Cuiabá, Sábado, 23 de Agosto de 2025
AFASTADO PELO STF
07.12.2022 | 19h30 Tamanho do texto A- A+

"Ministro se considera Deus; não temos mais justiça", diz prefeito

Carlos Alberto Capeletti é acusado de tentar "subverter a ordem democrática" no Brasil

Reprodução

O prefeito de Tapurah Carlos Alberto Capeletti, que foi afastado pelo STF

O prefeito de Tapurah Carlos Alberto Capeletti, que foi afastado pelo STF

GUSTAVO CASTRO
DA REDAÇÃO

O prefeito de Tapurah, Carlos Alberto Capeletti (PSD), que foi afastado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, nesta quarta-feira (7), afirmou que o magistrado se considera um "Deus".

 

Na decisão, o ministro afirmou que Capeletti tem atuado para incentivar a ida de caminhoneiros para Brasília "com a inequívoca intenção de subverter a ordem democrática".

 

Em entrevista à rádio Jovem Pan, o prefeito disse acreditar que juridicamente nada pode ser feito para reverter seu afastamento.

 

"A minha esperança é que se tome alguma atitude, porque juridicamente não tem o que fazer. Por mais que eu possa ter advogados, entrar com defesa, eu tenho certeza que quem vai julgar é o 'imperador.' Ele [Moraes] se intitulou Deus, não é nem imperador. Ele se colocou acima de todos no País", disse.

 

"Então, dificilmente terá algo que a justiça vai fazer por alguém. Ou seja, não temos mais justiça, é uma ditadura total", acrescentou.

 

O prefeito se defendeu das acusações de incentivo a atos antidemocráticos e disse que não chegou a ser intimado da decisão. Segundo Capeletti, ele soube do afastamento pela imprensa e redes sociais.

 

"Eu não sei do que estou sendo acusado. Não foi intimado, primeiramente. O que eu li nas mídias sociais é que eu instiguei caminhoneiros. Eu não fiz nada disso, porque eu fui para lá depois que os caminhoneiros já estavam lá", afirmou.

 

Manifestações

 

Capeletti ainda saiu em defesa dos manifestantes que contestam o resultado da eleição presidencial, em que Lula foi o vitorioso, e defendeu a intervenção das Forças Armadas contra o que ele caracteriza como "ditadura no País".

 

"Tem gente cansando, mas vai e entra outro. Procurando respostas. Não pode mais existir essa ditadura no Brasil. Então, as Forças Armadas têm sim que fazer alguma coisa, senão a própria população vai se revoltar contra as Forças Armadas a partir de agora. [...] Nós precisamos de uma resposta. E se a resposta as Forças Armadas não derem, então fala pra nós. Porque aí, pelo menos, nós vamos embora", disse.

 

Ações antidemocráticas

 

Na decisão do afastamento, o ministro Alexandre de Moraes citou que o prefeito gravou um vídeo falando de uma ação do Exército e ameaçando tomar o Congresso e o Supremo.

 

“Se até o dia 15 de novembro o Exército não tomar alguma atitude em prol da nação brasileira e da nossa liberdade, nós vamos tomar atitude. Tenho certeza que, aos milhões lá, alguém vai ter uma ideia. Vamos tomar o Congresso, o STF, até o Planalto. Se até lá o Exército não tomar uma atitude, vamos nós fazer uma nova Proclamação da República", disse na ocasião.

  

Como justificativa, Capeletti afirmou que a ameaça foi feita em um “momento de empolgação”, e que não tomaria tal atitude. 

 

O afastamento será de 60 dias, período em que a cidade deve ser comandada pelo vice-prefeito, Odair Cesar Nunes (PSD).

 

 

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COMENTÁRIOS
19 Comentário(s).

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Paulo   09.12.22 10h46
Quando chega a ditadura através do judiciário , é complicado, esses "gênios" que hoje aplaudem podem ser a vítima amanhã.
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pedro  09.12.22 09h26
Parabéns Xandão pela sua coragem, se tu não tivesse peito esta pais já tinha virado dos avesso, Cadeia nestes baderneiros; Fora Prefeito golpista
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Milton Guapo  09.12.22 09h08
O problema maior da democracia é liberar na geral a candidatura de qualquer pessoa neste país. A maioria desses prefeitos e vereadores do interior de MT, não tem cultura, não conhece os princípios básico da constituição então logo que ganha eleição começa querer cantar de galo, fazendo merda, tal como aconteceu também com o vereador preso, por roubo de gado. O Alexandre tá certíssimo, tem que cortar o mal pela raiz.
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CALEB MIGUEL DA PAIXAO  09.12.22 07h34
Então para esse senhor Deus não é justo!
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Orlando  08.12.22 20h41
É só cumprir a lei que ninguém o incomodará, nobre prefeito!!
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