Cuiabá, Sábado, 2 de Agosto de 2025
PEC DA "BENGALA"
01.11.2014 | 08h45 Tamanho do texto A- A+

Ministros do STF articulam fim da aposentadoria aos 70

Conhecida como PEC da Bengala, proposta de emenda à Constituição eleva de 70 para 75 anos

Reprodução

Ministros do STF atualmente se aposentam aos 70 anos

Ministros do STF atualmente se aposentam aos 70 anos

FOLHA DE S. PAULO
Ministros de tribunais superiores articulam com líderes do Congresso a aprovação de uma emenda constitucional que pode tirar da presidente Dilma Rousseff a chance de nomear cinco novos ministros do Supremo Tribunal Federal até o fim de seu segundo mandato, em 2018.

Conhecida como a PEC da Bengala, a proposta de emenda à Constituição eleva de 70 para 75 anos a idade limite para a aposentadoria nos tribunais. Cinco dos dez ministros da composição atual do STF farão 70 anos de idade nos próximos quatro anos.

A articulação ocorre em um momento em que lideranças do Congresso, em especial do PMDB, estão em atrito com o governo Dilma e em busca de espaço no segundo mandato da presidente.

A emenda foi aprovada em 2005 pelo Senado e desde 2006 está parada aguardando votação no plenário da Câmara dos Deputados.

Segundo a Folha apurou, ministros do STF, como Gilmar Mendes, conversaram sobre o assunto com lideranças do Congresso recentemente, incluindo o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e o líder da bancada do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ).

Procurados, eles não confirmaram as conversas oficialmente. Cunha, no entanto, diz ser favorável ao projeto. "Vou submeter o tema à bancada na próxima terça-feira", afirmou ele, que é pré-candidato a presidência da Câmara no ano que vem.

Parlamentares ouvidos pela Folha, tanto da base aliada como da oposição, dizem que a ideia é aguardar a aposentadoria de José Jorge no TCU (Tribunal de Contas da União), para evitar que a proposta seja associada a uma manobra para favorecê-lo.

Jorge virou desafeto do Palácio do Planalto por ser o relator da investigação sobre a refinaria de Pasadena no TCU, parte das investigações em curso sobre corrupção na Petrobras. Ele faz 70 neste ano e sua última sessão está prevista para 11 de novembro.

O presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Francisco Falcão, também trabalha nos bastidores pela aprovação da emenda, segundo integrantes do Judiciário.

Procurado pela Folha, Mendes disse que não trata de assuntos da Câmara e que qualquer avaliação sobre a PEC da Bengala deve ser feita pelo Congresso: "É assunto do Legislativo". O mesmo disse Falcão: "Estou longe, quem cuida é o Congresso".

No STF, o ministro Marco Aurélio Mello, que tem 68 anos e em 2003 escreveu artigo defendendo a proposta, disse que segue favorável a ela. "Não é porque estou próximo de ser alcançado pelo cartão vermelho que sou favorável. As condições de vida mudaram, a expectativa de vida mudou. Está na hora de [o Congresso] decidir se modifica ou não, o que não pode é permanecer no limbo. Mas, caso isso também não aconteça, viro a página com muita felicidade", afirmou.

A aposentadoria aos 70 anos de idade é compulsória para todos os funcionários públicos, mas a PEC da Bengala só muda o limite para juízes. Muitos magistrados resistem à mudança, porque temem levar mais tempo para alcançar o topo da carreira se desembargadores e membros da cúpula dos tribunais demorarem para se aposentar.

Se a emenda não fora aprovada, Dilma poderá nomear seis ministros do Supremo até 2018. Além da vaga do ex-ministro Joaquim Barbosa, que antecipou sua aposentadoria e deixou o tribunal em julho, vão se aposentar por idade nos próximos quatro anos os ministros Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Ricardo Lewandowski, Teori Zavascki e Rosa Weber.

Dos cinco que se aposentarão, só Celso de Mello e Marco Aurélio não foram indicados pelos governos petistas. O decano foi indicado por José Sarney e Marco Aurélio por Fernando Collor.

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Nícolas  02.11.14 18h53
Cada vez temos muitas pessoas antenadas com a nossa realidade, especialmente o jovem de hoje, em sua maioria domina com brilhantismo a tecnologia de aplicativos, e estão cada vez mais informados sobre a realidade de nosso país, sou da opinião que é salutar a renovação em todas as instâncias do poder, sou plenamente favorável ao concurso público como forma de provimento no serviço público, apesar de que muitos políticos no fundo adoram nomear parentes para cargos públicos, embora hoje em dia a expectativa de vida melhorou muito na ultima década, sou contra esse argumento de economia até aos 70 anos já está bom, pois temos muitos bons magistrados esperando a sua chance. Sem contar que em períodos anteriores, não tínhamos TCU, CGU, AGU, e demais órgãos de controle, cuidando do dinheiro do povo, eu acredito neste país, um dia tudo será melhor, basta o povo adquirir sua consciência e não se deixar levar por argumentos de políticos profissionais e empresários que são quem no fundo ainda estão mandando na gestão pública, o povo deve acordar e exigir seus direitos, raciocinar sobre o que é melhor para a coletividade, deixar de pensar somente em si.
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Dep.Julio Campos  01.11.14 10h37
Independente de que a atual Presidente reeleita Dilma, tenha condições de nomear 4 ou 5 novos Ministros do Supremo durante o seu novo mandato, esse emenda que extende aos ministros dos Tribunais superiores a opurtunidade de continuarem trabalhando até dos 75 anos,e salutar e trará uma economia financeira muito grande aos cofres públicos. A aposentadoria e optativa,e não obrigatória como e hoje ao completar 70 anos.Merece sim ser aprovada pela Câmara dos Deputados.
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