ANTONIELLE COSTA
DA REDAÇÃO
O governador Silval Barbosa (PMDB) e o senador Jaime Campos (DEM) vão se reunião, nos próximos dias, para iniciar as conversações que podem levar o Democratas de volta à base aliada do Governo do Estado. O encontro foi confirmado pelo cacique democrata, após reunião entre a bancada federal e Silval, na manhã desta segunda-feira (22), no Palácio Paiaguás.
"Silval me disse, agora há pouco, que nos próximos dias quer sentar comigo e com as demais lideranças do DEM para um diálogo franco e aberto. Particularmente, não tenho nada contra ele e nunca tive, mas é assunto que deve ser tratado com todas as lideranças do partido, e não vejo problemas em colaborarmos com o governo Silval Barbosa", afirmou o senador.
Questionado sobre como seria a participação do DEM na segunda gestão do peemedebista, Jaime Campos afirmou que não precisa ser, necessariamente, ocupando cargos de direção ou secretaria. Ele destacou que o partido pode ajudar o Governo "com propostas e projetos que possam contribuir com o desenvolvimento do Estado".
"O partido nunca foi contra o Governo. Demos suporte ao Blairo Maggi durante oito anos. Não somos oposição aos projetos de interesse da sociedade. Muito pelo contrário, estou convencido de que o partido tem grande responsabilidade na questão do gerenciamento público. Mas, a discussão não precisa passar por indicações de pessoas, mas sim de idéias e bons projetos", disse.
Segundo Jaime, o Democratas tem condições de dar sua contribuição ao Executivo, com o argumento de que, com Silval, a conversa é "diferente", Segundo ele, até então, o partido era tratado como "mercadoria de segunda categoria e bananinha de bulixo" [expressão cuiabana equivalente a ordinário, que não vale nada], não sendo convidado para tratar de qualquer assunto no Palácio Paiaguás, na gestão do ex-governador Blairo Maggi (PR).
"Ninguém está aqui caçando cargo. O Democratas nem tem essa autoridade porque não votou em Silval; de forma institucional, não apoiou a candidatura dele e não tem por que querer participar com indicação de cargos. Vejo o fato de ele (Silval) ter aberto essa possibilidade como muita bondade, generosidade da parte dele, pois não votamos nele e fomos coligados com Wilson Santos", afirmou Jaime.
"Respeito"
O cacique democrata lembrou sua trajetória política e disse que espera de qualquer governador que esteja no comando "respeito", em função da contribuição que deu para o Estado de Mato Grosso.
"Tenho 60 anos de idade, cinco mandatos, entre prefeito, governador e senador. Dessa forma, o mínimo que quero de quem seja o governador é um tratamento digno e respeitoso. O governador Silval tem demonstrado isso. Quando o governador mostra sua disposição de buscar um entendimento, com certeza, podemos dar nossa contribuição", disse Jaime.
Nas eleições passadas, Jaime Campos virou "oposição" e se aliou ao então candidato ao Governo, Wilson Santos (PSDB), sendo um crítico "ferrenho" do Governo Blairo Maggi, do qual Silval fazia parte, como vice-governador e, em seguida, como governador.
Fusão
Sobre as negociações visando a uma possível fusão entre o DEM, PPS e PSDB, Jaime afirmou que o assunto é "matéria vencida", uma vez que houve reação de alguns membros do partido, em âmbito nacional.
"Esse assunto já nasceu morto. Houve um encaminhamento isolado por parte do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que gerou uma grande reação em muitos membros do partido. Na semana passada, participei de uma reunião, em Brasília, e essa possibilidade é matéria vencida", completou o líder democrata.