ANTONIELLE COSTA
DA REDAÇAO
O vereador Lutero Ponce (PMDB) afirmou, nesta quinta-feira (2), ser contra a criação de uma Comissão Processante na Câmara Municipal de Cuiabá, para investigá-lo por suposto desvio de dinheiro dos cofres da Casa.
"Sou contra a criação de uma comissão, pois a Justiça já está investigando o caso", observou o peemedebista, que, durante entrevista coletiva, contestou a Polícia Fazendária, que, nesta semana, anunciou um "rombo" de R$ 7,5 milhões, durante a sua gestão como presidente do Legislativo, no período de 2007 a 2008.
Segundo Lutero, o trabalho de investigação deve ser feito pela Justiça, que deverá abrir uma Ação Penal contra o vereador, após denúncia oferecida pelo Ministério Público.
O vereador é acusado de cometer fraudes em processos licitatórios durante sua gestão na presidência do Legislativo. Os valores chegam a R$ 7,5 milhões, somados os anos de 2007 e 2008, segundo informações apresentadas pela Delegacia Fazendária no último dia 29.
O parlamentar chegou a ter um pedido de prisão temporária decretada, na última segunda-feira (25), pelo juiz José Arimatéa. No entanto, o pedido foi revogado, por solicitação da defesa.
Lutero disse não acreditar, "em hipótese alguma", que será cassado, pois, segundo ele, as acusações têm motivações políticas e que vai provar sua inocência. Além disso, afirmou que vai mostrar "as aberrações" nos números apontados pela Delegacia de Polícia Fazendária.
Operação Abafa
Em meados do mês de maio, vários pedidos solicitando a instalação de uma comissão de investigação foram votados em Plenário da Câmara, mas foram arquivados por deliberação da maioria dos vereadores. As representações foram provocadas pelo resultado da auditoria independente, contratada pela atual presidente do Legislativo, Deucimar Silva, que apontou desvios de mais de R$ 3 milhões, somente em 2008.
Fizeram parte da Operação Abafa que salvou Lutero: Lueci Ramos (PSDB), Antônio Fernandes (PSDB), Paulo Borges (PSDB), Chico 2000 (PR), Francisco Vuolo (do PR), Professor Néviton Fagundes (PRTB), Ralf Leite (do PRTB) e o próprio Lutero Ponce.
Na época, os parlamentares alegavam que a auditoria era independente e deveria ser feitas por órgãos competentes, como a Delegacia Fazendária. A entidade realizou uma nova investigação e confirmou a fraude. Com o resultado das investigações, alguns parlamentares mudaram de ideia e outros continuam na defesa de Lutero.
São contra a cassação de Lutero, neste momento: Antonio Fernandes (PSDB), Chico 2000 (PR), Leve Levi (PP), Lúdio Cabral (PT), Lueci Ramos (PSDB), Ralf Leite (PRTB) e Júlio Pinheiro (PTB).
São a favor da cassação do parlamentar: Adevair Cabral (PDT), Deucimar Silva (PP), Domingos Sávio (PMDB), Everton Pop (PP), Francisco Vuolo (PR), Ivan Evangelista (PPS), Pastor Washington Barbosa (PRB), Paulo Borges (PSDB), Néviton Fagundes (PRTB), Toninho de Souza (PDT) e Roosivelt Coelho (PSDB).
O presidente do Legislativo, Deucimar Silva, informou que aguardará o posicionamento da Justiça, para saber quais os encaminhamentos serão tomados.