O deputado federal Pedro Henry (PP) acusou o Supremo Tribunal Federal (STF) de fazer um "julgamento de exceção", em entrevista ao jornal
Folha de S. Paulo. Ele se referia ao fato de o tribunal ter exigido a entrega de passaporte, para evitar uma possível fuga.
Condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, no processo do Mensalão, Henry cirticou o ministro-relator Joaquim Barbosa, que deu a determinação para apreender o documento.
Desde o início do julgamento, o deputado mato-grossense evitava das entrevista para falar sobre o caso.
Dos 25 condenados pelo STF, ele foi o único que não entregou o passaporte diretamente ao tribunal. Ele optou por entregar o documento com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).
"Não fui notificado [para a entrega], vi pela imprensa e resolvi entregar o passaporte ao presidente da instituição que represento", disse, na entrevista.
SensacionalismoHenry afirmou que o julgamento do Mensalão "está sendo de exceção".
Ele criticou o Supremo por não ter pedido para recolher passaportes de congressistas condenados em outras ações:
"Tem deputado que está em fase recursal. Espera acabar o julgamento, o transitado em julgado. Acho um baita sensacionalismo, [Barbosa] está jogando para a torcida", disse.
O deputado se referia ao colega Natan Donadon (PMDB-RO), condenado pelo STF em 2010 a 13 anos e quatro meses de prisão por formação de quadrilha e peculato na época em que era diretor financeiro da Assembleia Legislativa de Rondônia. Embargos contra a decisão aguardam julgamento.
A assessoria jurídica da Câmara deve concluir, ainda nesta semana, parecer sobre o entendimento da Casa se o passaporte de Henry deve ser enviado ou não para o Supremo