projeto será debatido; não ocorrerá goela abaixo”, disse secretário da Casa Civil, Paulo Taques

Reprodução

Segundo Governo, pelo menos 14 escolas foram ocupadas em Cuiabá e Várzea Grande

Segundo Governo, pelo menos 14 escolas foram ocupadas em Cuiabá e Várzea Grande

CAMILA RIBEIRO
DA REDAÇÃO

O secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, admitiu equívocos do Governo do Estado no processo que prevê a implantação de Parcerias Público-Privadas (PPPs) na gestão escolar do Estado.

 

A proposta resultou, inclusive, na ocupação de pelo menos 14 escolas em Cuiabá e Várzea Grande. A maior parte dos manifestantes afirma que o Estado quer privatização as unidades de ensino.

 

“Alguns estão dizendo mentiras, como por exemplo, que vamos privatizar escolas, que alunos vão pagar mensalidade, isso é mentira. Se alguém disser isso, está mentindo. Não vamos privatizar escolas, aluno não vai pagar mensalidade. Quem disse isso está mentindo e agindo de má fé”, afirmou o secretário.

 

“Concordo que talvez devêssemos ter aberto um diálogo com a comunidade escolar lá atrás. Talvez, se tivéssemos efetivamente reunido professores, pais, não haveria espaço para mentiras. Pois a mentira só encontra espaço onde não há informação. Por isso concordo que devíamos ter feito isso antes com mais intensidade”, completou o chefe da Casa Civil, em entrevista ao programa Conexão Poder, da TV Pantanal (canal 22).

 

Talvez, se tivéssemos efetivamente reunido professores, pais, não haveria espaço para mentiras. Pois a mentira só encontra espaço onde não há informação

Na ocasião, Taques também negou informações dando conta de que as PPPs seriam uma forma de acabar com a realização de concurso público na área da Educação, especialmente para professores.

 

“Falam que vamos acabar com concurso público, essa é outra mentira. Professores não serão demitidos, não serão exonerados. É preciso deixar isso claro. Quem estiver dizendo coisas nesse sentido, está falando bobagens”, disse.

 

O secretário reiterou que a proposta do Governo, por meio das PPPs, é realizar a construção de 31 novas escolas, além de reformas, ampliação, gestão, manutenção e operacionalização de serviços não-pedagógicos de outras 44 unidades.

 

“Resumidamente, é isso que queremos fazer: diretores e professores passarão a ocupar-se somente com o ensino. Banheiro que precisa ser consertado, lâmpada que precisa ser trocada, muro precisa ser refeito ficará ao encargo de entidades privadas”, explicou.

 

“Desta forma, vai sobrar tempo e energia administrativa para professor e diretor se ocupar com atividade pedagógica”, completou.

 

Sem imposição

 

O chefe da Casa Civil disse também que o projeto será debatido com a comunidade escolar e só será implementado caso gestores, estudantes e pais entendam ser necessário.

 

“O nosso Governo entende que as PPPs, efetivamente, compreendem a melhora significativa no ambiente escolar, temos essa confiança”.

 

Mas, se por algum motivo, a comunidade escolar entender que não deve ser feito, não será feito. Não será ‘enfiado’ nada goela abaixo

“Mas, se por algum motivo, a comunidade escolar entender que não deve ser feito, não será feito. Não será ‘enfiado’ nada goela abaixo”.

 

Alunos como “massa de manobra”

 

Paulo Taques também comentou sobre a polêmica de que os alunos das escolas ocupadas estejam sendo usados como “massa de manobra” de pessoas contrárias à gestão do governador Pedro Taques (PSDB).

 

“Sabemos – e isso não segredo - do forte perfil ideológico do sindicato dos servidores da educação. Isso não é uma crítica. É a constatação de um fato. O fato de o sindicato ter perfil fortemente ideológico e partidário faz parte do jogo democrático”, disse.

 

“Por certo que como se trata de um sindicato onde o PT tem atuação forte o viés ideológico partidário aflora nessa hora. Temos mais de 400 escolas em Mato Grosso, 14 foram ocupadas. O número fala por si. Se tem adolescente usado de massa de manobra, quem está servindo são os pais. Tenho filho adolescente e ele não será massa de manobra de ninguém se eu não permitir”, completou.

 

Por fim, o secretário afirmou que o Governo espera que a questão das ocupações seja resolvida com diálogo e descarta, neste momento, o uso da justiça ou de determinações da secretaria de Estado de Segurança, no sentido de determinara desocupação dos espaços públicos.

 

“Estamos buscando primeiro o diálogo com a comunidade escolar da escola ocupada. Medidas judiciais só ocorrerão se exaurido o diálogo e outros alunos sofrerem prejuízos, aí vamos avaliar as medidas”, disse.

 

“Estamos buscando evitar situações como as que ocorreram em São Paulo ou no Rio de Janeiro, em que a Polícia Militar invadiu escolas. Isso também faz parte da democracia, mas aqui em Mato Grosso temos a absoluta convicção de que não há motivos para chegar a esse ponto”, concluiu.

 

Leia mais sobre o assunto:

 

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Aldo Vicente Filho  07.06.16 15h18
Concordo com Walter Ney! Se o governo não tem competência para administrar vamos passar a gestão para uma PPP.
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Antônio de Poconé  07.06.16 13h06
Parabéns aos estudantes de Mato Grosso e aos profissionais da educação. Não pertenço a esta área e nem sou estudante. Mas sou pai de alunos da escola publica aqui de Poconé. Já dizia um ditado popular. " temos que atravessar um rio a nado pra vê a profundide". Depois que esta no meio da travessia descobre que além de profundo tem piranha e jacaré. É assim que sinto neste governo. Antes da eleição era um bom moço. Bom de conversar. Seu discurso era da legalidade. Acreditamos. Enquanto comerciante agora percebo que teremos menos dinheiro no comércio. Quem perde não é só os trabalhadores. E nem os estudantes que lutam pela escola publica, quem perde somos todos nós. Meu filho explicou muito bem pra mim. " pai você foi enganado por este governo". Agora entendo que não foi só eu, muitos que votaram nele. Os erros são importante pra aprendermos na vida. Este Pedro Taques e sua equipe, nunca mais. Quem saiu abraçado com Temer, esperar o quê? Quem defende um golpe, mesmo sendo conhecedor das leis esperar o quê? Traiu uma parcela de seus eleitores. Taques, nunca mais!
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Socrates  07.06.16 10h41
Senhor Secretário! Não somos massa de manobra como salienta em sua fala. Quem falta com a verdade é este governo que tenta vender uma imagem de legalista e, tenta a toque de caixa implementar no estado o projeto neoliberal para favorecer, ainda mais os grandes empresários e o agronegócio. Por que não falou das benefícias fiscais cedido a esses e setores? Por que deram o RGA somente para alguns setores, por exemplo, ministério público. Quem falta com a verdade não são os estudantes nem os trabalhadores que estão em greve. Essa conversa mole de que não pretende privatizar o serviço público não cola com cuspe e nem com bravata. Este esqueça já foi adotado em outros estados que compatilham com o projeto neoliberal e o resultado foi um fracasso. Quem vai ser beneficiados serão as empresas. " todos os diteitos serão garantidos", fala do governo antes da eleição. Quem mente, secretario a população?
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Robson Cuiabano  07.06.16 10h04
Concordo com a privatização da administração das escolas inclusive deixando a cargo da (empresa/escola) a responsabilidade da manutenção, sendo assim os professores serão melhor subordinados (cumprindo horário de serviço, aplicando as matérias de acordo com a programação anual, deixarão de faltar aulas e repondo com trabalhos xerocados; e assim certamente os alunos terão uma melhor qualidade de ensino, pois os profissionais terão que apresentar resultado, e consequentemente também o ambiente escolar serão melhor conservado, pois também será cobrado dos alunos a utilização consciente da estrutura escolar.
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Walter Ney  07.06.16 09h52
Banheiro que precisa ser consertado, lâmpada que precisa ser trocada, muro precisa ser refeito ficará ao encargo de entidades privadas”, AÍ EU PERGUNTO: E O ESTADO QUE TEM O DEVER DE FAZER ESTES CONSERTOS PAGARÁ A INICIATIVA PRIVADA COM O DINHEIRO DOS NOSSOS IMPOSTOS CERTO? E O ESTADO VAI SERVIR PRA QUE ENTÃO? SERÁ QUE NÃO SERIA O CASO DE A POPULAÇÃO FAZER UMA PPP PARA QUE ADMINISTRE ESTE ESTADO? QUEM SABE ASSIM AS COISAS COMECEM A ANDAR.
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